domingo, 25 de setembro de 2016

ESPIRITISMO

O que é?

 

Para começar a falar de Espiritismo, vamos esclarecer que o termo foi usado pela primeira vez por Allan Kardec na obra O Livro dos Espíritos.

 

Antes disso, usavam-se termos como Espiritualismo e Neo-Espiritualismo e, embora os fatos espíritas sempre tenham existido, eram interpretados das mais diversas maneiras, muitas delas sob o prisma do misticismo, da superstição e do sobrenatural.
Para obter a resposta mais completa à pergunta acima formulada, é necessário que se recorra ao O Livro dos Espíritos, que é o próprio delineamento, núcleo central e, ao mesmo tempo, arcabouço geral da Doutrina Espírita.
Examinando este livro, em relação às demais obras de Kardec que completam a Codificação, veremos que todas elas partem das bases de O Livro dos Espíritos. As ligações de conteúdo entre esses livros, quais sejam, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, A Gênese, O Céu e o Inferno, deixam perceber que a Codificação se apresenta como um todo homogêneo e conseqüente.
Após 150 anos de sua publicação, O Livro dos Espíritos continua sendo tão sólido e atual como nos primeiros dias, sem ter sido abalado pelo progresso tecnológico das ciências materiais do mundo porque, como diz Kardec, o Espiritismo é uma doutrina progressista e aberta.
É Ciência, porque se trata de um conjunto organizado de conhecimentos relativos a certas categorias de fatos ou fenômenos analisados empiricamente, catalogados e relatados por seus pesquisadores, representado pelo O Livro dos Médiuns. Diz Kardec, “a fé sólida é aquela que pode encarar a razão, face a face.”
É Filosofia, quando, inserido no contexto filosófico tradicional, embora de cunho evolucionista e metafísico, pontua a necessidade do homem ir em busca de seu autoburilamento, estimulando-o à averiguação de respostas às questões magnas da Humanidade: sua natureza, sua origem e destinação, seu papel perante a Vida e o Universo. Diz Kardec, “nascer, viver, morrer e renascer de novo, progredindo sempre, tal é a lei.”
É Religião, porque tem o dom de unir os povos em um ideal de fraternidade, preconizado por Jesus de Nazaré, permitido, dessa forma, que o homem se encontre com o próprio Criador. Diz Kardec, “fora da caridade não há salvação.”

Brasil e o Espiritismo

Brasil e o Espiritismo

 

Em meados da década de 1860, a cidade de Salvador conheceu uma explosão espírita de que não há paralelo no Brasil. As obras de Kardec, lidas em francês, eram discutidas apaixonadamente nas classes mais cultas.”É assim que Ubiratan Machado coloca em seu livro Os Intelectuais e o Espiritismo como chegou ao nosso país a Doutrina Espírita. E continua sendo apenas estudada pela Corte e como privilégio dos que conheciam o idioma francês. Mas foi em 1865 que realmente oficializou-se o Espiritismo com a fundação do 1º Centro Espírita de conhecimento público, do país, sob a direção do Dr. Luiz Olímpio Teles de Menezes, na cidade de Salvador, O Grupo Familiar do Espiritismo. No ano seguinte, Dr. Menezes publicou sua tradução da Filosofia Espiritualista, uma seleção de trechos de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
Ao mesmo tempo, em São Paulo, a Tipografia Literária editava outro livro do Codificador. “O Espiritismo reduzido a sua mais simples expressão” , sem indicação de tradutor.
A primeira conseqüência do trabalho de Luís Olímpio era muito clara, o público que não conhecia o francês começou a ler com bastante interesse a filosofia espírita.
A Segunda conseqüência foi a reação do clero, que começou a falar nos púlpitos sobre os malefícios da nova doutrina e em seguida lançou uma Carta Pastoral, datada de 16 de junho, mas só divulgada a 25 de julho de 1867. Essa Carta em forma de opúsculo acusava violentamente o Espiritismo com inverdades, ocasionando uma série de debates entre Luiz Olímpio e o padre Juliano José de Miranda.
E evidentemente o ponto mais ardoroso era a reencarnação. Encerrou-se finalmente depois de longo tempo quando o padre sabendo que Luiz Olímpio era católico de nascimento, resolveu a questão dizendo que “Espiritismo e Catolicismo são a mesma Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo”.
No ano de 1875 a Livraria Garnier lançava a sua primeira tradução de uma obra de Allan Kardec para o Brasil, O Livro dos Espíritos, pelo médico fluminense Dr. Joaquim Carlos Travassos; que foi também o tradutor do O Céu e o Inferno e O Livro dos Médiuns.
Esses são apenas alguns dados extraídos da belíssima obra Os Intelectuais e o Espiritismo em que podemos encontrar o início do movimento Espírita Brasileiro e a necessidade imperiosa dele florescer no Brasil. Os espíritos de Bezerra de Menezes, Humberto de Campos e tantos outros nos trazem mensagens sobre a necessidade de divulgação do Espiritismo no solo pátrio e inclusive em outros países. A mensagem espírita representa a presença de Jesus entre nós, quando afirmou que enviou o Consolador “para que fique eternamente convosco o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas, vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (João, XIV: 15 a 17; 26).