quarta-feira, 18 de julho de 2018

Mediunidade em crianças, o que fazer?

FALANDO DE OBSESSÃO (32)

Mediunidade em crianças, o que fazer? Parte IV


Continuação do numero anterior .

Cremos ser também prudente mencionarmos o que nos ensina o Item 7, desse mesmo capítulo:
“Há, no entanto, crianças que são médiuns naturalmente, quer de efeitos físicos, quer de escrita e de visões. Apresenta isto o mesmo inconveniente?



R- Não; quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso. O mesmo não acontece, quando é provocada e sobreexcitada. Nota que a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde, o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o Espiritismo." (1)
Não podemos deixar de alertar que, uma coisa é forçar o desenvolvimento da mediunidade em crianças e outra é identificar aquelas que já nascem com essa faculdade e, aos poucos, vão desenvolvendo a mediunidade por si só. É recomendável que os pais observem bem os filhos para que não os deixem à margem, pelo fato de já possuírem a mediunidade, e deixem de procurar uma casa espírita, para o devido aconselhamento e acompanhamento, tanto para a criança quanto para os pais.

Vejamos o Item 8 desse mesmo capítulo:

“Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de mediunidade?
R- "Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo." (2)

Salientamos, neste item, que a mediunidade de efeitos físicos, pelo fato do médium ter que dispender determinada carga de fluidos para plasmar objetos, movimentá-los, materializar rostos, etc, poderá levar à fadiga. Nesse caso, o médium precisará de repouso para reconstituir-se fisicamente, além do que, esse tipo de trabalho requer, do médium, uma certa disciplina alimentar. No caso da criança, isso é extremamente desaconselhável.

Há casos em que crianças detém esse tipo de fluido, necessário para a ocorrência de fenômenos de efeitos físicos. Em determinados locais, louças e objetos se quebram, aparelhos elétricos e eletrônicos ligam e desligam voluntariamente. Isso é muito comum de acontecer.
E é interessante mencionar que hoje, a medicina já reconhece a mediunidade.
“Transtornos caracterizados por uma perda transitória de consciência de sua própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio ambiente. Devem aqui ser incluídos somente aos estados de transe involuntários e não desejados, excluídos aqueles de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito” (3).
Ou seja, o estado de subjugação é avaliado e reconhecido pela medicina, porém geralmente é visto como um transtorno de causa orgânica ou psicogênica.

A Associação Americana de Psiquiatria também se manifesta nesse sentido:
“Alertando que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver e ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso não significa uma alucinação ou loucura.”(4)

Citações:

1)- _____/_____. Item 7
2)- _____/_____. Item 8
3)- Código Internacional de Doenças 10ª Edição – F- 44-3 – Estado de transe e possessão.
4)- Manual de Referencias aos Critérios de Diagnósticos de Desordem Mental da American Psychiatric Association -Item 300-15 – pag 231/232 – Ano 2003

Passes: Emmanuel – “Caminho, Verdade e Vida” – Cap.153.

“E rogava-lhe muito, dizendo: - Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva.” (MARCOS, 5: 23).



"Jesus impunha as mãos nos enfermos e transmitia-lhes os bens da saúde.
Seu amoroso poder conhecia os menores desequilíbrios da Natureza e os recursos para restaurar a harmonia indispensável.
Nenhum acto do Divino Mestre é destituído de significação.
Reconhecendo essa verdade, os apóstolos
passaram a impor as mãos fraternas em nome do Senhor e tornavam-se instrumentos da Divina Misericórdia.
Atualmente, no Cristianismo redivivo, temos, de novo, o movimento socorrista do plano invisível, através da imposição das mãos.
Os passes, como transfusões de forças psíquicas, em que preciosas energias
espirituais fluem dos mensageiros do Cristo para os doadores e beneficiários, representam a continuidade do esforço do Mestre para atenuar os sofrimentos do mundo.
Seria audácia por parte dos discípulos novos a expectativa de resultados tão sublimes quanto os obtidos por Jesus junto aos paralíticos, perturbados e agonizantes.
O Mestre sabe, enquanto nós outros estamos aprendendo a conhecer.
É necessário, contudo, não desprezar-lhe a lição, continuando, por nossa vez, a obra de amor, através das mãos fraternas.
Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus.
Não importa a fórmula exterior.
Cumpre-nos reconhecer que o bem pode e deve ser ministrado em seu nome."

Emmanuel – “Caminho, Verdade e Vida” – Cap.153.

Perguntas sobre Mediunidade:


Todos somos médiuns?

Todos somos portadores da mediunidade natural que é o canal psíquico pelo qual recebemos as influências boas ou ruins que estimulam as experiências do Espírito na vida terrena. Porém, nem todos somos médiuns, conforme denominou Allan Kardec.



Então o que é um médium?

Segundo Allan Kardec, médium é todo aquele que sente a presença ostensiva dos Espíritos, seria aquele que serviria de ponte entre o mundo visível e o invisível. A prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual. A faculdade mediúnica liga-se a uma disposição orgânica, porém o uso que se faz.


Como sabemos se somos médiuns? E se formos, o que devemos fazer?

Allan Kardec diz que todos somos mais ou menos médiuns, pois todos possuem a mediunidade natural, canal psíquico através do qual somos estimulados ao crescimento. Entretanto, médiuns propriamente ditos são aqueles que recebem manifestações ostensivas dos Espíritos. A única forma de sabermos se temos ou não mediunidade ostensiva é nos colocando como servidores sinceros da causa de Jesus. Ou seja, deveremos primeiro fazer parte da equipe de trabalhadores de uma casa espírita e lá, através dos estudos sérios e da disciplina interior, procurarmos entender antes as nuanças do contato com os Espíritos. Allan Kardec diz em O Livro dos Médiuns, que não se deve nunca iniciar um trabalho de intercâmbio espiritual sem estudar a mediunidade. Existem algumas pessoas que sentem influências dos Espíritos, em diversos graus de intensidade, e acham que, por isso, estão prontas para trabalhar nesse campo. Geralmente não aceitam a idéia de que precisam se instruir mais e mais. Vão às casas espíritas somente para trabalhar com mediunidade e se não a aceitam naquela, buscam outra, e assim permanecem por toda a vida.

Fonte: Nova Era

PRECE NAS AFLIÇÕES DA VIDA

PRECE:

Deus Todo-Poderoso, que vêdes as nossas misérias, dignai-vos ouvir favoràvelmente o pedido que vos faço neste momento. Se fôr inconveniente o meu pedido, perdoai-me; se fôr justo e útil aos vossos olhos, que os Bons Espíritos executores dos vossos desígnios, venham ajudar-me na sua realização. Como quer que seja, meu Deus, seja feita a vossa vontade. Se os meus desejos não forem atendidos, é que desejais experimentar-me, e submeto-me sem murmurar. Fazei que eu não me desanime de maneira alguma, e que nem a minha fé, nem a minha resignação sejam abaladas. (formular o pedido)




Podemos solicitar a Deus benefícios terrenos, e Ele pode nos atender, quando tenham uma finalidade útil e séria. Mas, como julgamos a utilidade das coisas segundo a nossa visão imediatista, limitada ao presente, geralmente não vemos o lado mau daquilo que desejamos. Deus, que vê melhor do que nós, e só deseja o nosso bem, pode então nos recusar o que pedimos, como um pai recusa ao filho aquilo que pode prejudicá-lo. se aquilo que pedimos não nos é concedido, não devemos nos abater por isso. É necessário pensar, pelo contrário, que a privação nesse caso nos é imposta como prova ou expiação, e que a nossa recompensa será proporcional à resignação com que a suportamos. (Caps. XXVII, n 6 e II, ns. 4,6 e 7.)

Do livro ALLAN KARDEC (Preces do Evangelho segundo o Espiritismo)
Tradução de J. Herculano Pires

VÁRIOS MODOS DE COMUNICAÇÃO ESPÍRITA.

"As comunicações inteligentes entre os Espíritos e os homens podem dar-se por sinais, pela escrita e pela palavra.
Os sinais consistem no movimento significativo de certos objetos e, mais frequentemente, nos ruídos ou golpes vibrados.

Quando esses fenômenos têm sentido, não permitem dúvidas quanto à intervenção de uma inteligência oculta, porquanto se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente.





Sob a influência de certas pessoas, designadas pelo nome de médiuns, e algumas vezes espontaneamente, um objeto qualquer pode executar movimentos convencionados, dar um determinado número de pancadas e assim responder, pelo sim e pelo não ou pela designação das letras do alfabeto.

As pancadas podem ser ouvidas sem nenhum movimento aparente e sem causa ostensiva, quer na superfície, quer nos próprios tecidos dos corpos inertes, numa parede, numa pedra, num móvel ou em qualquer outro objeto.

De todos esses objetos, por serem os mais cômodos, dada a sua mobilidade e pela facilidade com que nos colocamos em sua volta, são as mesas os mais frequentemente utilizados, daí a designação geral do fenômeno pelas expressões triviais de mesas falantes e de dança das mesas, expressões que convém banir, primeiro pelo que têm de ridículo, depois porque podem induzir em erro, levando a crer que, nesse particular, as mesas tenham qualquer influência especial.
Daremos a este modo de comunicação o nome de sematologia espírita, expressão que dá uma perfeita ideia e compreende todas as variedades de comunicações por sinais, movimento de corpos ou pancadas.

Um de nossos correspondentes propunha-nos se designasse especialmente este último meio, o das pancadas, pelo vocábulo tiptologia.
O segundo modo de comunicação é a escrita.
Designá-lo-emos pelo nome de psicografia, igualmente empregado por um correspondente.
Para se comunicarem pela escrita, os Espíritos empregam como intermediários certas pessoas dotadas da faculdade de escrever sob a influência da força oculta que as dirige e que obedecem a um poder evidentemente estranho ao seu controle, pois não podem parar nem prosseguir à vontade e, na maioria dos casos, não têm consciência do que escrevem.

A mão é agitada por um movimento involuntário, quase febril; tomam o lápis, malgrado seu, e assim o largam.
Nem a vontade, nem o desejo podem fazê-los prosseguir, caso não devam.
Eis a psicografia direta.
A escrita também é obtida pela só imposição das mãos sobre um objeto colocado de modo conveniente e munido de um lápis ou qualquer outro instrumento para escrever.
Os objetos mais geralmente empregados são as pranchetas ou as cestas convenientemente preparadas.
A força oculta que age sobre a pessoa transmite-se ao objeto, o qual se torna, destarte, uma espécie de apêndice da mão e lhe imprime um movimento necessário para traçar os caracteres.
Eis a psicografia indireta.

As comunicações transmitidas pela psicografia são mais ou menos extensas, conforme o grau da faculdade mediadora.
Uns apenas obtêm palavras; noutros a faculdade se desenvolve pelo exercício e escrevem frases completas e, por vezes, dissertações desenvolvidas sobre assuntos propostos ou abordados espontaneamente pelos Espíritos, sem que se lhes tenha feito qualquer pergunta.
Às vezes a escrita é clara e legível; outras vezes só é decifrável por quem a escreveu, e este então a lê por uma espécie de intuição ou dupla vista.

Pela mão da mesma pessoa, a escrita às vezes muda, em geral de maneira completa, com a inteligência oculta que se manifesta, e o mesmo tipo de letra se reproduz sempre que se manifesta a mesma entidade.
Isto, entretanto, nada tem de absoluto.
Os Espíritos transmitem por vezes certas comunicações escritas sem intervenção direta.
Neste caso os caracteres são traçados espontaneamente por um poder extra-humano, visível ou não.
Como é útil que cada coisa tenha o seu nome, a fim de nos podermos entender, chamaremos esse modo de comunicação escrita de espiritografia, para distingui-la da psicografia, ou escrita obtida por um médium.

A diferença desses dois vocábulos é fácil de apreender.
Na psicografia, a alma do médium representa, necessariamente, um certo papel, pelo menos como intermediária, ao passo que na espiritografia é o Espírito que age diretamente, por si mesmo.
O terceiro modo de comunicação é a palavra.
Certas pessoas sofrem nos órgãos vocais a influência de um poder oculto, semelhante ao que se faz sentir na mão dos que escrevem.

Transmitem pela palavra tudo aquilo que os outros fazem pela escrita.
Como as comunicações escritas, as verbais se dão por vezes sem a mediação corpórea.
Palavras e frases podem soar aos nossos ouvidos e em nosso cérebro sem causa física aparente.
Os Espíritos também nos podem aparecer em sonho ou no estado de vigília e dirigir-nos a palavra, para nos darem avisos e instruções.

Para seguir o mesmo sistema de nomenclatura adotado para as comunicações escritas, deveríamos chamar a palavra transmitida pelo médium de psicologia e a que provém diretamente do Espírito de espiritologia.
Mas o vocábulo psicologia já tem uma acepção conhecida e não a podemos transformar.
Chamaremos, pois, todas as comunicações verbais de espiritologia: as primeiras serão a espiritologia mediata e as últimas a espiritologia direta.
Dos vários meios de comunicação, é a sematologia o mais incompleto.
É muito lento e só dificilmente se presta a desenvolvimentos de certa extensão.
Os Espíritos superiores não o empregam de boa vontade, já pela lentidão, já porque as respostas sim ou não são incompletas e sujeitas a erros.
Para o ensino, preferem as mais rápidas: a escrita e a palavra.
A escrita e a palavra são, com efeito, meios mais completos para a transmissão do pensamento dos Espíritos, seja pela precisão das respostas, seja pela extensão do desenvolvimento que comportam.
Tem a escrita a vantagem de deixar traços materiais e de ser um dos meios mais adequados de combate à dúvida.
Aliás, não temos a liberdade de escolha: os Espíritos comunicam-se pelos meios que julgam adequados, e isto depende das aptidões."

Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1858 > Janeiro >

sexta-feira, 1 de junho de 2018

MÉDIUNS RECEITISTAS

MÉDIUNS RECEITISTAS


"Os Espíritos podem dar conselhos para a saúde?

A saúde é uma condição necessária para o trabalho que se deve realizar na Terra, por isso dela se ocupam com boa
vontade; mas como há, entre eles, ignorantes e sábios, não convém, mais por isso do que por outra coisa, dirigir-se ao
primeiro que chega." (0 Livro dos Médiuns - Segunda Parte Cap. XXVI) 



Assim como não se deve dirigir-se ao primeiro Espírito que aparece, também não se deve dirigir-se a todo e qualquer médium solicitando orientação sobre questões de saúde.

A mediunidade receitista constitui uma especialidade e é muito rara entre os médiuns.
Os médiuns receitistas confiáveis são aqueles de uma dedicação quase exclusiva ao trabalho de prescrever aos enfermos que lhes solicitam o concurso, quando a medicina terrestre, por este ou aquele motivo, não possa auxiliá-los.

Os médiuns receitistas, além de terem um passado vinculado ao campo da medicina contam com o amparo de Espíritos que detêm conhecimentos específicos.

Em O Livro dos Médiuns, Kardec cita um exemplo clássico do que afirmamos acima. Um jovem médium sonâmbulo, questionado sobre a saúde de alguém que lhe pedia uma receita respondeu: "Não posso; o meu anjo doutor não
está presente."

O médium, seja ele qual for, não tem a obrigação de receitar para provar que é médium. Que ele tenha discernimento para não cometer os absurdos que os médiuns "operadores", crendo-se sempre bem assistidos espiritualmente, cometem, comprometendo a vida de muita gente...

Diríamos que esta especialidade mediúnica, a dos médiuns receitistas, está quase desaparecendo... Por quê?! Primeiro, por falta de dedicação dos médiuns que até desconsideram esse tipo de mediunidade, segundo, pela facilidade com que
hoje pode-se obter uma consulta médica gratuita...
Falando em homeopatia, vemos com bons olhos a multiplicação dos médicos que por ela tem se interessado nos últimos anos. Até ontem, a homeopatia era ridicularizada; hoje é matéria de ensino em respeitáveis universidades.

Mas a homeopatia, mais do que a alopatia, exige um exaustivo estudo e até mesmo um conhecimento psicológico do ser humano, para que seja empregada com o sucesso desejado.
Se o medicamento alopático age, digamos. de uma forma direta e objetiva, combatendo sintomas específicos, a homeopatia atua nas causas do desequilíbrio orgânico e emocional, modificando as vibrações do perispírito, na harmonização das energias que se encontram descontroladas.

Ao médico homeopata, não convém nunca desprezar a própria intuição no instante de examinar e prescrever ao enfermo.

Que os médiuns receitistas, igualmente adeptos da fitoterapia, cultivem os seus dons sem esmorecimento, perseverando na nobre missão de curar ou de aliviar as dores, convictos, no entanto, de que nem sempre lograrão o seu intento.

Que os demais medianeiros, junto aos Espíritos que os assistem, compreendam as suas limitações e tenham a sinceridade de dizer, quando procurados para uma receita ou providência semelhante, que isto não está ao alcance de suas
possibilidades, indicando, caso conheçam, um médium confiável mais apto a fazê-Io.

Livro Mediunidade E Caminho
Carlos A. Baccelli - Odilon Fernandes
Janeiro de 1992 1 edição

MEDIUNIDADE COM SAÚDE

Qual o motivo de muitos viverem adoentados, impossibilitados de levar uma vida normal, e o pior, ainda atrapalharem o cotidiano dos outros, principalmente de quem vive sob o mesmo teto?
Parece existir é um conjunto de fatores que levam as pessoas sentirem-se deprimidas e dai experimentarem mal estar rotineiro, sendo o principal o não seguir os conselhos do Mestre “vigiai”. Deixamos nossa mente sem a vigilância necessária, com pensamentos de amargura, orgulho, mágoa, maledicência, a se apoderarem de nós, e o psicossoma então, passa ser envolvido numa psicosfera que age como banho negativo, inibindo nossas energias salutares. 





O sensitivo americano Edgar Cayse, certa ocasião disse que “somos aquilo que pensamos”, e Jesus na intenção de demonstrar a necessidade de estarmos com o pensamento elevado o maior tempo possível disse: “vigiai e orai”. Ora, se temos parâmetros para uma boa saúde, porque evitamos? Apenas orar não neutraliza o ingresso no organismo dos miasmas pairantes. É preciso também vigiar!
Por outro prisma, tem pessoas com pensamentos elevados e que praticam o bem a outrem, mas que também enfrentam mal estares, e que pela medicina são tidos como sem causa definida, sendo ministrados medicamentos que apenas combatem os sintomas, cuja medicação às vezes leva à dependência, por persistirem sintomas de insônia, angústia, depressão, dores de cabeça, palpitações, tremores, tonteiras, desmaios, visões, medos e outros.
Em verdade, muitos destes acometimentos relacionam-se com mediunidade que por ser desconhecida de muitas pessoas, passa a dar conotação de doença. Tal atividade existe desde os primórdios e está nos livros mais antigos. “Ser médium é servir de intercâmbio entre o plano carnal e o espiritual”, sendo, portanto, atributo que não está ligado à religião alguma, pois é inerente ao ser humano.
A mediunidade explicada por Chico Xavier, por exemplo, tem a finalidade de auxiliar, pois que por meio dela podemos desenvolver atividades de caridade das mais diversas, incluindo curas, interpretação de sonhos, visão do futuro e ajudar aos que partiram encontrar o caminho do esclarecimento no mundo espiritual. Mas se a pessoa que sente os sintomas não quer praticá-la, poderá estudando e se esclarecendo, experimentar melhora e voltar a ter uma atividade de vida normal, sem medicamentos, pois mediunidade não é doença. O que importa é procurar o esclarecimento para saber lidar com esta ciência, já que tudo que nos é desconhecido ou não sabemos lidar, nos causa medo, o que é normal.
Busquemos o conhecimento para que assim possamos ter uma vida com menos sofrimentos e conflitos mental.

Paz a todos.

domingo, 29 de abril de 2018

PERDA E SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE

220. A faculdade mediúnica está sujeita a intermitências e a suspensões momentâneas. Eis a resposta dos Espíritos a algumas perguntas feitas a propósito:
1. Os médiuns podem perder sua faculdade?

— Isso acontece com freqüência, qualquer que seja o gênero da faculdade. Mas quase sempre, também, não passa de uma interrupção momentânea, que cessa com a causa que a produziu.






2. A causa da perda da mediunidade seria o esgotamento do fluido?

— Qualquer que seja a faculdade do médium, ele não tem poder sem o concurso simpático dos Espíritos. Quando nada obtém, nem sempre é porque a faculdade lhe falta, mas freqüentemente são os Espíritos que não querem ou não podem servir-se dele.

3. Qual a causa do abandono do médium pelos Espíritos?

— O uso que ele faz da mediunidade é o que mais influi sobre os Espíritos bons. Podemos abandoná-lo quando ele a emprega em futilidades ou com finalidades ambiciosas, e quando se recusa a transmitir as nossas palavras ou a colaborar na produção dos fenômenos para os encarnados que apelam a ele ou que precisam ver para se convencerem. Esse dom de Deus não é concedido ao médium para o seu prazer, e menos ainda para servir às suas ambições, mas para servir ao seu progresso e para dar a conhecer a verdade aos homens. Se o Espírito vê que o médium não corresponde mais aos seus propósitos, nem aproveita as instruções e os conselhos que lhe dá, afasta-se e vai procurar um protegido mais digno.

4. O Espírito que se afasta não pode ser substituído,e nesse caso se poderia compreender a suspensão da faculdade?

— Não faltam Espíritos que desejam acima de tudo comunicar-se e estão sempre prontos a substituir os que se retiram. Mas quando este é um Espírito bom, pode ter se afastado momentaneamente, privando-o por algum tempo de toda comunicação para que isso lhe sirva de lição e lhe prove que a sua faculdade não depende dele e por isso mesmo não lhe deve servir para envaidecimento. Essa privação momentânea tem ainda o fim de provar ao médium que ele escreve sob influência de outro, pois de outro modo não haveria intermitências. De resto, a interrupção da faculdade não é sempre uma punição, demonstrando às vezes a solicitude do Espírito pelo médium a quem se afeiçoou, e ao qual deseja proporcionar um repouso que julga necessário. Nesse caso ele não permite que outros Espíritos o substituam.

Fonte: Livro dos Médiuns/ Allan Kardec

terça-feira, 17 de abril de 2018

Médiuns e mediunidades

Médiuns e mediunidades

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Nas primeiras décadas do século XX Cairbar Schutel (1868-1938) foi um marco como grande divulgador do Espiritismo a partir do Centro Espírita Amantes da Pobreza e da Editora O Clarim, em Matão: assistência aos necessitados, palestras, polêmicas, jornal, revista, livros e programas radiofônicos.





Nos idos de Cairbar Schutel lançou seu livro Médiuns e mediunidades 1923. A mais recente edição, a décima primeira, conta com 133 páginas. Ao longo do tempo, cremos que essa obra tenha cumprindo um papel importante junto aos leitores principiantes em assuntos espíritas e aqueles que precisam de abordagens mais simples e diretas.

Schutel define claramente que se propôs fazer uma síntese de O livro dos médiuns, de Allan Kardec. Oportuna sua colocação: “Dirigimo-nos aos humildes e simples, ‘os que sabem que não sabem’ e precisam aprender, os que querem se conhecer, os que anseiam por uma solução categórica do problema da imortalidade e da vida futura.” Reafirma seu escopo: “auxiliar o estudante nos primeiros passos no vasto campo das manifestações espíritas”.





Dessa maneira, Schutel aborda em capítulos curtos a essência dos ítens da obra que o Codificador considerou como o “guia dos médiuns e dos evocadores”.
A definição de médium: “uma criatura humana, seja homem ou mulher, velho ou moço, que tem aptidões físicas e cujo corpo carnal é suscetível de sofrer a influência de outra criança, ou a de um Espírito”, é trabalhada também com várias citações ao “Doutor das Gentes”, como ele referiu ao apóstolo Paulo. Surgem comentários oportunos e interessantes sobre os trechos da 1ª Epístola aos Coríntios, a respeito da diversidade de dons. Anota Cairbar: “[Paulo] todos procurarem os melhores dons, vale dizer, mediunidades, e aponta o caminho mais excelente para sejam bons os resultados experimentais. É assim que, depois de um eloquente discurso sobre a Caridade, faz realçar esta virtude em sua forma mais espiritualizada, ou seja, caracterizada por benevolência, tolerância, humildade, paciência, perseverança, condições estas de que devem se revestir os médiuns.”
A prática e as finalidades da mediunidade são focalizadas em várias partes do livro. O autor ressalta que “a prática das virtudes é um excelente preservativo contra a influência dos espíritos inferiores”. Destaca que “o Evangelho é o fundamento sobre o qual se assentam as obras de Allan Kardec, ou seja, a grande, a incomparável filosofia Espírita”.

Os vários tipos de mediunidades abordados na Obra Básica de Kardec merecem capítulos com observações e recomendações objetivas. Mas, também elaborou capítulos que permitem uma visão de conjunto fazendo abordagens sobre as manifestações dos espíritos através dos séculos, e também um resumo sobre o ensino dos espíritos.

Um fato histórico, pouco lembrado na atualidade, é que Cairbar Schutel se dedicou também a algumas experiências, as chamadas sessões de mesinha, ou das mesas girantes. Nestas condições obteve inclusive a identificação de espíritos ligados ao seu grupo de trabalho. Opina que “a abstenção do estudo e da experimentação de um fenômeno, sob pretexto de perigo, não é consentânea com a razão, nem com a Ciência, como também é um entrave à lei do progresso e da Verdade”.
Em vários capítulos faz referência à questão da identificação de espíritos comunicantes, destacando “o dom do discernimento dos Espíritos, que também é uma das formas de mediunidade, segundo afirma o Apóstolo Paulo, em sua Epístola aos Coríntios” e cita o evangelista João: “não creais em todo Espírito...”

Na sua Conclusão, Schutel transcreve mensagem de Vicente de Paulo direcionada a Kardec, de onde destacamos trechos: “O mundo material e espiritual que conheceis tão pouco ainda, formam como que duas conchas da balança perpétua [...] chegar-se a Deus, amar, unir-se e seguir pacificamente o caminho cujos marcos se vêm com olhos da Fé e da Consciência”.
Cairbar Schutel reverencia o Codificador: “A obra de Allan Kardec é inexcedível. De fato, de todos os Espíritos que têm vindo à Terra, ele é o verdadeiro mensageiro de Jesus, sob cuja direção agiu”; “julgamos a Codificação dos ensinos Espíritas o mais grandioso, o mais admirável fato do Poder Espiritual, da verdade do Espírito Imortal”. E faz uma recomendação expressa: “Para a boa direção dos núcleos espalhados hoje por todas as cidades e vilas do Brasil, é indispensável que os seus fundadores se submetam aos Princípios Kardecistas, que constituem os fundamentos da Doutrina”.
O livro Médiuns e mediunidades teve um importante papel na época em que foi lançado e entendemos que, pelas abordagens diretas e objetivas para sintetizar, encontra-se atual e cabível em nossos dias.

Em nossos tempos há necessidade de livros espíritas mais direcionados para o público-alvo das preocupações de Cairbar Schutel: os humildes e simples.
(*) – O autor foi presidente da FEB, da USE-SP e membro da Comissão Executiva do CEI.
De: Revista Internacional de Espiritismo. Ano XCIII – no. 3. Abril de 2018. P.138-139.

Aura - Visão Espírita

Aura - Visão Espírita

Vejamos alguns questionamentos que comumente são feitos a respeito da aura:
0 que significaria a aura, que os sensitivos, espíritas ou não, descrevem ao redor de todas as pessoas?
Aura humana e o campo de energia decorrente da vibração particular que cada indivíduo emite. São raios luminosos com diferentes intensidades e cores.






De onde provém os raios luminosos que compõem a aura humana?
A maior parte da luminosidade, observada ao nosso redor, provém da energia vital ou fluido vital que todo ser biológico possui. Essa bio-energia gera um halo ou circulo vital, facilmente captável pelos sensitivos paranormais ou médiuns. Há quem denomine esta parte da aura como "aura vital". Além da energia vital, todo o nosso ser desde a essência espiritual emana ondas que contribuem para a constituição da aura.

No exercício da caridade com os espíritos sofredores, há alguma utilidade no conhecimento de questões como a aura humana?

Os sofredores, já modificados para o bem, apresentarão circulos luminosos característicos em torno de si mesmos, a medida que concentrem suas forças mentais no esforço pela própria modificação. Estes estão aptos a sintonizar o auxilio que podemos direcionar-lhes.
Os sofredores, já modificados para o bem, apresentarão circulos luminosos caracteristicos em torno de si mesmos, a medida que concentrem suas forãas mentais no esforço pela própria modificação. Estes estão aptos a sintonizar o auxilio que podemos direcionar-lhes.

A expressão doce e comovente dos hábeis manipuladores da palavra que costumam esconder a verdade podem produzir auras luminosas?

Não há como se escamotear a real emanação das vibrações da mente e dos sentimentos. Os indivíduos manipuladores, mesmo aqueles que verbalizam comovedoras palavras, produzem energias densas e trevosas.

Orgãos enfermos determinam modificações na aura humana?

Sem dúvida. Órgãos desvitalizados geram modificações na vibração de nossa energia vital e sabemos que esta energia constitui significativa fração da nossa aura.

Os Espíritos desencarnados também possuem aura?
Sim, pois pensam e sentem irradiando vibrações, além de possuirem um corpo espiritual que emite energias as quais se traduzem por ondas de matizes diversos.

No caso de Espiritos superiores, como os videntes percebem a cor de suas auras?

São sempre cores agradáveis, não apenas belas a percepção visual, mas, sobretudo, produzem efeito benéfico na alma dos circunstantes. São percebidas emanações que lembram as cores do sol, do ouro, da opala, róseo vivo, azul celeste, verde claro, violeta suave e outros aspectos que nos escapam a lembrança, até um fantástico arco--íris de luz.

Fonte: Ricardo Di Bernardi

O PASSE NAS CASAS ESPÍRITAS

O PASSE NAS CASAS ESPÍRITAS, TRATAMENTO CURATIVO GRÁTIS, ACESSÍVEL A TODOS.


Os fenômenos mediúnicos ao lado do magnetismo foram os precursores da Doutrina Espírita e Allan Kardec a partir deles compôs todo o arcabouço teórico e prático do Espiritismo. A meta maior da Doutrina Espírita é a cura do Espírito, com a elevação das pessoas em todos os níveis: intelectual, moral e espiritual. O tratamento é mais uma técnica desse conjunto harmônico.
O termo “passe” tem significados distintos, mas pode ser entendido como uma terapia espírita, como uma parte do magnetismo, como uma técnica de cura ou ainda como o sentido genérico da “fluidoterapia”.




O uso do magnetismo como forma de cura é bastante antigo, sendo utilizado desde a antiguidade e não surgiu com o Espiritismo, não sendo uma criação da Doutrina Espírita. Esse meio de socorrer os enfermos do corpo e da alma já era conhecido e empregado na antiguidade. Na Caldéia e na Índia, os magos e brâmanes, respectivamente, curavam pela aplicação do olhar.
Jesus o utilizou, “impondo as mãos” sobre os enfermos e perturbados espiritualmente, para beneficiá-los e ensinou essa prática aos seus discípulos e apóstolos, que também a empregaram, largamente, como vemos em “Atos dos Apóstolos”.

André Luiz define que o passe “é o equilibrante ideal da mente”, funcionando como coadjuvante em todos os tratamentos, não só físicos, mas igualmente da alma. Com isso o objetivo de passe fica categorizado como elementos a serem alcançados em dois campos: materiais e espirituais.
Segundo Jacob Melo, “o passe é uma transfusão objetiva de fluidos de um ser para o outro ou ainda a interferência intencional do campo fluídico de alguém sobre idêntico campo de outro alguém, tanto em termos físicos como espirituais.”

Ou ampliando a definição diz que “o passe nada mais é do que a transmissão ou a manipulação de um fluido, de uma energia curadora, de quem a possui para quem necessita.” E conclui dizendo que “o passe atua diretamente sobre o corpo espiritual através dos campos vitais, diretamente sobre o corpo orgânico, propiciando interações intermoleculares de refazimento e recomposição, e diretamente sobre a mente, ensejando refrigérios psíquicos e/ou atenuando envolvimentos espirituais negativos.”
O passe é uma transfusão de fluidos de um ser para outro.
Emmanuel o define como uma “transfusão de energias físiopsíquicas”. Beneficia a quem o recebe porque oferece novo contingente de fluidos já existentes. Considera “equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos” e compara sua ação à do antibiótico e à assepsia, que servem ao corpo frustrando instalação de doenças.

O passe sempre se dirige da mente de um Espírito para a mente de outro, independentemente da forma em que se encontram, encarnada ou desencarnada. Por isso consideramos que o passe é sempre uma ação espírita, que se desenvolve invariavelmente, de um para outro Espírito.
A finalidade da reunião de fluidoterapia é aliviar os companheiros quando se instalam doenças físicas, com um tratamento de natureza essencialmente espiritual. (“Vinde a mim todos vós que vos achais sobrecarregados e aflitos, que eu vos aliviarei.”) S. Mateus, cap. XI, vv. 28 a 30.
Para as Casas Espíritas, Jacob Melo acrescenta “a magnetização ou o passe é um serviço importante, pois a sua simplicidade aliada ao seu reconfortante alcance, principalmente quando utilizado de forma concomitante a doutrinação e a elucidação evangélico-doutrinária, é de tamanha envergadura que não se deveria deixar jamais de praticá-lo nas Instituições Espíritas”.
Como afirmou Jacob Melo “O passe Espírita objetiva no consulente o reequilíbrio orgânico (físico), psíquico, perispiritual e espiritual. Para os médiuns o passe é uma oportunidade sagrada de praticar a caridade sem mesclas, desde que imbuídos do verdadeiro Espírito cristão, sem falar na bênção de podermos estar em companhia de bons Espíritos que, com carinho, diligência, amor, compreensão e humildade se utilizam de nossas ainda limitadas potencialidades energéticas em benefício do próximo e de nós mesmos”.

O paciente deve atentar para algumas instruções para que o passe seja eficiente. O ideal é que esteja receptivo, pois o passe será tanto mais eficiente quanto mais intensa a adesão da vontade do paciente ao influxo recebido.
No dia do tratamento a alimentação deve merecer atenção especial: ausência de qualquer tipo de carne (animais, frango ou peixes). Não ingerir produtos ricos em proteínas (eles dificultam a recepção dos fluidos que agem no corpo perispiritual, sede principal das doenças físicas). Devem abster-se de alcoólicos de qualquer natureza, tabaco (cigarro) e vícios gerais (jogo de cartas etc.), durante o tratamento da fluidoterapia. Quando possível, manter um clima de tranqüilidade íntima, com preces, leituras e reflexões em que pese os compromissos diários (sem qualquer envolvimento em condutas de agressividade, rebeldia, ódios etc.).

O paciente deve realizar todas as recomendações solicitadas pelo passista, cultivando no lar, o Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo (não sendo possível com a família, fazê-lo individualmente) e aconselha-se a observância irrestrita da orientação médica, pois o tratamento espiritual não atua no corpo físico e sim no Espírito e no perispírito.
O tratamento por magnetização requer assiduidade e perseverança e atendimento das recomendações indicadas, pois sabemos que fluidificação não dura mais de uma semana e que faltar ao tratamento interrompemos e não teremos os benefícios que queremos.



OS MÉDIUNS E O USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

OS MÉDIUNS E O USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

O uso de alguma bebida alcoólica costuma trazer inconvenientes para os médiuns ?
Raul Teixeira – Todo indivíduo que se encontra engendrado nos labores mediúnicos, seja qual for a ocupação (até mesmo o médium passista), deveria abdicar do uso dos alcoólicos em seu regime alimentar. Isto porque o álcool traz múltiplos inconvenientes para a estrutura da mente equilibrada, considerando-se sua toxidez e a rápida digestão de que é alvo, facilitando grandemente que o álcool entre na corrente sanguínea do indivíduo, de modo fácil, fazendo seu efeito característico.


 


Mesmo os inocentes aperitivos devem ser evitados, tendo-se em mente que o médium é médium as vinte e quatro horas do dia, todos os dias, desconhecendo o momento em que o Mundo Espiritual necessitará da sua cooperação. Além do mais, quando se ingere uma porção alcoólica, cerca de 30% são rapidamente eliminados pela sudorese e pela dejeção, mas cerca de 70% persiste por muito tempo no organismo, fazendo com que alguém que, por exemplo, haja-se utilizado de um aperitivo na hora do almoço, à hora da atividade doutrinária noturna não esteja embriagado, no sentido comum do termo, entretanto, estará alcoolizado por aquela porcentagem do produto que não foi liberada do seu organismo.

Do livro: Diretrizes de Segurança, questão 85 – Divaldo P. Franco e Raul Teixeira respondem perguntas em torno da mediunidade.

CONSELHOS MEDIÚNICOS

No contato com os Espíritos, evita, invariavelmente:
As conversações estéreis; não obterás bons frutos.
A curiosidade doentia; a razão dispensa a aventura.
A crença incondicional; a senha do Bem não se dissocia do bom senso.
A vaidade pelo conteúdo mediúnico viabilizado; felicita-te, apenas, por seres um bom instrumento.
O comércio seja do que for; a negociação mediúnica costuma denotar inferioridade espiritual.
A ritualística, os sinais e os símbolos cabalísticos; o pensamento é tudo, a vontade é diretora e a realização deve ser espontânea.
As queixas e choramingas intermináveis; nada se dá ao acaso.
Os petitórios repetitivos e incansáveis; é bastante a mensagem divina.
A improvisação; os Espíritos Superiores não adotam a ociosidade nem sancionam a indisciplina.
A ignorância doutrinária; a tua defesa tem início no conhecimento teórico acerca do fenômeno psíquico.

Hilário

Fonte - Conselhos Mediúnicos (psicografia Francisco Cajazeiras - espíritos diversos)

EVOCAR OU NÃO ESPÍRITO, UMA BREVE REFLEXÃO ESPÍRITA

EVOCAR OU NÃO ESPÍRITO, UMA BREVE REFLEXÃO ESPÍRITA (JORGE HESSEN)


Qual a importância da evocação dos Espíritos nos dias de hoje? Será inadmissível ou errada a evocação dos desencarnados? É incontestável não haver qualquer dispositivo que impeça a evocação (1) dos Espíritos na Codificação. Porém, Kardec faz ressalvas sobre o tema: “frequentemente as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns do que os ditados espontâneos, sobretudo quando se trata de obter respostas precisas a questões circunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis e positivos”. (2) Portanto, sem esse discernimento, se alguém evocar uma pedra ela responderá, pois “há sempre uma multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra sob qualquer pretexto.” (3)





Atualmente há cauteloso exercício da não evocação dos Espíritos. Como interpretar o empecilho evocatório nos grupos mediúnicos? Cremos que inexista qualquer proibição pelos dirigentes; o que acontece são apenas critérios de aconselhamentos para que tal prática seja evitada, em face das precipitações que proporciona. Em que pese não ser totalmente favorável à evocação dos Espíritos, não analisamos tal método como “coisa demoníaca”, desde que sejam aferidos os relevantes desígnios a que se propõem e, sobretudo, os valores morais dos evocadores.
A propósito das manifestações mediúnicas espontâneas, será que são menos perigosas do que as evocações? O Codificador afiança que a evocação traça laços entre o evocador e o evocado, que impedem ou pelo menos limitam a interferência de um mistificador. Todavia, Kardec também assegura que “as comunicações espontâneas não apresentam inconveniente algum e que por esse método se podem obter coisas admiráveis.”. (4)
Em verdade, no transcurso dos anos adveio uma mudança no método de intercâmbio com o além. Entre os importantes pontos que avalizam a restrição da prática evocatória atual, consta a desconfiança da indução, do sugestionamento ou do animismo do médium, além do quê, este acabaria quase que na obrigação de “receber espírito tal ou qual”, sobretudo para atender ao dirigente e ao grupo.
Outros aspectos a considerar são a sujeição e a inibição que, via de regra, escoltam esse tipo de exercício mediúnico (evocação), originários da perspectiva quase sempre mística cultivada em torno do médium. Cremos que a modificação do processo evocatório nas reuniões mediúnicas ocorreu porque não surtiu, após a Codificação, os efeitos almejados. Ou o mais provável, por não se obterem médiuns “desenvolvidos” com qualidades adequadas ou, em última análise, ambas as condições.
Do exposto, e considerando as graduais etapas da programação espírita na Terra, será que atualmente deveríamos promover (como ocorreu durante a codificação), um diálogo escancarado e direto com os recém-desencarnados, visando obter notícias dos mesmos para seus familiares que aqui ficaram? Quantas pessoas procuram grupos espíritas querendo notícias dos entes que “partiram”? Será que a finalidade da mediunidade é essa?(5) Há pessoas (pasmem!) que “orientam” médiuns através de cursos “avançados”, ensinando algum tipo de “técnica” para “receberem recém-desencarnados”. Tais “mestres de Espiritismo” afirmam com bazófia que alguns jovens e outros “formandos” estarão dentro em breve prestando [através da evocatória mágica] os “serviços” de consolação para os parentes que por aqui ficaram!…(?!?!?) Acredite se quiser!!!!(6)
Reafirmamos a opinião de Emmanuel – “qualquer comunicação com o invisível deve ser espontânea, e o espírita cristão deve encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou, e esperando a sua palavra direta, quando e como julguem os mentores espirituais conveniente e oportuno”. (7) O bom senso nos impõe a certeza nas lições aqui consignadas pelo Mentor de Chico Xavier. O lembrete não pode ser atribuído à opinião pessoal do Benfeitor, como soi apostilar alguns, até porque não há qualquer contradição doutrinária no seu discurso.
Um grupo espírita prudente trabalha com a espontaneidade das comunicações e recorre às evocações tão só nas situações extraordinárias. Até porque “no curso do trabalho mediúnico, os esclarecedores não devem constranger os médiuns psicofônicos a receber os desencarnados presentes, repetindo ordens ou sugestões nesse sentido, atentos ao preceito de espontaneidade – fator essencial ao êxito do intercâmbio.”(8)
Notemos que não temos domínio sobre o mundo dos Espíritos que, para desagrado dos evocadores, têm suas próprias normas de conduta. Quanto aos principiantes na mediunidade, Kardec adverte energicamente “para que não se adote a evocação direta de um Espírito explicando as dificuldades do processo e aconselhando um apelo geral.”. (9)
Há circunstâncias reais que inibem ou obstam aos Espíritos atender os evocadores quando lhes são dirigidas as evocações. Observemos algumas situações que tornam a evocação impossível: quando o desencarnado está envolvido em missões ou ocupações de que não pode afastar-se; quando o Espírito não estiver mais no além, porém já (re)encarnado (só excepcionalmente pode acontecer evocação de um encarnado), mas isso é impossível se estiver reencarnado em planetas inferiores à Terra; quando o evocado etéreo se encontra em locais de punição e não tem permissão para dali se afastar; quando o médium evocador, por sua natureza ou aptidão, não consegue entrar em sintonia mediúnica com o Espírito evocado.
Além disso, como pronunciou Kardec, “as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns.”.(10) Certa vez, alguém nos disse o seguinte: “os dirigentes que estão propondo atualizar suas casas espíritas necessitam abdicar o entendimento contrário às evocações, pois se não houver evocações o centro espírita ficará impedido de curar obsessões (!?…), deixando de realizar uma das mais importantes obras do Espiritismo: a libertação obsessiva” (!!!???). Expliquei ao distinto evocador que o tratamento de desobsessão não é a “obra” mais imperiosa da instituição espírita. A mais importante missão do centro espírita é difundir os conceitos doutrinários, visando colaborar na reforma moral do homem. Outra coisa: o Espiritismo jamais recomendará a propagação dos impróprios métodos de exorcismo batizados de desobsessão através de ingênuas evocações.
Para Leon Denis, não é indispensável fazer evocações definidas. No grupo que dirigiu, raramente ocorreram evocações, pois “preferia dirigir um apelo aos guias e protetores habituais, deixando a qualquer Espírito a liberdade de se manifestar sob sua vigilância.”. (11) Denis legou-nos modelos excelentes de reuniões onde se cultivava a reverência intensa aos mentores do além, em que a mediunidade era desempenhada com amor, sem que houvesse perda ao estudo e à investigação.
Ademais será que impedindo ou sugerindo a não evocação de Espíritos, o campo de pesquisa na instituição se fecha e tudo fica entregue ao “Deus dará”? Será que sem as evocações de Espíritos advirá a pobreza de revelações “avançadas” do além? Há opiniões extravagantes atestando que as manifestações espirituais espontâneas são fonte de improdutividades doutrinárias, o que torna o centro espírita inerme e de onde se faz necessário sair com urgência. (Pasmem!)
Evocar ou não um Espírito é assunto que necessita, assim, ser bem ponderado, tendo sempre em mente a intenção a que ela se presta. André Luiz reafirmou o parecer firmado por Emmanuel, aconselhando a supressão, em nosso meio, “da prática da evocação nominal dos Espíritos.”. (12)
A técnica evocativa dos Espíritos teve sua época, como tiveram as mesas girantes, as pranchetas, as tiptologias, as pneumatografias e pneumatofonias, as materializações etc. Como também teve sua época “o diálogo com os Espíritos através da psicografia. O retorno ao método da evocação, inclusive, não dinamizaria as atividades mediúnicas e nem propiciaria o surgimento de médiuns mais aptos e seguros. No caso destes é exatamente o contrário: o surgimento de médiuns mais adestrados é que possibilitaria (talvez) as condições para as evocações.”. (13)
Em síntese, a evocação pode ser empregada eventualmente, priorizando-se, porém, as comunicações espontâneas. Óbvio que nenhum dos dois métodos deve ser rejeitado radicalmente, até porque isso ocasionaria prejuízos nas atividades da mediunidade nos seus vários aspectos, seja na eventual terapêutica dos quadros obsessivos, na assistência aos espíritos sofredores ou nas investigações dos fenômenos extrafísicos.

Referências Bibliográficas:

(1) A palavra “evocar” deriva do latim “evocare” que significa atrair “alguém” de algum lugar.
(2) Kardec, Allan. O Livro dos médiuns, Rio de Janeiro: Editora FEB, 1971,cap. 25 item 272
(3) Idem, item 283a
(4) Idem , item 269
(5) Hessen, Jorge. Artigo “Técnicas para notícias de desencarnados”, publicado no site http://aluznamente.com.br/tecnicas-para-noticias-de-desenca…... acessado em 12/03/2013
(6) Idem , acessado em 13/03/2013
(7) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, Questão 380
(8) Xavier, Francisco Cândido: Desobsessão ditado pelo Espírito: André Luiz cap. Manifestação do enfermo espiritual III, RJ: Ed. FEB, 1980
(9) Kardec, Allan. O Livro dos médiuns, Rio de Janeiro: Editora FEB, 1971,cap. 17 item 203
(10) Idem , item 272
(11) Denis, Leon, No invisível RJ: Ed FEB, 1990, disponível em http://vademecumespirita.com.br/…/…/texto/611/orientacoes-de...
(12) Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, cap 25
(13) Shubert, Suely Caldas. Artigo – “Da evocação dos Espíritos nas reuniões mediúnicas”, Disponível em http://suelycaldasschubert.webnode.com.br/artigos/ acessado em 12/03/2013

O SUS, as terapias alternativas, o “passe”

O SUS,as terapias alternativas,o “passe”, as remunerações e o “dai de graça”


O Ministério da Saúde promulgou a admissão de determinadas “terapias alternativas” ao Sistema Único de Saúde (SUS), dentre as quais a terapia por imposição de mãos (seria o Reiki oriundo do vitalismo, criado em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui? Ou seria apenas a imposição de mãos sem apelo “religioso” e configurando apenas transfusão magnética tal como ocorre nas casas espíritas? Seria os dois?





Além da tal imposição de mãos, o SUS também vai bancar tratamentos alternativos como apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, ozonioterapia e terapia de florais. Esses procedimentos são chamados de Práticas Integrativas e Complementares (Pics), pois utilizam recursos terapêuticos baseados em tradições populares, voltados para “curar” e prevenir algumas supostas doenças.
Sobre as tais “imposições das mãos”, será que é fator alvissareiro, será que poderá abrir as portas laicas e as mentes para a realidade inquestionável da força do chamado “passe espírita" ou melhor do passe gerido pelos Espíritos? Ou será que uma prática tão sublime será banalizada?
O que podemos ponderar sobre tal complexo assunto?

Uma questão subjacente que deve ser abordada com muito cuidado é justamente o gerenciamento dos agentes dessas “terapias alternativas”, isto é, como escolher e nomear esses "profissionais"? Não se pode perder de vista que tais terapias serão aplicadas por “especialistas” contratados, portanto serão “profissionais” devidamente assalariados para tal função! Diante disso, considerando que haja passista espírita entre os terapeutas, respeitando os preceitos cristãos, recomendamos o alerta -“dai de graça o que de graça recebestes.” [1]

Sobre esse assunto já li sugestões charmosas e outras um tanto quanto absurdas. Uma delas seria a possibilidade dos centros espíritas oferecerem os serviços de passes gratuitamente nas unidades do SUS. Mas, há os incautos que insinuam a destinação do eventual salário aos profissionais para as instituições beneficentes e/ou espíritas. Ora isto seria um abjeto comércio dos dons mediúnicos. Recordemos que todo serviço espiritual gratuito é padrão da legítima prática espírita.
Ante esse panorama que está sendo construído na área de saúde pública, certamente haverá “espíritas” que desculparão a própria consciência nutrindo o subterfúgio de que aplicar passe e ser remunerado pelo SUS não é comerciar a caridade do passe. Possivelmente haverá esvaziamento da voluntária doação gratuita do passe nas casas espíritas, pois os passistas “desempregados” estarão disputando vagas no SUS. E se forem contratados, na melhor das hipóteses, estarão cansados à noite para a tarefa espírita. Ou, ainda, na pior das hipóteses, poderão disputar parte do valor que deverá ser revertido a eles próprios que também têm dificuldade financeira.

Sabemos que há alguns hospitais que ainda não consentem a aplicação de passes quando confrades espíritas visitam os enfermos nas enfermarias. Talvez proíbam por prevenção ideológica ou preconceito médico e ou religioso. Seguramente, diante dessa nova norma do governo, creio que essa oposição poderá ser atenuada. Ou por outro lado, talvez o empecilho aumente, pois, considerando que o serviço será remunerado (pelo SUS), não será fácil convencer que "passistas" profissionais não terão a ideia brilhante de entrar na justiça do trabalho pedindo vínculo empregatício com os hospitais que permitirem o gesto "caridoso". Tudo é possível. O tema é complexo e vai muito além do que talvez estejamos avistando.

Quem sabe a ação constituída pela chamada liderança espírita junto ao governo seja oportuna nesta circunstância. Afinal de contas o atual governo está bradando por terapêuticas alternativas pelo SUS. Diante de tal desafio, será que o espírita terá capacidade de aprovisionar, de graça, e com preparação organizada dos passistas a fim de formalizar as normas oficiais de procedimento sob o princípio do voluntariado perante os hospitais?

Referência:
[1] Mateus, 10:8

terça-feira, 13 de março de 2018

Qual a finalidade da Mediunidade na face da Terra?

Divaldo Pereira Franco

A mediunidade é, antes de tudo, uma oportunidade de servir, bênção de Deus, que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio podemos ter aqui, não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os débitos adquiridos nas encarnações anteriores. É graças à Mediunidade que o homem tem a antevisão do seu futuro espiritual, e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta à erraticidade, trazendo-lhe informes de segurança, diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que ele absorve do contato mantido com os desencarnados.



Assim, a mediunidade tem uma finalidade de alta importância, porque é graças a ela que o homem se conscientiza das suas responsabilidades de Espírito imortal. Conforme afirmava o apóstolo Paulo, se não houvesse a ressurreição do Cristo, para nos trazer a certeza da vida espiritual, de nada valeria a mensagem que Ele nos deu.


Do Livro: Diretrizes de Segurança
Por Divaldo Pereira Franco e J. Raul Teixeira
Editora: Frater
Ano: 1990

Marcas Mediúnicas

MEDIUNIDADE, efetivamente, é recurso de todos, de vezque o intercâmbio espiritual reponta em toda parte.
Urge, porém, classificar-lhe as ocorrências, afim de que se lhes especifique a natureza essencial.
Vejamos, por isso, algumas das marcas que assinalam os fenômenos mediúnicos, sem a Doutrina Espírita à
luz do Evangelho do Cristo:

Revelação sem respeito.
Talento sem caráter.
Instrução sem educação.
Liberdade sem disciplina.
Conversação sem discernimento.
Indagação sem trabalho.
Iniciativa sem estudo.
Prazer sem responsabilidade.
Pesquisa sem consciência.
Tempo sem proveito.





Examinemos, em seguida, marcas outras que registram os fenômenos mediúnicos orientados pelo Evangelho
do Cristo,à Luz da Doutrina Espírita:

Conhecimento sem bazófia
Fé sem fanatismo.
Caridade sem ostentação.
serviço sem apego.
Resignação sem preguiça.
Firmeza sem violência.
Fraternidade sem distinção de
pessoas.
Afeição sem desequilíbrio.
Dever sem constrangimento.
No fenômeno mediúnico sem o Evangelho De Jesus, vemos a criatura tentando situar o Reino de Deus, na
exaltação do império egoístico do "eu", mas, no fenômeno mediúnico, sob as lições do Divino Mestre,
encontramos a criatura conduzindo as forças do próprio "eu" para a exaltação do Reino de Deus.

Do Livro: Canais da Vida
Ditado por: Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

OBSESSÃO NOS GRUPOS ESPÍRITAS (Médiuns)

Os falsos profetas não se encontram unicamente entre os encarnados. Há os também, e em muito maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade,
lançando-lhe de través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem.
E, para melhor fascinarem aqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os homens pronunciam.
São eles que espalham fermento dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e a olharem-se com prevenção.

Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar
o mais formal desmentido às suas pretensões.
Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste.
Mas, há muitos outros meios de serem reconhecidos. Espíritos da categoria em que eles
dizem achar-se têm de ser não só muito bons, como também eminentemente racionais.
Pois bem: passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão e do bom senso e vede o que restará.
Convinde, pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito indica, como remédio aos males da Humanidade ou como meio de conseguir-se a sua transformação, coisas utópicas e impraticáveis, medidas pueris e ridículas; quando formula um sistema que as mais
rudimentares noções da Ciência contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e mentiroso.
Por outro lado, crede que, se nem sempre os indivíduos apreciam a verdade, esta é apreciada
sempre pelo bom senso das massas, constituindo isso mais um critério.
Se dois princípios se contradizem, achareis a medida do valor intrínseco de ambos, verificando qual dos dois encontra mais ecos e simpatias.
Fora, com efeito, ilógico admitir-se que uma doutrina cujo número de adeptos diminua progressivamente seja mais verdadeira do que outra que veja o dos
seus em continuo aumento.
Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a confina num círculo acanhado: fá-la surgir em diferentes pontos, a fim de que por toda a parte a luz esteja ao lado das trevas.
Repeli sem condescendência todos esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação e o insulamento.
São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se homens fracos e
crédulos, prodigalizando-lhes exagerados louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados.
São, geralmente, Espíritos sequiosos de poder e que, déspotas públicos ou nos lares, quando
vivos, ainda querem vítimas para tiranizar depois de terem morrido.
Em geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição.
Estai certos, igualmente, de que quando uma verdade tem de ser revelada aos homens, é, por assim dizer, comunicada instantaneamente a todos os grupos sérios, que dispõem de médiuns também sérios, e não a tais ou quais, com exclusão dos outros.
Nenhum médium é perfeito, se está obsediado; e há manifesta obsessão quando um médium só é apto a receber comunicações de determinado Espírito, por mais alto que este procure colocar-se.
Conseguintemente, todo médium e todo grupo que considerem privilégio seu receber as comunicações que obtêm e que, por outro lado, se submetem a práticas que
tendem para a superstição, indubitavelmente se acham presas de uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador se pavoneia com um nome
que todos, encarnados e desencarnados, devem honrar e respeitar e não permitir seja declinado a todo propósito.
É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos Espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro.
Pode um médium ser fascinado, e iludido um grupo; mas, a verificação severa a que procedam os outros grupos, a ciência adquirida, a alta autoridade moral dos diretores
de grupos, as comunicações que os principais médiuns recebam, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, justiçarão rapidamente esses ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos mistificadores ou maus.

-Erasto, discípulo de São Paulo. (Paris, 1862,)

JOSÉ HERCULANO PIRES FALA SOBRE O PASSE ESPÍRITA

O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus. Mas há um passado histórico que não podemos esquecer. Desde as origens da vida humana na terra encontramos os ritos de aplicação dos passes, não raro acompanhados de rituais, como sopro, a fricção das mãos, a aplicação de saliva e até mesmo (resíduo do rito do barro), a mistura de saliva e terra para aplicação no doente. No próprio Evangelho vemos a descrição da cura de um cego por Jesus usando essa mistura. Mas Jesus agiu sempre, em seus atos e em suas práticas, de maneira que essas descrições, feitas entre quarenta e oitenta anos após a sua morte, podem ser apenas influência de costumes religiosos da época. Todo o seu ensino visava afastar os homens das superstições vigentes no tempo.




Essas incoerências históricas, como advertiu Kardec, não podem provir dele, mas dos evangelistas; caso contrário, Jesus teria procedido de maneira incoerente no tocante aos seus ensinos e seus exemplos, o que seria absurdo.
O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje se envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas, de um passado já há muito superado. Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas a prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.
As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.
Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano às formas de atividades materiais. Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer. Queremos dirigir, orientar os fluidos espirituais como se fossem correntes elétricas e manipulá-los como se a sua aplicação dependesse de nós. O passista espírita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluidos espirituais – e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa – limita-se à função mediúnica de intermediário. Se pede a assistência dos Espíritos, com que direito se coloca depois no lugar deles? Muitas vezes os Espíritos recomendam que não se façam movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes. Ou confiamos na ação dos Espíritos ou não confiamos, e neste caso é melhor não os incomodarmos com os nossos pedidos.
O passe espírita é prece, concentração e doação. Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a doação dos Espíritos. São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da assistência espiritual.

José Herculano Pires
Do livro: Obsessão - o Passe – a Doutrinação

domingo, 4 de março de 2018

Sobre os Médiuns Curadores

 
- Qual a finalidade de médiuns curadores?
 
Divaldo Franco – A prática do bem, do auxílio aos doentes. O Apóstolo Paulo já dizia: “Uns falam línguas estrangeiras, outros profetizam, outros impõem as mãos...”
Como o Espiritismo é o Consolador, a mediunidade, sendo o campo, a porta por meio da qual os Espíritos Superiores semeiam e agem, a faculdade curadora é o veículo da Misericórdia para atender a quem padece, despertando-o para as realidades da Vida Maior, a Vida Verdadeira. Após a recuperação da saúde, o paciente já não tem o direito de manter dúvidas nem suposições negativas ante a realidade do que experimentou.
O médium curador é o intermediário para o chamamento aos que sofrem, para que mudem a direção do pensamento e do comportamento, integrando-se na esfera do bem.
 
- É normal que médiuns dessa natureza se utilizem de instrumental cirúrgico, de indumentária, que os caracterizem como médicos?
 
Divaldo Franco – Na minha forma de ver, trata-se de ignorância do espírito comunicante, que deve ser devidamente esclarecido, e de presunção do médium, que deve ter alguma frustração e se realiza dessa forma, ou de uma exibição, ou, ainda, para gerar maior aceitação do consulente que, condicionado pela aparência, fica mais receptivo. Já que os espíritos se podem utilizar dos médiuns que normalmente não os usam, não vejo porque recorrer à técnica humana quando eles a possuem superior.
 
- Quais os cuidados que se deve tomar para que o médium curador não se apresente como um curandeiro e não esteja enquadrado no Código Penal, pela prática ilegal da medicina?
 
Divaldo Franco – Primeiro, que ele estude a Doutrina Espírita, porque todo e qualquer médium que ignora o Espiritismo é alguém que caminha em perigo.
Por que é alguém que caminha em perigo? Porque aquele que ignora os recursos que possui, que se desconhece a si mesmo, é incapaz de realizar um trabalho em profundidade e com equilíbrio. Se estuda a Doutrina, fica sabendo que a faculdade de que se encontra revestido é temporária, é o acréscimo de responsabilidade, também uma provação, na qual ele estará sendo testado constantemente e deve sempre, em cada exame, lograr um resultado positivo.
Depois de se dedicar ao estudo da Doutrina, deve se vincular a um Centro Espírita, porque um dos fatores básicos do nosso comportamento é a solidariedade, em trabalho de equipe. Estando a trabalhar num Centro Espírita, ele estará menos vulnerável às agressões das pessoas frívolas, irresponsáveis, dos interesseiros; terá um programa de ação, em dias e horas adrede estabelecidos. Então, não ficará à mercê da mediunidade, em função dela, mas será um cidadão normal, que tem seus momentos de atender, trabalhando para viver com dignidade e renunciando às suas horas de descanso em favor do ministério mediúnico.
Para que ele se poupe de ficar incurso no Código Penal, deve fazer o exercício da mediunidade sem prometer, sem anunciar curas retumbantes, porque estas não podem ser antecedidas, e a Deus pertencem, e não retire da mediunidade nenhum proveito imediato, porque o curandeirismo implica em exploração da ingenuidade do povo, da superstição e da má-fé. Se ele é dotado de uma faculdade mediúnica, seja qual seja, dentro de uma vida regular e equilibrada, preservar-se-á a si mesmo. Se, eventualmente, for colhido nas artimanhas e nas malhas da Lei, isto será consequência da Lei Divina.
Que ele saiba pagar o preço do ministério que executa, que lhe foi confiado pelo Senhor.
 
Retirado do livro “Diretrizes de Segurança”
 
 
Por Divaldo P. Franco e J. Raul Teixeira

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Médiuns não são adivinhos

Médiuns não são adivinhos


 Por: Wellington Balbo 


Em artigo na Revista Espírita, janeiro de 1858, intitulado “Médiuns julgados” Kardec ensina que os médiuns não são adivinhos, mas intérpretes das inteligências do outro mundo.
Logo, o médium sozinho nada produz, pois precisa do concurso dos Espíritos.
Kardec aborda o tema por conta de um teste que acadêmicos fizeram com médiuns para que adivinhassem o que estava escrito numa carta ou lessem algo num livro fechado.




O prêmio de 500 dólares ou 2.500 francos seria dado ao médium que acertasse as respostas.
Médium não é adivinho, mas intermediário dos Espíritos. Os Espíritos, por sua vez, não são fantoches, têm vontade própria e não se sujeitam a este ou aquele capricho, ao contrário, os Espíritos sérios afastam-se de quem age com interesse pecuniário ou por mera curiosidade, no intuito de colocá-los à prova.
Já vi dezenas de vezes alguém pedir ao médium que lhe diga isto ou aquilo, revele esta ou aquela coisa.
Pior: pude presenciar, sem qualquer cerimônia, médium devastando existências anteriores de quem o procurava e afirmava, categórico: vocês são inimigos do passado, eis a causa de tanta desavença. Você foi assassinada por ele em outra vida, eis porque não se dão bem nesta.
Gente sem um mínimo de preparo embarca nesta “furada” e entra em parafuso. Afasta-se das pessoas e não realiza o que deve ser realizado, ou seja, harmonização com os familiares
Simplesmente tolera, numa lamentável atitude de superioridade e um falso perdão para com o seu suposto assassino.
Não, definitivamente não é este o objetivo da mediunidade. Adivinhar não é para médiuns, ao menos os médiuns que se educaram nos preceitos desenvolvidos por Allan Kardec.
O orgulho, porém, fala alto e alguns médiuns deixam levar-se por ele. Querem a glória, bajulação, seguidores… Então, tornam-se adivinhos e respondem a todas as perguntas que lhes são propostas. Fogem à mínima gota de humildade e, vencidos pelo orgulho, sucumbem…
Ignoram ser o orgulho, como acentua Kardec, a chaga que os Espíritos ignorantes da verdade exploram com mais habilidade.
A mediunidade não é tarefa fácil, exige esforço contínuo por trabalhar as próprias mazelas e livrar-se do orgulho.
Num mundo em que os 15 minutos de fama vem sendo o objetivo de muita gente, constatou-se que a mediunidade é campo fértil para uma exposição mais potente da figura.
Adivinhações, revelações das mais esquisitas, busca pelos holofotes tornaram-se comuns…
Quando o espetacular ganha espaço o simples perde o brilho…
Entretanto, médiuns não são adivinhos, não detém qualquer poder especial. Podem, portanto, ter sua faculdade suspensa caso os Espíritos assim considerem conveniente.
Conforme consta em O livro dos Médiuns, os bons Espíritos alegram-se com a simplicidade de coração, esta, por sua vez, irmã da humildade, o antídoto para o orgulho.

Pensemos nisto.

Por: Wellington Balbo – Salvador BA.