sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

VONTADE FIRME PARA DESENVOLVER A MEDIUNIDADE (MÉDIUNS PRINCIPIANTES)

"COISAS AINDA MAIS IMPORTANTES DO QUE O MODO DE CHAMAR SÃO A CALMA E O RECOLHIMENTO UNIDOS A UM DESEJO
ARDENTE E À FIRME VONTADE DE SER BEM SUCEDIDO; E POR VONTADE NÃO ENTENDEMOS AQUI UMA VONTADE EFÊMERA QUE ATUA POR INTERVALOS E QUE CADA MINUTO SE INTERROMPE POR OUTRAS PREOCUPAÇÕES; MAS UMA VONTADE SÉRIA, PERSEVERANTE, CONTÍNUA, SEM IMPACIÊNCIA NEM DESEJO FEBRIL".

O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, cap.XVII. item 2014, Edição IDE





Quase sempre, no princípio de seu desenvolvimento mediúnico, o médium se entusiasma, chegando a crer-se um missionário do Plano Espiritual corporificado na Terra.
Esse entusiasmo,de certa maneira, é necessário para que o medianeiro (médium) se anime a trabalhar e a aprimorar os seus dons medianímicos.
Entretanto tudo o que é excessivo é contraproducente...O Médium deve saber que, entre o serviço mediúnico comum a todos os médiuns e o chamado mandato mediúnico, a distância é imensa.
Raros são os amigos da mediunidade que renascem com missão específica no campo da mediunidade; desses raros, raríssimos são os que conseguem corresponder às expectativas dos Espíritos Superiores, dando cabal cumprimento à sua tarefa.
Quando o médium iniciante,passados aqueles naturais momentos de deslumbramento, percebe percebe que a sua mediunidade caiu numa espécie de rotina, onde os resultados observados são lentos, a sua tendência é a de entregar-se ao desânimo...
Este é o instante de perseverar e manter a vontade firme.
Se as conquistas materiais demandam tempo, não poderia ser diferente com as conquistas espirituais.
Sem dificuldades e obstáculos, não haveria mérito!
Depois daquele impulso inicial, a mediunidade pode entrar numa espécie de marasmo, com o médium acreditando que as suas faculdades estacionaram...Este período pode ser de duração mais ou menos longa, e é uma prova para o médium.
O artista que concebe um quadro ás vezes gasta muito mais tempo nos retoques do que propriamente na produção da tela...
Arrancar o mármore bruto do berço da natureza não é tarefa difícil... Difícil é cinzelá-lo. dando-lhe a forma que se deseja.
A eclosão da mediunidade acontece rapidamente; o seu desenvolvimento posterior, com a necessária educação do médium, é obra de paciência.
Muitos médiuns promissores anulam-se a si mesmos, porque tudo querem obter às pressas.
Diríamos, portanto, que a mediunidade em si atravessa três fases: a fase em que aparece e se manifesta no médium, a fase em que se desenvolve e a fase produtiva.
Na fase de desenvolvimento, o médium deve aproveitar para "equipar-se" com todos os recursos ao seu alcance, a fim de que os espíritos o encontrem apto na fase produtiva.
Por fase produtiva entendemos aquela em que o medianeiro, mais seguro de sua própria mediunidade, não vacila, servindo de intérprete aos espíritos, seja através de comunicados esclarecedores ou de mensagens que retratem a situação de sofrimento de seus autores. De todos esses comunicados e
mensagens,sempre ser-nos-á possível algo aprendermos sobre a vida e as Leis que a regem.
A fase que denominamos de desenvolvimento pode requerer muitos anos; depende do grau de aplicação do médium, de sua dedicação, de seu amor ao trabalho, de sua disciplina, de sua perseverança...
Essa fase de desenvolvimento poderá ser encurtada, se os Espíritos Superiores perceberem a boa intenção do médium. Então, haverão de aproximar-se dele, secundarão os seus esforços, trabalharão com ele no Plano Espiritual, em seus naturais instantes de desprendimento pelo sono, adestrarão, enfim, de forma intensiva as suas faculdades.
Como nos diz Allan Kardec, a impaciência e o desejo febril revelam a imaturidade do médium que se afasta da mediunidade para retomá-la depois, afasta-se novamente e volta a retomá-la mais tarde, nunca conseguirá ser um médium produtivo e chegará à Outra Vida frustrado, lamentando a sua falta de responsabilidade e o desprezo dos talentos que o Senhor lhe concedeu.

Do Livro Somos Todos Médiuns

Ditado pelo Espírito Odilon Fernandes
Psicografia de Carlos A. Baccelli

Mediunidade Espírita

"Restituí a saúde aos doentes, ressucitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Daí gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido."
(Matheus, 10:8)


 


"Mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora.(...) O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam."
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 26, Item 10.)
"Os médiuns atuais (...) igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de sere intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzí-los a fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertecem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado. Tal a razão por que a mediunidade não se constitui um privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la pagar seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo."
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 26, Item 7.)
" A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza da mesma faculdade. (...) É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar."
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 26, Item 9.)
Dar gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido, diz jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou. Ora o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os "demônios", isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitaente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem de meio de vida.
Ressalta dessas palavras do Cristo, que a mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora.. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluído, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes um preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Os médiuns receberam de Deus um dom gratuito: o de sere intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzí-los a fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertecem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado. Tal a razão por que a mediunidade não se constitui um privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la pagar seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.
Além disso, quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos Superiores estejam à disposição do primeir que apareça e os convoque a tanto por sessão.
Nota-se, entretanto, que médiuns interesseiros não são apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa; o interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. É esse um dos defeitos que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os Bons Espíritos se afastam de quem pretenda dela fazer um degrau para chegar ao que quer que seja que não conrresponda às vistas da providência.
A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguinte, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância.
Todos os homens tem o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhadao dos seus cinco sentidos.
Na atualidade porém, temos de reconhecer que no campo imenso das potencialidades psíquicas do homem existem os médiuns com tarefa definida, percursores das novas aquisições humanas. É certo que essas tarefas reclamam sacrifícios e se constituem, muitas vezes, de provações ásperas; todavia, se o operário busca a substância evangélica para a execução de seus deveres, é ele o trabalhador que faz jus ao acréscimo de misericórdia prometido pelo mestre a todos os discípulos de boa-vontade.
Mesmo o médium sob excelente assistência espiritual não deve descurar-se da própria vigilância, lembrando sempre de que é uma criatura humana, sujeita, por isso, a oscilações vibratórias, a pensamentos e desejos inadequados.
Devemos ter sempre na lembrança as palavras de Emmanuel: Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o possado obscuro e delituoso.
O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodado de graves deslizes e erros clamorosos. quando médium guarda a noção de fragilidade e pequenez, pela convicção de que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento, pelo trabalho e pelo estudo, está-se preparando, com segurança, para o triunfo nas lides do Espírito Eterno.
Assim podemos dizer que a primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.
Em suma, o médium que vigia a própria vida, disciplina as emoções, cultiva as virtudes cristãs e oferece ao Senhor, multiplicados os talentos que por empréstimo lhe foram confiados, estará, no silêncio de suas dores e de seus sacrifícios, preparando o seu caminho de elevação para o Céu.
Estará, sem dúvida, exercendo a mediunidade Espírita.

Fenômenos Mediúnicos na História da Humanidade

Quando nos perguntamos o que é o Espiritismo ou como foi codificado o Espiritismo, precisamos entender historicamente o caminhar da mediunidade, que como veremos mais à frente é a faculdade de entrar em contato com o mundo espiritual, pois foi precisamente através dos fenômenos mediúnicos que o Espiritismo surgiu.





Engana-se aquele que pensa que os fenômenos mediúnicos são recentes, ou obras do espiritismo. A relação entre o mundo espiritual e o mundo físico perde-se na memória da humanidade, e o homem sempre portou a faculdade de contatar aqueles que não pertencem mais ao mundo dos encarnados.
A faculdade mediúnica é inerente a todos os homens, é um sentido, assim como a visão, e são raríssimos os casos em que o homem não sinta direta ou indiretamente a influência do outro mundo e de seus habitantes.
Durante muito tempo a humanidade guiou-se por esses fenômenos, tidos até então como maravilhosos e sobrenaturais. Em algumas culturas eram considerados meios de contatar os próprios Deuses e por esse motivo a mediunidade e os médiuns, seres portadores desta faculdade de forma mais ostensiva, eram considerados verdadeiros santos, sacerdotes enviados pelos Deuses ao mundo dos viventes para guia-los e instruí-los durante sua passagem pela Terra.
Veremos agora o desenvolver da mediunidade no decorrer da história e das sociedades.
Os Fenômenos mediúnicos na história da humanidade.
A mediunidade nas Sociedades Primitivas Tribais
Quando pensamos em mediunidade remetemo-nos ao período pré-histórico denominado Paleolítico, período que vai de 2,5 Milhões Antes de Cristo a 10.000 anos Ante de Cristo, onde os humanos eram essencialmente nômades caçador-coletores, tendo que se deslocar constantemente em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou pedra lascada. Apesar de convencionar-se que a consolidação da religião ocorre no período Neolítico, a arqueologia registra que no Paleolítico existiu uma religião primitiva. Essa era baseada no culto à mulher com a associação desta ao poder de dar a vida. Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo"; eram cobertas por um pigmento de cor vermelho ocre, que simbolizava o sangue, e estavam intimamente ligadas ao ritual de adoração às estatuetas femininas, que evidenciavam a função da mulher no período, a de procriar, com úteros grandes, que se entende como gravidez e seios também grandes, evidenciando a amamentação. Escavações atestaram que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos, que eram localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas femininas.
Passando do Paleolítico temos o período denominado Neolítico, ou “Período da Pedra Polida”, datando cerca de 3.000 anos Antes de Cristo, quando a humanidade que até então era nômade, começou a sedentarizar e a organizar-se em tribos e pequenas sociedades que possuíam entre si os seus xamãs, uma espécie de sacerdote, médico, curandeiro, conselheiro e adivinho. Era um líder espiritual com funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa que tinha a capacidade de, por meio de êxtase, manter contato com o universo sobrenatural e com as forças da natureza.
A mediunidade no Hinduísmo.
O hinduísmo é uma tradição religiosa oriental, originada na índia e não tem um sistema unificado de crenças, abrange todos os fenômenos religiosos que se originam e são baseados nas tradições védicas. Pouco se é conhecido sobre a origem do Hinduísmo, já que sua existência antecede registros históricos, a sua existência é estimada entre 4.000 a 6.000 anos Antes de Cristo.
O hinduísmo moderno cresceu a partir dos Vedas que são os textos mais antigos do hinduísmo, e também influenciaram o budismo, o jainismo e o sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com o Livro dos Mortos (coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito,), com o Enuma Elish (é o mito de criação babilônico), I Ching (O pode ser compreendido e estudado tanto como um oráculo quanto como um livro de sabedoria. Na própria China, é alvo do estudo diferenciado realizado por religiosos, eruditos e praticantes da filosofia de vida taoísta.) e o Avesta (escrituras sagradas do zoroastrismo), eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga.
Desde tempos imemoriais, os brâmanes (é um membro da casta sacerdotal indiana), iniciados nos mistérios sagrados, preparavam indivíduos chamados “faquires” para a obtenção dos mais notáveis fenômenos mediúnicos, tais como a levitação, o estado sonambúlico até o nível de êxtase, a insensibilidade hipnótica à dor, entre outros, além do treino para a evocação dos Pitris (espíritos que vivem no espaço, depois da morte do corpo), cujos segredos eram reservados somente àqueles que “apresentassem 40 anos de noviciado e de obediência passiva”.
A iniciação entre os brâmanes comportava três graus:
· No primeiro, eram formados para se encarregar do culto vulgar e explorar a credibilidade da multidão. Ensinava-se a eles comentar os três primeiros livros dos Vedas, dirigir as cerimônias e cumprir os sacrifícios. Os brâmanes do primeiro grau estavam em comunicação constante com o povo, eram seus diretores imediatos.
· O segundo grau era composto dos “exorcistas, adivinhos e profetas evocadores de espíritos”, que eram encarregados de atuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais.
· No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a multidão e quando o faziam, era sempre por meio de fenômenos aterrorizantes e de longe.
A mediunidade no Antigo Egito
O Antigo Egito foi uma civilização da Antiguidade oriental do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 150 antes de Cristo com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó desenvolveu-se ao longo dos três milênios seguintes. Sua história desenvolveu-se ao longo de três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermediários.
Para compreendermos a mediunidade no antigo Egito é preciso que compreendamos um pouco como a sociedade egípcia funcionava e como era a sua ligação com a Religião.
A sociedade egípcia era organizada de forma eficiente, embora injusta, mas a sua eficiência garantia sua expansão e funcionamento adequado .
Cada segmento da hierarquia possuía funções e poderes determinados. Ocuparmo-nos apenas dos sacerdotes.
Na escala de poder estavam abaixo apenas do Faraó, com quem mantinham contato direto. Eram responsáveis por rituais, festas, todas, é claro, ligadas as atividades religiosas. Tinha como função também administrar todos os bens que eram oferecidos aos deuses, assim, acabavam acumulando uma grande quantidade de bens materiais.
“De forma idêntica às práticas religiosas da antiga Índia, as faculdades mediúnicas no Egito foram desenvolvidas e praticadas no silêncio dos templos sagrados, sob o mais profundo mistério e rigorosamente vedadas à população leiga. A iniciação nos templos egípcios era cercada de numerosos obstáculos e exigia-se o juramento de sigilo. A menor indiscrição era punida com a morte.
Saídos de todas as classes sociais, mesmo das mais ínfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores do Egito. Os reis por eles escolhidos e iniciados só governavam a nação a título de mandatários. Todos os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos.
Os magos dos faraós realizavam todos esses prodígios que são referidos na Bíblia. É bem certo que eles
evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas. Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face dos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de prestidigitação. A ciência dos sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito a ciência atual, pois conheciam o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sono provocado, praticavam largamente a sugestão, usavam a clarividência com fins terapêuticos e eram célebres pelas práticas de curas hipnóticas.
No tempo em que Moisés libertou o povo hebreu do cativeiro egípcio, vamos encontrar o espírito daquele
que um dia seria o codificador da doutrina espírita envergando a túnica sacerdotal e já detentor de sabedoria que o colocava como sacerdote preferido do faraó Ramsés II.
O sacerdote Amenophis era médium de efeitos físicos, inclusive existem relatos sobre as sessões de materialização que eram realizadas naquela época.” (Revista Cristã de Espiritismo nº12 pág 20-24)
Mediunidade na Grécia Antiga
Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde 1 100 a.C. (período posterior à invasão dórica) até à dominação romana em 146 a.C., contudo deve-se lembrar que a história da Grécia inicia-se desde o período paleolítico, perpassando a Idade do Bronze com as civilizações Cicládica (3000-2 000 a.C.), minoica (3000-1 400 a.C.) e micênica (1600-1 200 a.C.); alguns autores utilizam de outro período, o período pré-homérico (2000-1 200 a.C.), para incorporar mais um trecho histórico a Grécia Antiga.
Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (Hércules, Teseu, Perseu, Édipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica mitologia.
Além dos grandes santuários como os de Delfos, Olímpia e Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.
As práticas religiosas gregas influenciaram as práticas Romanas até 391 d. C. quando Teodósio I, último líder de um Império Romano unido, oficializou a conversão do império romano ao Cristianismo.

Oração de Natal

Natal volta de novo,em nova melodia
Espalhando na Terra a Celeste Alegria...
Agradecemos, Jesus, a concessão
Do mais formoso dia!...
Aos estudos de tempo me consagro,
Noto que a inteligência
Nunca nos deu tanta ciência
A fim de te servir e acompanhar...
As grandes máquinas voam, do solo para o ar...
E me ponho a pensar:
Senhor, agora, o que mais necessitamos,
De mais força, domínio, ouro e poder,
A fim de que vivamos de conquista em conquista,
Tendo somente, em vista, escravizar e escravizar?!
Entretanto, Jesus, agora venho
Pedir-te ao coração talvez ainda amarrado ao lenho:
Dá-nos mais amplo entendimento da verdade,
Para seguir contigo
Amado e Excelso Amigo,
No sustento da paz e na luz da humildade!...
Maria Dolores
Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier,
na noite de 05/10/1987, no Grupo Espírita da Prece em
Uberaba M.G


Mediunidade e Médium

A mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como a de ver, de ouvir, de falar.[...] A mediunidade é conferida sem distinçãom a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. [...] A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores. É apenas ua aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos, em geral. O Bom médium, pois, não é aquele que se comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência."
(Allan Kardec: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 24, item 12.)





"Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é interente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva."

(Allan Kardec: O Livro dos Médiuns. Segunda Parte. Cap. 24, item 159.)

Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, nenhuma há de que o homeme, por efeito do seu livre-arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por exemplo, a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, maior seria o número de mudos do que os dos que falam. Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deuxa de punir o que delas abusa.
Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como aos ricos; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que necessitam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que o pode arrancar ao lameiro? Os bons Espíritos lhe vêm em auxílio e seus conselhos, dados diretamente, são de natureza a impressioná-lo de um modo mais vivo do que se os recebesse indiretamente. Deus, em sua bondade, para lhe poupar o trabalho de ir buscá-la longe, nas mãos lhe coloca a luz. Não será ele bem amis culpado, se não a quiser ver? Poderá desculpar-se com a sua ignorância, quando ele mesmo haja escrito com as suas mãos, visto com os seus próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e pronunciado com a própria boca a sua condenação? Se não aproveitar, será então punido pela perda ou pela perversão da faculdade que lhe fora outorgada e da qual, nesse caso, se aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganrem, sem prejuízo das aflições reais com que Deus castiga os servidores indignos e os corações que o orgulho e o egoísmo endureceram.

A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos Superiores. É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos, em geral.
Segundo Emmanuel, a mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda a carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, em curso atualmente na Terra. Sendo Luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios cristãos na sua trajetória pela face do mundo.

Mediunidade é talento do céu, para o serviço de renovação do mundo. Lâmpada que nos cabe acender, aproveitando o óleo da humildade, é indispensável nutrir com ela a sublie luz do amor, a irradiar-se em caridade e compreensão para todos os que nos cercam.
Por outro lado, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é interente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
O médium, assim, é o ser, o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens: Espíritos encarnados. Por conseguinte, sem médium, não há comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, de qualquer natureza que seja.
Nota-se, entretanto, que o bom médium, pois, não é aquele que se comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.
A missão mediúnica, se tem seus percalços e suas lutas dolorozas, é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus filhos misérrimos.
Assim é que os grandes Instrutores da Espiritualidade utilizam-se dos médiuns para a transmissão de mensagens edificantes, enriquecendo o Mundo com novas revelações, conselhos e exortações que favorecem a definitiva integração a programas emancipadores. Tudo isso pode o mediunismo conseguir se o pensamento do Nosso Senhor, repleto de fraternidade e sabedoria, for a bússola de todas as realizações.

Tipos de mediunidade

“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...) Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XIV).



Assim, conforme asseverou o Codificador, todos mantemos contato com o Mundo Espiritual, pois vivemos em incessante intercâmbio com o mesmo. Desta forma, ao fazermos uma oração recebemos o amparo da espiritualidade maior, do nosso protetor/mentor espiritual, entramos em contato com as usinas de força da Vida Maior. Por conseguinte, estamos exercendo a mediunidade, haja vista que recebemos a influência dos espíritos superiores. E, pela questão da sintonia vibratória, isso também vale para os espíritos menos elevados, pois quando alguém tem pensamentos inferiores, espíritos que se afinam com estes são atraídos. "O pensamento é o laço que nos une aos Espíritos, e pelo pensamento nós atraímos os que simpatizam com as nossas idéias e inclinações". Allan Kardec. Entretanto, usualmente só se chamam de médiuns “aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva”. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo IX)
Posto isso, os principais tipos de mediunidade são:
.de efeitos físicos: este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os facultativos - que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos - e os involuntários ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.
.dos médiuns sensitivos ou impressionáveis: são pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão. Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade.
.médiuns audientes ou clariaudientes: neste caso os médiuns ouvem a voz dos espíritos. O fenômeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo. Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta, semelhante a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, estabelecer conversação com os espíritos.
.médiuns videntes ou clarividentes: são dotados da faculdade de ver os espíritos. Cabe salientar que o médium não vê com os olhos, mas é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos.
.médiuns psicofônicos: neste tipo o médium serve como um instrumento pelo qual o espírito se comunica pela fala; assim, há a acoplação do perispírito do espírito comunicante no perispírito do médium, permitindo, assim, que o espírito utilize o aparelho fonador do médium para fazer uso da fala.
.médiuns de cura: Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico. No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.
.médiuns mecânicos: Quem examinar certos efeitos que se produzem nos movimentos da mesa, da cesta, ou da prancheta que escreve não poderá duvidar de uma ação diretamente exercida pelo Espírito sobre esses objetos. A cesta se agita por vezes com tanta violência, que escapa das mãos do médium e não raro se dirige a certas pessoas da assistência para nelas bater. Outras vezes, seus movimentos dão mostra de um sentimento afetuoso. O mesmo ocorre quando o lápis está colocado na mão do médium; freqüentemente é atirado longe com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, se agitam convulsivamente e batem na mesa de modo colérico, ainda quando o médium está possuído da maior calma e se admira de não ser senhor de si Digamos, de passagem, que tais efeitos demonstram sempre a presença de Espíritos imperfeitos; os Espíritos superiores são constantemente calmos, dignos e benévolos; se não são escutados convenientemente, retiram-se e outros lhes tomam o lugar. Pode, pois, o Espírito exprimir diretamente suas idéias, quer movimentando um objeto a que a mão do médium serve de simples ponto de apoio, quer acionando a própria mão.
Quando atua diretamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente da vontade deste último. Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e pára, assim ele acaba.
Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve. Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta; têm-se os médiuns chamados passivos ou mecânicos. E preciosa esta faculdade, por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que escreve.
.médiuns intuitivos: 180. A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. E o que se chama médium intuitivo.
Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.
O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo.
.médiuns semimecânicos: 181. No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semimecânico participa de ambos esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos médiuns são os mais numerosos
.médiuns inspirados: 182. Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares idéias. Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com freqüência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer. Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito freqüentemente se admirará das idéias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor. Se nenhuma idéia surge, é que é preciso esperar. A prova de que a idéia que sobrevém é estranha à pessoa de quem se trate esta em que, se tal idéia lhe existira na mente, essa pessoa seria senhora de, a qualquer momento, utilizá-la e não haveria razão para que ela se não manifestasse à vontade. Quem não é cego nada mais precisa fazer do que abrir os olhos, para ver quando quiser. Do mesmo modo, aquele que possui idéias próprias tem-nas sempre à disposição. Se elas não lhes vêm quando quer, é que está obrigado a buscá-las algures, que não no seu intimo.
Também se podem incluir nesta categoria as pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do comum e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá momentaneamente desabitual facilidade de concepção e de elocução e, em certos casos, o pressentimento de coisas futuras. Nesses momentos, que com acerto se chamam de inspiração, as idéias abundam, sob um impulso involuntário e quase febril. Parece que uma inteligência superior nos vem ajudar e que o nosso espírito se desembaraçou de um fardo.
183. Os homens de gênio, de todas as espécies, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de compreender por si mesmos e de conceber grandes coisas. Ora, precisamente porque os julgam capazes, é que os Espíritos, quando querem executar certos trabalhos, lhes sugerem as idéias necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são médiuns sem o saberem. Têm, no entanto, vaga intuição de uma assistência estranha, visto que todo aquele que apela para a inspiração, mais não faz do que uma evocação. Se não esperasse ser atendido, por que exclamaria, tão freqüentemente: meu bom gênio, vem em meu auxílio?
As respostas seguintes confirmam esta asserção:
a) Qual a causa primária da inspiração?
"O Espírito que se comunica pelo pensamento."
b) A revelação das grandes coisas não é que constitui o objeto único da inspiração?
"Não, a inspiração se verifica, muitas vezes, com relação às mais comuns circunstâncias da vida. Por exemplo, queres ir a alguma parte: uma voz secreta te diz que não o faças, porque correrás perigo; ou, então, te diz que faças uma coisa em que não pensavas. É a inspiração. Poucas pessoas há que não tenham sido mais ou menos inspiradas em certos momentos."
c) Um autor, um pintor, por exemplo, poderiam, nos momentos de inspiração, ser considerados médiuns?
"Sim, porquanto, nesses momentos, a alma se lhes torna mais livre e como que desprendida da matéria; recobra uma parte das suas faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos outros Espíritos que a inspiram."
.médiuns de pressentimentos: O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla vista, que lhes permite entrever as conseqüências das coisas atuais e a filiação dos acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados.
"Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir". Joanna de Ângelis (espírito), livro Oferenda - pág. 130/131 -, psicografado por Divaldo Franco
.médiuns psicógrafos: Transmitem as comunicações dos espíritos através da escrita. São subdivididos em mecânicos, semimecânicos e intuitivos. Os mecânicos não têm consciência do que escrevem e a influência do pensamento do médium na comunicação é quase nenhuma. Como há um grande domínio da entidade sobre a faculdade mediúnica a idéia do espírito comunicante se expressa com maior clareza. Há casos em que o médium psicografa mensagens complexas conversando com outras pessoas, totalmente distraído do que escreve. Já nos semimecânicos, a influência da entidade comunicante sobre as faculdades mediúnicas não é tão intensa, pois a comunicação sofre uma influência do pensamento do médium. Isso ocorre com a maioria dos médiuns psicógrafos. Com relação os intuitivos, estes recebem a idéia do espírito comunicante e a interpretam, desenvolvendo-a com os recursos de suas próprias possibilidades morais e intelectuais.
“Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir”. Joanna de Ângelis (espírito), livro Oferenda – pág. 130/131 -, psicografado por Divaldo Franco

REQUISITO INDISPENSÁVEL PARA SE DESENVOLVER A MEDIUNIDADE

'Não há aqui fórmula sacramental; quem pretender oferecer uma, pode ousadamente ser tachado de charlatanice, porque, para os espíritos, a fórmula não é nada''.

O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap XVII, item 203, Edição IDE





No desenvolvimento da mediunidade, não existem fórmulas e mistérios; se algum requisito é indispensável, este é o do estudo, aliado ao desejo perseverante de servir.
A mediunidade é um sentido que aflora naturalmente, como resultado da situação evolutiva do indivíduo. É qual a semente que não consegue furtar-se ao instante da germinação.
Quando surgem, os primeiros sintomas da mediunidade podem trazer algum desconforto, tanto físico quanto espiritual. É comum que, de início, muitos sensitivos procurem o médico, crendo-se vitimas de distúrbios orgânicos e emotivos, como palpitação, perturbações visuais e auditivas, pesadelos, angústias inexplicáveis...
é sempre de bom alvitre que o médico seja consultado, porque não podemos tudo levar à conta de mediunidade, mas, afastada a hipótese convém procurar um centro espírita, para o reequilíbrio das forças psíquicas.
Uma vez diagnosticada ,a mediunidade necessita então de cuidados específicos, ou melhor, o médium reclama cuidados especiais.
Antes de ser chamado a fazer parte de algum trabalho mediúnico ou de ser orientado, no caso da psicografia, a exercitar-se em casa, o médium precisa submeter-se a um, digamos, tratamento de passes, frequentando as reuniões de estudos doutrinários no centro espírita, bem como estagiando em tarefa semanal de auxílio aos necessitados.
Não é necessário que o médium tenha pressa em engajar-se numa mesa de sessões, nem que o dirigente espírita se precipite, ao fazê-lo.
Quando o medianeiro (Médium), depois de dois ou três meses, estiver mais confiante e exercendo melhor o autocontrole, então poderá avançar mais um passo...Poderá, por exemplo, começar a integrar-se numa equipe de médiuns passistas, lendo pequenos trechos do "Evangelho", proferindo orações, servindo água fluidificada, tomando conta da porta da cabina, até que, num estágio seguinte, após mais dois ou três meses, comece a transmitir passes, desde que devidamente orientado para tanto.
Havendo vaga no grupo mediúnico, mostrando-se integrado e responsável, o médium poderá ser agora chamado a frequentá-lo, ainda permanecendo, todavia, fora da mesa dos médiuns que já se encontram em atividade.
Vejamos que a prudência é fator indispensável à segurança do médium em desenvolvimento e do grupo ao qual se vinculará.
Quando, depois de mais algum tempo, o candidato ao serviço mediúnico demonstrar-se preparado, sob o amparo dos Benfeitores Espirituais que orientam os grupos sérios, ele poderá, então, começar a trabalhar como médium, convicto de que semelhante estrada deve ser percorrida passo a passo e não afoitamente, sob pena de quedas lamentáveis.
Queremos esclarecer aos leitores que o nosso parecer acima não constitui uma regra. Longe de nós traçarmos fórmulas para o desenvolvimento da mediunidade. A nossa contribuição é apenas no sentido de proteger-se o medianeiro e o grupo mediúnico da inexperiência e da invigilância de que se prevalecem os espíritos interessados em espalhar perturbação.
Começando a trabalhar, o médium deverá saber que os espíritos que inicialmente cooperarão com ele quase sempre são espíritos "preparadores", de condição evolutiva comum, que adestrarão as suas faculdades. Às vezes, são espíritos familiares com o compromisso de encaminhá-lo na Doutrina ou até mesmo obsessores que aspiram a redimir-se... Por isto, o cindir da experiência dos companheiros mais antigos, analisando com eles as mensagens que fluem por seu intermédio, sem que isto lhes seja motivo de melindre ou aborrecimento.
Se o médium aborrecer-se oi melindra-se com as observações que lhe forem feitas, ele nada mais fará do que provar uma vez mais que a mediunidade em si não confere a ninguém nenhuma espécie de supremacia moral e que o médium não passa de uma pessoa com as mesmas lutas de qualquer pessoa sobre a face da terra.

Do livro Somos Todos Médiuns

Ditado pelo espírito Odilon Fernandes
Psicografado pelo médium Carlos A. Baccelli
Editora DIDIER

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

A MEDIUNIDADE NA CASA ESPÍRITA. QUAL O OBJETIVO?

A mediunidade na casa espírita tem por objetivo a comunicação do mundo material como o mundo espiritual através da comunicação do espírito. Existe a evocação dos espíritos para que as pessoas perguntem coisas relacionadas ao cotidiano de suas vidas, amores e negócios que não dão certo? Não, isto nunca acontecerá em uma casa espírita séria e equilibrada.



Os espíritos atendidos são trazidos pelos benfeitores espirituais caridosamente em dia de reuniões mediúnicas para ser atendidos, efetivando ali o principal objetivo da mediunidade: a caridade tanto com os encarnados como com os desencarnados.
Vamos explicar melhor: Quando uma pessoa desencarna, partindo para o outro lado da vida, muda de casa, de corpo fluídico, muda a maneira de alimentar-se, locomover-se, enfim, tudo muda. Muitos desconhecem essa realidade, imaginado que tudo acaba com a morte do corpo físico. Mas adentra-se na outra dimensão percebe que não é verdade. Muitos não entendem o que acontece sentindo-se confusos com a situação e outros, perturbam-se a ponto de pensarem que ainda estão vivos, e até imaginam que estão em processo de loucura.
Mesmo os mentores do plano espiritual, amigos e parentes querendo ajuda-los, não conseguem a curto prazo, pois estas criaturas estão tão ligadas ao plano físico que só conseguem ver, ouvir e sentir as coisas e pessoas da dimensão da matéria.
É ai que entra a ponte para o processo de entendimento um pouco mais acelerado que se chama mediunidade. Como o médium, que tem o corpo físico material o espírito recém-desencarnado ainda ligado as coisas das matérias consegue ver como dissemos antes, ele só consegue ver, ouvir e sentir as impressões da matéria devido a sua ligação ainda muito forte e recente com a matéria.
O processo da comunicação acontece com a ajuda da espiritualidade superior, onde o espírito desencardo influencia o médium e fala através dele as suas angústias. Então é ouvido e se faz ouvir. Neste momento, acontece um fenômeno fantástico! O véu cai! Através de emanações fluídicas e terapêuticas e com o bondoso acolhimento do orientador espiritual também encarnado, o nosso irmãozinho em sofrimento conseguem observar o plano espiritual e assim ser encaminhado para hospitais de auxilio da espiritualidade maior. Podemos dizer que a prática mediúnica na casa espírita diminui muitos anos de sofrimento do espírito, abreviando significativamente a angústia graças a este fenômeno.
Podemos ver o exemplo claro no livro Nosso Lar, onde o espírito de André Luiz só conseguiu adentrar na faixa vibratória da espiritualidade superior quando realizou uma oração sincera. Mas infelizmente neste caso não foi através das bênçãos de um mediunidade, foi através de muita dor e sofrimento.
A Mediunidade é ferramenta divina em que o encarnado e o desencarnado são beneficiados. O encarnado por sua vez livra-se dos fluidos pesados do desencarnado que o acompanha, pois os médiuns são pessoas sensíveis que conseguem captar as dores e as angústias tanto dos encarnados como dos desencarnados. Sendo assim, ao frequentar uma reunião mediúnica e conhecer os mecanismos da mediunidade através dos estudos na casa espírita, estarão prontos para auxiliar e receber auxílio, obtendo assim também o equilíbrio.
Infelizmente muitos desconhecem este fator e, ao invés de praticar o amor ao próximo, preferem ficar na fila dos hospitais, psiquiatras, manicômios e casas de recuperação mental para que possam resolver os seus desequilíbrios. E no entanto, bastam praticar a benção da mediunidade. Se você é médium, não desperdice a chance de ser útil. Um dia, quem sabe, você poderá também necessitar desta benção para ser prontamente acolhido, quando for morar do outro lado da vida.
Para melhores esclarecimentos sobre o tema, propomos a leitura do Livro dos Médiuns de Allan Kardec que, segundo Herculano Pires, é na leitura dos livros do Médiuns que encontraremos esclarecimentos dos mais complexos problemas. É a bússola para o sadio exercício da mediunidade com perfeito equilíbrio.

Dilene Dutra Paulon

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA-
KARDEC, Allan - O Livro dos médiuns - FEB, Rio de Janeiro, 1994
J. Herculano Pires, vida e comunicação São Paulo: Paideia, 2000. 282p.

"MEDIUNIDADE" - PONDERAÇÕES URGENTES (Jorge Hessen)

Kardec nos remete a reflexões , lembrando que a questão fenomênica no Espiritismo é acessória e não constitui ponto essencial para as propostas do Espíritos. Ademais o Espírito Emmanuel recomenda: “São muito poucas as casas espíritas que se podem entregar ao exercício da mediunidade. Os dirigentes vigilantes devem intensificar reuniões de estudos teóricos, meditação e debates racionais para entendimentos seguros, fugindo de um prematuro intercâmbio com as forças advindas do além-túmulo”. (1)





Para melhor abarcarmos os objetivos fundamentais da mediunidade, temos que separar racionalmente o exercício mediúnico, dos postulados Espíritas e definirmos fenômeno, por componente material de análise e Espiritismo, como a base teórica que esclarece os fenômenos. Esse comportamento é para nos alforriarmos das ilusões, folclores e superstições. Destas forma, destacamos a imprescindível obrigação do estudo continuado do Livro dos Médiuns para o melhor juízo no exercício da mediunidade.
O termo médium advém do latim, “médium”, ou seja: meio, intermediário. Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens conforme instrui Allan Kardec. Incidiremos em atinada distorção doutrinária se assegurarmos que todos nós somos mais ou menos médiuns no sentido restrito e habitual da palavra, ou seja, se julgarmos que todos podem produzir manifestações ostensivas, como psicofonia, psicografia, efeitos físicos, etc..
Um aspecto central, relativo à natureza da mediunidade, acha-se exposto na resposta à pergunta que Kardec endereçou aos Benfeitores do além : "O desenvolvimento da mediunidade guarda proporção com o desenvolvimento moral dos médiuns? Não; esclarecem os Espíritos – “a faculdade propriamente dita prende-se ao organismo; independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com o seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades do médium". (2)
Infere-se, do exposto, que mediunidade (ostensiva) é faculdade especial que certas pessoas possuem para servirem de intermediárias entre os Espíritos e os homens. É de origem orgânica e independe da condição moral do médium, de suas crenças, de seu desenvolvimento intelectual. No parágrafo 200, de O Livro dos Médiuns, o Codificador deixa claro que não há senão um único meio de constatar a existência da faculdade mediúnica em alguém: a experimentação. Ou seja, só poderemos saber se uma pessoa é médium, observando se ela é, efetivamente, capaz de servir de intermediária aos Espíritos desencarnados. Isso, naturalmente, remete-nos à importante questão do estudo metódico e educação da mediunidade.
O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansível do períspirito(3) do médium e da maior ou menor facilidade de assimilação das energias dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser desenvolvida quando existir um relacionamento fluídico entre o médium e o espírito comunicante; caso contrário, não há fórmula sacramental para desenvolver esse dom de Deus.
Incorre em inadvertência grave quem queira forçar, a todo custo, o desenvolvimento de uma faculdade que ainda não aflorou, pois, como sabemos todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas (...) (4) Emmanuel explica à questão 384 no livro O Consolador: Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade? “Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade (...)”(5) E reitera: “A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual”. (6)
As pessoas quando procuram os centros espíritas, cedo ou tarde, são encaminhadas, irrefletidamente, às chamadas reuniões de desenvolvimento mediúnico, antes mesmo de se evangelizarem ou nem mesmo apresentarem indícios rudimentares dessa faculdade. Os orientadores argumentam que, se são pessoas que apresentam desequilíbrios múltiplos de saúde que desafiam a perícia médica, ou se revelam distúrbios de comportamento que, de alguma forma, fogem aos costumes estipulados pela sociedade, devem entregar-se, imediatamente, ao desenvolvimento da mediunidade, o que é um contra-senso. Sugerem, ainda, que, se alguém tem grande interesse pelo Espiritismo, ela tem todas as condições para o exercício do sublime mandato mediúnico. Eis aí outro engano.
A educação mediúnica promovida nos centros espíritas não deve, jamais, ser entendida como aprendizado de técnicas e métodos para fazer surgir a mediunidade, mas, exclusivamente, como aperfeiçoamento e norteamento eficaz para o equilíbrio das faculdades brotadas naturalmente, o que conduz ao aperfeiçoamento moral do médium por meio do estudo sério e de seus esforços continuados para o ajuste de suas práticas às recomendações evangélicas.
Pergunta Kardec - "Os médiuns que fazem mau uso de suas faculdades, que não se servem delas para o bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as consequências dessa falta? Advertem os Benfeitores - “Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e não o aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso”. (7)
Emmanuel ainda recorda : “O exercício da mediunidade nas tarefas espíritas exige larga disciplina mental, moral e física, assim como grande equilíbrio das emoções”. (8)Portanto, a mediunidade mal exercida significará sofrimento para o médium, pois, a invigilância por falta de conhecimento prévio de seus mecanismos, fatalmente, o conduzirá à confusão, à dúvida, à mentira, insuflando o egoísmo, o orgulho, a vaidade e o personalismo. Mediunidade sem estudo sério da Doutrina Espirita e sem Jesus sedimenta a emissão de forças mentais deletérias, abrindo espaço à perseguição dos Espíritos comprometidos com o mal.


Nota e referências bibliográficas:

(1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, RJ: Ed.FEB-2000, ditado pelo Espírito Emmanuel, questão 371, RJ: Ed. FEB 1999
(2) Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, RJ: Ed. FEB, 1997, parágrafo 226
(3) O perispírito desempenha papel de suma importância no processo, sendo o mesmo o agente de todos os fenômenos mediúnicos, e estes só podendo produzir-se pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espírito, temos como regra sem exceções que, ocorrendo um fenômeno de comunicação com o mundo espiritual, necessariamente haverá a participação de um médium. Em alguns casos, como em certas manifestações de efeitos físicos, não se nota a presença do médium, mas podemos estar certos de que haverá alguém, em algum lugar, servindo de médium, ainda mesmo que este não esteja consciente do papel que desempenha.
(4) Xavier,Francisco Cândido. O Consolador, RJ: Ed.FEB-2000, ditado pelo Espírito Emmanuel, questão 383, RJ: Ed. FEB 1999
(5) Idem questão 384
(6) Idem
(7) Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, RJ: Ed. FEB, 1997, parágrafo 226
(8) Xavier, Francisco Cândido. Encontro Marcado, Capítulo Examinando a Mediunidade, ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 2002

Conceito de mediunidade por José Herculano Pires

Conceito de mediunidade por José Herculano Pires

Médium quer dizer medianeiro, intermediário. Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos.



Não é um poder oculto que se possa desenvolver através de práticas rituais ou pelo poder misterioso de um iniciado ou de um guru. A Mediunidade pertence ao campo da comunicação. Desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta com as suas vibrações psíquicas e afetivas. Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, a Mediunidade se desenvolve no processo de relação. Geralmente o seu desenvolvimento é cíclico, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral. As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardada pela influência benéfica e controladora dos espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda. Nessa fase infantil as manifestações mediúnicas são mais de caráter anímico; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos seres que a rodeiam, recebem as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vêem e denunciam a presença de espíritos e não raro transmitem avisos e recados dos espíritos aos familiares, de maneira positiva e direta ou de maneira simbólica e indireta. Quando passam dos sete ou oito anos integram-se melhor no condiciona-mento da vida terrena, desligando-se progressivamente das relações espirituais e dando mais importância às relações humanas. O espírito se ajusta no seu escafandro para enfrentar os problemas do mundo. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico, para a seguir abrir-se o segundo. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantis.
É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual. Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre o problema mediúnico. Não se deve tentar o seu desenvolvimento em sessões, a não ser que se trate de um caso obsessivo. Mas mesmo nesse caso é necessário cuidado para orientar o adolescente sem excitar a sua imaginação, acostumando-o ao processo natural regido pelas leis do crescimento. O passe, a prece, as reuniões para estudo doutrinário são os meios de auxiliar o processo sem forçá-lo, dando-lhe a orientação necessária. Certos adolescentes integram-se rápida e naturalmente na nova situação e se preparam a sério para a atividade mediúnica. Outros rejeitam a mediunidade e procuram voltar-se apenas para os sonhos juvenis. É a hora das atividades lúdicas, dos jogos e esportes, do estudo e aquisição de conhecimentos gerais, da integração mais completa na realidade terrena. Não se deve forçá-los, mas apenas estimulá-los no tocante aos ensinos espíritas. Sua mente se abre para o contato mais profundo e constante com a vida do mundo. Mas ele já traz na consciência as diretrizes próprias da sua vida, que se manifestarão mais ou menos nítidas em suas tendências e em seus anseios. Forçá-lo a seguir um rumo que repele é cometer uma violência de graves conseqüências futuras. Os exemplos dos familiares influem mais em suas opções do que os ensinos e as exortações orais. Ele toma conta de si mesmo e firma a sua personalidade. É preciso respeitá-lo e ajudá-lo com amor e compreensão. No caso de manifestações espontâneas da mediunidade é conveniente reduzi-las ao círculo privado da família ou de um grupo de amigos nas instituições juvenis, até que sua mediunidade se defina, impondo-se por si mesma.
O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre os dezoito e vinte e cinco anos. É o tempo, nessa fase, dos estudos sérios do Espiritismo e da Mediunidade, bem como da prática mediúnica livre, nos centros e grupos espíritas. Se a mediunidade não se definiu devidamente, não se deve ter preocupações. Há processos que demoram até a proximidade dos 30 anos, da maturidade corporal, para a verdadeira eclosão da mediunidade. Basta mantê-lo em ligação com as atividades espíritas, sem forçá-lo. Se ele não revela nenhuma tendência mediúnica, o melhor é dar-lhe apenas acesso a atividades sociais ou assistenciais. As sessões de educação mediúnica (impropriamente chamadas de desenvolvimento) destinam-se apenas a médiuns já caracterizados por manifestações espontâneas, portanto já desenvolvidos.
Há ainda um quarto ciclo, correspondente a mediunidades que só aparecem após a maturidade, na velhice ou na sua aproximação. Trata-se de manifestações que se tornam possíveis devido às condições da idade: enfraquecimento físico, permitindo mais fácil expansão das energias perispiríticas; maior introversão da mente, com a diminuição de atividades da vida prática, estado de apatia neuropsíquica, provocado pelas mudanças orgânicas do envelhecimento. Esses fatores permitem maior desprendimento do espírito e seu relacionamento com entidades desencarnadas. Esse tipo de mediunidade tardia tem pouca duração, constituindo uma espécie de preparação mediúnica para a morte. Restringe-se a fenômenos de vidência, comunicação oral, intuição, percepção extra-sensorial e psicografia. Embora seja uma preparação, a morte pode demorar vários anos, durante os quais o espírito se adapta aos problemas espirituais com que não se preocupou no correr da vida. Esses fatos comprovam o conceito de mediunidade como simples modalidade do relacionamento homem-espírito. Kardec lembra que o fato de o espírito estar encarnado não o priva de relacionar-se com os espíritos libertos, da mesma maneira que um cidadão encarcerado pode conversar com um cidadão livre através das grades. Não se trata das conhecidas visões de moribundos no leito mortuário, mas de típico desenvolvimento tardio de mediunidade que, pela completa integração do indivíduo na vida carnal, imantado aos problemas do dia-a-dia, não conseguiu aflorar. A sua manifestação tardia lembra o adágio de que os extremos se tocam. A velhice nos devolve à proximidade do mundo espiritual, em posição semelhante à das crianças.
Na verdade, a potencialidade mediúnica nunca permanece letárgica. Pelo contrário, ela se atualiza com mais freqüência do que supomos, passa de potência a ato em diversos momentos da vida, através de pressentimentos, previsões de acontecimentos simples, como o encontro de um amigo há muito ausente, percepções extra-sensoriais que atribuímos à imaginação ou à lembrança e assim por diante. Vivemos mediunicamente, entre dois mundos e em relação permanente com entidades espirituais. Durante o sono, como Kardec provou através de pesquisas ao longo de mais de dez anos, desprendemo-nos do corpo que repousa e passamos ao plano espiritual. Nos momentos de ausência psíquica de distração, de cochilo, distanciamo-nos do corpo rapidamente e a ele retornamos como o pássaro que voa e volta ao ninho. A Psicologia procura explicar esses lapsos fisiologicamente, mas as reações orgânicas a que atribui o fato não são causa e sim efeito de um ato mediúnico de afastamento do espírito. Os estudos de Hipnotismo comprovam isso, mostrando que a hipnose interfere constantemente em nossa vigília, fazendo-nos dormir em pé e sonhar acordados, como geralmente se diz. A busca científica de uma essência orgânica da mediunidade nunca deu nem dará resultados. Porque a mediunidade tem sua essência na liberdade do espírito.
Chegando a este ponto podemos colocar o problema em termos mais precisos: a mediunidade é a manifestação do espírito através do corpo. No ato mediúnico tanto se manifesta o espírito do médium como um espírito ao qual ele atende e serve. Os problemas mediúnicos consistem, portanto, simplesmente na disciplinação das relações espírito-corpo. É o que chamamos de educação mediúnica. Na proporção em que o médium aprende como espírito, a controlar a sua liberdade e a selecionar as suas relações espirituais, sua mediunidade se aprimora e se torna segura. Assim o bom médium é aquele que mantém o seu equilíbrio psicofísico e procede na vida de maneira a criar para si mesmo um ambiente espiritual de moralidade, amor e respeito pelo próximo. A dificuldade maior está em se fazer o médium compreender que, para tanto, não precisa tornar-se santo, mas apenas um homem de bem. Os objetivos de santidade perseguidos pelas religiões, através dos milênios, gerou no mundo uma expectativa incômoda para todos os que se dedicam aos problemas espirituais. Ninguém se torna santo através de sufocação dos poderes vitais do homem e adoção de um comportamento social de aparência piedosa. O resultado disso é o fingimento, a hipocrisia que Jesus condenou incessantemente nos fariseus, uma atitude permanente de condescendência e bondade que não corresponde às condições íntimas da criatura. O médium deve ser espontâneo, natural, uma criatura humana normal, que não tem motivos para se julgar superior aos outros. Todo fingimento e todo artifício nas relações sociais leva os indivíduos à falsidade e à trapaça. A chamada reforma - íntima esquematizada e forçada não modifica ninguém, apenas artificializa enganosamente os que a seguem. As mudanças interiores da criatura decorrem de suas experiências na existência, experiências vitais e consciências que produzem mudanças profundas na visão íntima do mundo e da vida.
Essa colocação dos problemas mediúnicos sugere um conceito da mediunidade que nos leva às próprias raízes do Espiritismo. A Mediunidade nos aparece como o fundamento de toda a realidade. O momento do Fiat, da Criação do Cosmos, é um ato mediúnico. Quando o espírito estrutura a matéria para se manifestar na Criação, constrói o elemento intermediário entre ele e a realidade sensível ou material. A matéria se torna o médium do espírito. Assim, a vida é uma permanente manifestação mediúnica do espírito que, por ela, se projeta e se manifesta no plano sensível ou material. O Inteligível, que é o espírito, o princípio inteligente do Universo, dá a sua mensagem inteligente através das infinitas formas da Natureza, desde os reinos mineral, vegetal e animal, até o reino hominal, onde a mediunidade se define em sua plenitude. A responsabilidade do Homem, da Criatura Humana, expressão mais elevada do Médium, adquire dimensões cósmicas. Ele é o produto multimilenar da evolução universal e carrega em sua mediunidade individual o pesado dever de contribuir para que a Humanidade realize o seu destino cósmico. A compreensão deste problema é indispensável para que os médiuns aprendam a zelar pelas suas faculdades.

Por José Herculano Pires

Desenvolver a Mediunidade

QUANDO ALGUÉM LHE DIZ: VOCÊ PRECISA DESENVOLVER A SUA MEDIUNIDADE

Quantos já ouviram essa expressão?



 


É uma frase típica, muito utilizada nos centros espíritas/espiritualistas, que possui um significado amplo. No entanto o sentido que essa palavra produz nas pessoas que ouvem, muitas vezes é distorcido em relação ao seu verdadeiro significado.
Como sabemos, a mediunidade é um instrumento de evolução. Ela nos possibilita um crescimento mais rápido, na direção da realização de nossa missão. O que seria de nós sem as possibilidades mediúnicas que ganhamos de Deus?

Então pense. Certo dia, lá em cima no plano astral, o Papai do Céu nos escalou. Isso mesmo, como um técnico de futebol, que chama seu jogador para entrar em campo. Ele veio e falou:
?Você vai descer, vai voltar para a escola (Planeta Terra). Precisa aprender, evoluir, resgatar muitas coisas, por isso precisa descer... Mas, você sabe que sua necessidade é grande, possui muitas coisas para curar, muitos erros de outrora para corrigir. Dessa forma, uma existência apenas não seria tempo suficiente para tanto. Por isso filho, vou te proporcionar a mediunidade, como um instrumento para ajudar você a fazer muito mais coisas em menos tempo. Sem essa faculdade, isso não seria possível, pois ela lhe ajudará a otimizar sua encarnação, ou seja, sua experiência no plano físico, que é tão necessária para a reforma íntima.
Essa dádiva vai lhe permitir fazer grandes tarefas, o que será muito importante para que consigas aproveitar muito bem sua encarnação e seu propósito nessa descida. Entenda que ela é uma grande aliada na sua empreitada, é um presente para lhe ajudar. A mediunidade é como a betoneira para o pedreiro. Ajuda a virar a massa, mexer o cimento com muito mais facilidade. Sem ela, a obra demoraria muito mais tempo, geraria muito mais desgaste...?

E assim nascemos no plano físico, nos desenvolvemos e chegamos a maturidade(física apenas). E em meio a tantas ilusões e tanto distanciamento com relação à nossa essência divina, acabamos considerando a mediunidade um ?fardo?! Esquecemo-nos do seu real objetivo... Isso é ?cuspir para cima?. Um equívoco sem igual! Desperdiçamos uma oportunidade incrível.
Centros espíritas/espiritualistas, através de seus orientadores, trabalhadores e monitores, alertam para as pessoas sobre a necessidade de trabalhar a mediunidade e desenvolver a espiritualidade. Normalmente, atuam de maneira amorosa, respeitando o livre-arbítrio de cada um. No entanto é normal, as pessoas fazerem mal uso dessa liberdade de escolha. Alienadas de sua finalidade aqui na Terra, acabam que por rejeitar a sugestão para desenvolver a sua mediunidade. A recebe como uma coisa ruim, algo incômodo, realmente um fardo.
Se essas casas de amparo e desenvolvimento espiritual pudessem interferir na escolha das pessoas, seus orientadores diriam assim:
? Meu irmão, se liga, você recebe um presente de Deus, chamado mediunidade, não porque você é um ser iluminado ou puro, tampouco porque você possui dons extraterrestres. Simplesmente porque você está abarrotado de coisas(karmas) para curar... Você tem a obrigação de mergulhar nesse entendimento, mas o azar é seu se você virar as costas para essa necessidade, e quiser desperdiçar mais essa oportunidade de evolução?.

Então amigo leitor, pense à respeito:
Quando alguém lhe disser a fatídica frase: Você precisa desenvolver a sua mediunidade!

Entenda de uma vez por todas, isso quer dizer que chegou a hora de você utilizar esse poderoso recurso, como um instrumento para dinamizar a sua tarefa de curar-se! Redimir-se de erros do passado e evoluir. Essa é a meta de todos! Com isso, se você fizer bom uso desse instrumento, quando o ciclo dessa vida se finalizar e o desencarne chegar, você voltará ao Grande Pai, O Supremo Técnico de futebol, e ele terá o prazer em lhe dizer:
"Parabéns, que ótima partida você realizou, que grande jogo! Agora descanse um pouco e prepare-se para a próxima, temos um Campeonato inteiro pela frente!"


Textos: Livro Evolução Espiritual na Prática - Luz da Serra Editora

Por: Bruno J. Gimenes e Patrícia Cândido

SOBRE A MEDIUNIDADE

Existe muita mistificação em torno da MEDIUNIDADE, mas, principalmente em torno do MÉDIUM.





A mediunidade é sim uma bênção, entretanto, ao contrário do que se acredita, não é um privilégio, mas uma ferramenta que a Misericórdia Divina concede à criatura para que esta possa saldar seus muitos débitos.
Veja um diálogo mantido entre o Dr. Inácio Ferreira, diretor de um Hospital Psiquiátrico na espiritualidade, e Manoel Philomeno de Miranda, autor espiritual do livro Tormentos da Obsessão, psicografado por Divaldo Franco, de onde tirei esse trecho.
".... — Não há privilégios nas Leis divinas, caro Miranda, conforme sabemos. Nem pessoas ou Espíritos existem que sejam especiais...
... — A mediunidade é compromisso de alta significação que ainda não encontrou a necessária compreensão entre as criaturas encarnadas no mundo físico.
Por um atavismo perverso que teima em permanecer dominante, a mediunidade é quase sempre tida como FAVOR DIVINO PARA ELEITOS, força sobrenatural, mecanismo prodigioso e equivalentes, que tornam o medianeiro um ser especial, quando não combatido tenazmente, tornando-se-lhe uma armadilha cruel que o leva à presunção e ao despautério.
Mesmo que procure viver com simplicidade e demonstre que é somente instrumento do mundo espiritual, que a ocorrência do fenômeno independe da sua vontade, as criaturas viciadas nas superstições e interessadas nas questões imediatistas o envolvem o médium em bajulação, em excesso de cortesias, em destaques embaraçosos que quase sempre terminam por perturbar-lhe a marcha...
As heranças do pensamento mágico, com que acompanham as manifestações mediúnicas, fazem que se transfiram para a criatura os méritos que pertencem à Vida, empurrando-a para tropeços e compromissos negativos, sem forças para resistir aos assédios de todo porte que a circunscrevem em área muito apertada e conflitiva...."
Portanto, amigos leitores, nem o médium, nem a Casa Espírita faz mágica ou milagres, apenas orientam seus frequentadores para que estes, eles mesmos, realizem o milagre da transformação através do conhecimento e da reforma íntima.
“Espíritas! Amai-vos, eis o Primeiro Ensinamento; Instruí-vos, eis o Segundo”. Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap.VI, nº 5).

A Mediunidade e a Responsabilidade

Todos nós quando descobrimos a mediunidade deparamos com desejos e anseios que vão além daquilo a que se propôs. Quando alguém nos diz que somos médiuns, logo nos colocamos com questionamentos tipo:





-Vou incorporar?
- Vou ver?
-Vou receber orientação dos espíritos como Chico?
Mas, o ponto de interrogação que enxergamos é maior que o desenvolvimento propriamente dito. Desenvolver a nossa mediunidade, requer equilíbrio que nos faculta a possibilidade de entrar em campos de trabalho, sabendo-nos capazes de seguir adiante abrindo caminhos que até o momento nos era desconhecido.
Ser médium não é apenas querer falar com os mortos.
Ser médium não é vangloriar-se com o dom divino que ganhamos.
Ser médium é saber dosar os limites do entendimento, possibilitando aos irmãos que estão em necessidade de almejar e alcançar uma luz mesmo que muito tênue no fundo do abismo.
Ser médium é manter o respeito para com todos aqueles que nos procuram, colocando-nos à guisa da humildade uma palavra de conforto baseando-nos nas leis de Jesus.
Ser médium é estar ciente de que devemos caminhar lado a lado com todos aqueles que buscam em nós o verdadeiro sentido de estar caminhando rumo à escalada da existência, tanto na vida corpórea quanto na vida do espírito.
Ser médium é abrandar os nossos corações para saber receber todos os benefícios e doá-los a outrem em nome de DEUS.


Psicografia Centro Espírita Irmãos de Luz – Allan Kardek.
Espírito AMIGO
Umuarama 16 de Junho de 2014

MEDIUNIDADE MENTAL

É muito comum, pessoas nos procurarem, relatando que, estando acordadas,terem a sensação de manter um diálogo mental com pessoas encarnadas ou desencarnadas, recebendo, até, orientações.
Nesses diálogos, não conseguem definir e explicar, ao certo, se estavam passando por ligeiro sono ou se estavam acordadas.
Nesse estado de vigília, essas pessoas vêem mentalmente, dialogam e recebem orientações.
Kardec relatou este estado na Revista Espírita de Março de l866, chamando-o de Mediunidade Mental, em que, Dra. Marlene Nobre, médica, presidente da Associação Médico Espirita do Brasil, escritora, articulista e conferencista, relatou, de forma sucinta e clara, o que segue, para a consideração dos leitores:






MEDIUNIDADE MENTAL

Allan Kardec publicou na Revista Espírita, de Março de 1866, um estudo sobre Mediunidade Mental, modalidade não muito conhecida, muito pouco comentada; no entanto, mais difundida do que se pensa, sobre a qual obteve novas informações espirituais para responder a um consulente.
Um correspondente da Argélia escreveu-lhe, solicitando o seu parecer sobre o seguinte facto:
(…) Fico alguns instantes á espera, como depois de uma evocação. Então sinto a presença do espírito por uma impressão física e logo surge em meu pensamento uma imagem que me faz reconhecê-lo. Estabelece-se a conversa mental, como na comunicação intuitiva, e esse género de palestra tem algo de adoravelmente íntimo.
Muitas vezes meu irmão e minha irmã encarnados me visitam, às vezes acompanhados por meu pai e minha mãe, do mundo dos espíritos. (…)
Há poucos dias tive a sua visita, caro mestre, e pela suavidade do fluido que me penetrava, julgava fosse
um dos nossos bons protectores celestes. Imagine a minha alegria ao reconhecer em meu pensamento, ou antes, no cérebro, o timbre próprio da sua voz. (…)
E a carta termina com o pedido de mais informações.
Valendo-se das orientações espirituais recebidas na Sociedade de Estudos Espíritas de Paris, e de sua
própria experiência, o Codificador respondeu:
"Esta mediunidade, à qual damos o nome de mediunidade mental, certo não é adequada para convencer os incrédulos, porque nada tem de ostensivo, nem desses factos que ferem os sentidos. É toda para a satisfação íntima de quem a possui. Mas também é preciso reconhecer que se presta muito à ilusão e que é o caso de desconfiar das aparências.
Quanto à existência da faculdade, não se poderia pô-la em dúvida. Pensamos mesmo que deve ser a mais
frequente, porque é considerável o número das pessoas que, em vigília , sofrem a influência dos Espíritos, e recebem a inspiração de um pensamento, que sentem não ser seu.
A impressão agradável ou penosa que por vezes se sente à vista de alguém que se encontra pela primeira vez; o pressentimento da aproximação de uma pessoa; a penetração e a transmissão do pensamento são outros tantos efeitos devidos á mesma causa e que constituem uma espécie de mediunidade, que pode dizer-se universal, pois cada um lhe possui, ao menos, os rudimentos. Mas, para experimentar seus efeitos marcantes, é necessária uma aptidão especial, ou melhor, um grau de sensibilidade mais ou menos desenvolvido, conforme os indivíduos." (…)
Nos dias de hoje, a mediunidade mental volta à baila, denominada de channeling entre os norte-americanos.
No channeling ou canalização, a pessoa encontra-se em estado de vigília, mas de um modo que não
consegue definir; vê mentalmente, dialoga com os espíritos, recebe mensagens e orientações.
Como previra Kardec, a mediunidade mental seria mais desenvolvida no futuro, quando o desprendimento
fosse maior, mais fácil, pelo hábito do recolhimento. Quer dizer, quando os seres humanos fossem mais avançados, moralmente, e, por isso, tivessem maior facilidade de comunicação.
O Codificador recebeu outras instruções sobre a mediunidade mental, que também foram publicadas
na Revista Espírita. Em uma delas, o espírito São Luís ressaltou que a mediunidade mental:
"é o primeiro degrau da mediunidade vidente e falante.
(…) enquanto que o médium mental pode, se for bem formado, dirigir perguntas e receber respostas,
sem ser por intermédio da pena ou do lápis, mais facilmente que o médium intuitivo. Porque aqui o espírito
do médium, estando mais desprendido, é um intérprete mais fiel.
Mas, para isto, é necessário um ardente desejo de ser útil, trabalhar em vista do bem com um sentimento
puro, isento de todo pensamento de amor-próprio e de interesse. De todas as faculdades mediúnicas é a
mais sutil e a mais delicada: o menor sopro impuro basta para a manchar." (…)
Como se verifica, o contato com o mundo espiritual é uma constante e aprimora-se lenta e gradualmente.
A mediunidade mental é um passo além da intuição e constitui-se no primeiro degrau da mediunidade vidente e falante. Como nas demais formas de faculdade mediúnica, compete ao médium mental distinguir
as boas das más inspirações e estar atento para a fragilidade desse tipo de comunicação, conforme esclarece São Luís.
Dra. Marlene Nobre
(Médica especialista em Ginecologia e Prevenção do Cancro; Presidente das AME Brasil e Internacional;

Escritora; Articulista; Conferencista)

Aspectos da Mediunidade (Divaldo Franco)

Aspectos da Mediunidade (Divaldo Franco)
30 de abril de 2016
Salvador/BA
Na palestra pública realizada no Centro Espírita Caminho da Redenção, às 20h00min, Divaldo Franco, servidor incansável, abordou aspectos da mediunidade, sua incidência na história da humanidade, seus efeitos e a preparação e o comportamento dos médiuns para bem exercer essa faculdade de ordem paranormal.



Cada criatura humana deve conscientizar-se de que deve trabalhar para a construção de um mundo melhor, servindo com coragem aos seus semelhantes. Para tal apoiou-se na sentença de Gabriela Mistral, poetisa chilena, Prêmio Nobre de Literatura, que afirmava: Aquele que ainda não aprendeu a servir, não aprendeu a viver. Quem aprendeu a servir, destacou o orador de escol, é feliz, o seu estado é de felicidade.
Para corroborar que a mediunidade está presente em a criatura humana, como faculdade, apresentou dois fatos. O primeiro, envolvendo o Papa Pio VII, que estando no Vaticano reunido com alguns cardeais, e distante dos fatos a mais de 750 km, descreveu o final da Batalha de Lepanto (07 de outubro de 1571), quando a armada comandada por Dom Juan de Áustria derrotou os Mouros, em memorável batalha naval. De imediato o fato não recebeu crédito, e os cardeais atribuíram tal descrição a um momento de desequilíbrio do Papa Pio VII, pela sua avançada idade. Somente dez dias após, a notícia chegou ao Vaticano, confirmando exatamente a visão a distância, uma particularidade da mediunidade, descrita pelo Pontífice, entrando o fato para a história da Igreja.
O segundo fato, com a mediunidade de bilocação, foi protagonizado por Santo Antonio de Pádua, que estando em Pádova-Itália, esteve presente no julgamento de seu pai em Lisboa-Portugal, testemunhando pela sua inocência e apontando o verdadeiro criminoso que estava presente no local do julgamento. A presença de Santo Antonio de Pádua foi testemunhada em ambas as cidades.
Explicando o fenômeno mediúnico, Divaldo falou sobre as funções do perispírito no intercâmbio com os seres incorpóreos, sobre o resgate de débitos para com a Lei Divina, afirmando que todo o bem que se faça possui o poder de anular o mal que se fez. É necessário, frisou, que o bem se sobreponha ao mal, anulando-o. Cada indivíduo é o resultado do que tenha feito, ou deixado de fazer, isto é, o resultado da causalidade. Todos possuem aptidões que precisam ser desenvolvidas, pois que elas se encontram em gérmen. Essas potencialidades se encontram adormecidas, haja vista que cada ser humano é uma emanação do psiquismo divino. Segundo estudos do Dr. Dean Hamer, geneticista americano, há no homem um gene divino, fato que o levou a afirmar que cada indivíduo é a configuração de Deus, todos possuem essa essência divina.
Para encontrar a plenitude, disse o orador por excelência, é necessário que cada um se conheça, aprofundando esse autoconhecimento sempre. A mediunidade não possui nada de fantástico, mas é uma ocorrência normal. Todos são médiuns. As gradações da faculdade mediúnica são diferentes para cada indivíduo, assim como há gradações de inteligência. As tendências mediúnicas vão se desenvolvendo através das reencarnações sucessivas. A mediunidade se apresenta em três fases: a lúcida, ou consciente; a semiconsciente; e a sonambúlica, ou inconsciente. O médium, ao longo da vida, pode passar pelas três fases. Todo ser humano é um aprendiz da mediunidade.
Agregando maiores e pormenorizadas informações, Divaldo Franco leu uma mensagem de Joanna de Ângelis, e por ele psicografada na reunião mediúnica do dia 27 de abril de 2016, no Centro Espírito Caminho da Redenção, com o título “Em serviço Mediúnico”.
Em linhas gerais, a mensagem afirma que a mediunidade é um instrumento delicado, e ao mesmo tempo forte; que não se é médium durante algum tempo, mas sempre; que o médium deve aprender a utilizá-la em alto nível moral e ético; o mecanismo da mediunidade está sempre ativado; a mediunidade é uma bênção e se constitui em o sexto sentido; é uma concessão de ordem divina para a elevação espiritual do médium; o exercício da mediunidade deve contribuir para a mudança de atitudes morais e intelectuais; é, também, um lenitivo aos sofredores, pois que sendo amados, se sentem aliviados em suas dores; é incentivo para a transformação moral.
Finalizando essa verdadeira aula sobre mediunidade, Divaldo Franco recomendou o estudo de O Livro dos Médiuns, e da obra Técnica da Mediunidade, de Carlos Torres Pastorino.

Texto: Paulo Salerno