"COISAS AINDA MAIS IMPORTANTES DO QUE O MODO DE CHAMAR SÃO A CALMA E O RECOLHIMENTO UNIDOS A UM DESEJO
ARDENTE E À FIRME VONTADE DE SER BEM SUCEDIDO; E POR VONTADE NÃO
ENTENDEMOS AQUI UMA VONTADE EFÊMERA QUE ATUA POR INTERVALOS E QUE CADA
MINUTO SE INTERROMPE POR OUTRAS PREOCUPAÇÕES; MAS UMA VONTADE SÉRIA,
PERSEVERANTE, CONTÍNUA, SEM IMPACIÊNCIA NEM DESEJO FEBRIL".
O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, cap.XVII. item 2014, Edição IDE
Quase sempre, no princípio de seu desenvolvimento mediúnico, o
médium se entusiasma, chegando a crer-se um missionário do Plano
Espiritual corporificado na Terra.
Esse entusiasmo,de certa maneira,
é necessário para que o medianeiro (médium) se anime a trabalhar e a
aprimorar os seus dons medianímicos.
Entretanto tudo o que é
excessivo é contraproducente...O Médium deve saber que, entre o serviço
mediúnico comum a todos os médiuns e o chamado mandato mediúnico, a
distância é imensa.
Raros são os amigos da mediunidade que renascem
com missão específica no campo da mediunidade; desses raros, raríssimos
são os que conseguem corresponder às expectativas dos Espíritos
Superiores, dando cabal cumprimento à sua tarefa.
Quando o médium
iniciante,passados aqueles naturais momentos de deslumbramento, percebe
percebe que a sua mediunidade caiu numa espécie de rotina, onde os
resultados observados são lentos, a sua tendência é a de entregar-se ao
desânimo...
Este é o instante de perseverar e manter a vontade firme.
Se as conquistas materiais demandam tempo, não poderia ser diferente com as conquistas espirituais.
Sem dificuldades e obstáculos, não haveria mérito!
Depois daquele impulso inicial, a mediunidade pode entrar numa espécie
de marasmo, com o médium acreditando que as suas faculdades
estacionaram...Este período pode ser de duração mais ou menos longa, e é
uma prova para o médium.
O artista que concebe um quadro ás vezes gasta muito mais tempo nos retoques do que propriamente na produção da tela...
Arrancar o mármore bruto do berço da natureza não é tarefa difícil... Difícil é cinzelá-lo. dando-lhe a forma que se deseja.
A eclosão da mediunidade acontece rapidamente; o seu desenvolvimento
posterior, com a necessária educação do médium, é obra de paciência.
Muitos médiuns promissores anulam-se a si mesmos, porque tudo querem obter às pressas.
Diríamos, portanto, que a mediunidade em si atravessa três fases: a
fase em que aparece e se manifesta no médium, a fase em que se
desenvolve e a fase produtiva.
Na fase de desenvolvimento, o médium
deve aproveitar para "equipar-se" com todos os recursos ao seu alcance, a
fim de que os espíritos o encontrem apto na fase produtiva.
Por
fase produtiva entendemos aquela em que o medianeiro, mais seguro de sua
própria mediunidade, não vacila, servindo de intérprete aos espíritos,
seja através de comunicados esclarecedores ou de mensagens que retratem a
situação de sofrimento de seus autores. De todos esses comunicados e
mensagens,sempre ser-nos-á possível algo aprendermos sobre a vida e as Leis que a regem.
A fase que denominamos de desenvolvimento pode requerer muitos anos;
depende do grau de aplicação do médium, de sua dedicação, de seu amor ao
trabalho, de sua disciplina, de sua perseverança...
Essa fase de
desenvolvimento poderá ser encurtada, se os Espíritos Superiores
perceberem a boa intenção do médium. Então, haverão de aproximar-se
dele, secundarão os seus esforços, trabalharão com ele no Plano
Espiritual, em seus naturais instantes de desprendimento pelo sono,
adestrarão, enfim, de forma intensiva as suas faculdades.
Como
nos diz Allan Kardec, a impaciência e o desejo febril revelam a
imaturidade do médium que se afasta da mediunidade para retomá-la
depois, afasta-se novamente e volta a retomá-la mais tarde, nunca
conseguirá ser um médium produtivo e chegará à Outra Vida frustrado,
lamentando a sua falta de responsabilidade e o desprezo dos talentos que
o Senhor lhe concedeu.
Do Livro Somos Todos Médiuns
Ditado pelo Espírito Odilon Fernandes
Psicografia de Carlos A. Baccelli
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