'Não há aqui fórmula sacramental; quem pretender oferecer uma, pode
ousadamente ser tachado de charlatanice, porque, para os espíritos, a
fórmula não é nada''.
O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap XVII, item 203, Edição IDE
No desenvolvimento da mediunidade, não existem fórmulas e mistérios; se
algum requisito é indispensável, este é o do estudo, aliado ao desejo
perseverante de servir.
A mediunidade é um sentido que aflora
naturalmente, como resultado da situação evolutiva do indivíduo. É qual a
semente que não consegue furtar-se ao instante da germinação.
Quando surgem, os primeiros sintomas da mediunidade podem trazer algum
desconforto, tanto físico quanto espiritual. É comum que, de início,
muitos sensitivos procurem o médico, crendo-se vitimas de distúrbios
orgânicos e emotivos, como palpitação, perturbações visuais e auditivas,
pesadelos, angústias inexplicáveis...
é sempre de bom alvitre que o
médico seja consultado, porque não podemos tudo levar à conta de
mediunidade, mas, afastada a hipótese convém procurar um centro
espírita, para o reequilíbrio das forças psíquicas.
Uma vez diagnosticada ,a mediunidade necessita então de cuidados específicos, ou melhor, o médium reclama cuidados especiais.
Antes de ser chamado a fazer parte de algum trabalho mediúnico ou de
ser orientado, no caso da psicografia, a exercitar-se em casa, o médium
precisa submeter-se a um, digamos, tratamento de passes, frequentando as
reuniões de estudos doutrinários no centro espírita, bem como
estagiando em tarefa semanal de auxílio aos necessitados.
Não é
necessário que o médium tenha pressa em engajar-se numa mesa de sessões,
nem que o dirigente espírita se precipite, ao fazê-lo.
Quando o
medianeiro (Médium), depois de dois ou três meses, estiver mais
confiante e exercendo melhor o autocontrole, então poderá avançar mais
um passo...Poderá, por exemplo, começar a integrar-se numa equipe de
médiuns passistas, lendo pequenos trechos do "Evangelho", proferindo
orações, servindo água fluidificada, tomando conta da porta da cabina,
até que, num estágio seguinte, após mais dois ou três meses, comece a
transmitir passes, desde que devidamente orientado para tanto.
Havendo vaga no grupo mediúnico, mostrando-se integrado e responsável, o
médium poderá ser agora chamado a frequentá-lo, ainda permanecendo,
todavia, fora da mesa dos médiuns que já se encontram em atividade.
Vejamos que a prudência é fator indispensável à segurança do médium em desenvolvimento e do grupo ao qual se vinculará.
Quando, depois de mais algum tempo, o candidato ao serviço mediúnico
demonstrar-se preparado, sob o amparo dos Benfeitores Espirituais que
orientam os grupos sérios, ele poderá, então, começar a trabalhar como
médium, convicto de que semelhante estrada deve ser percorrida passo a
passo e não afoitamente, sob pena de quedas lamentáveis.
Queremos
esclarecer aos leitores que o nosso parecer acima não constitui uma
regra. Longe de nós traçarmos fórmulas para o desenvolvimento da
mediunidade. A nossa contribuição é apenas no sentido de proteger-se o
medianeiro e o grupo mediúnico da inexperiência e da invigilância de que
se prevalecem os espíritos interessados em espalhar perturbação.
Começando a trabalhar, o médium deverá saber que os espíritos que
inicialmente cooperarão com ele quase sempre são espíritos
"preparadores", de condição evolutiva comum, que adestrarão as suas
faculdades. Às vezes, são espíritos familiares com o compromisso de
encaminhá-lo na Doutrina ou até mesmo obsessores que aspiram a
redimir-se... Por isto, o cindir da experiência dos companheiros mais
antigos, analisando com eles as mensagens que fluem por seu intermédio,
sem que isto lhes seja motivo de melindre ou aborrecimento.
Se o
médium aborrecer-se oi melindra-se com as observações que lhe forem
feitas, ele nada mais fará do que provar uma vez mais que a mediunidade
em si não confere a ninguém nenhuma espécie de supremacia moral e que o
médium não passa de uma pessoa com as mesmas lutas de qualquer pessoa
sobre a face da terra.
Do livro Somos Todos Médiuns
Ditado pelo espírito Odilon Fernandes
Psicografado pelo médium Carlos A. Baccelli
Editora DIDIER
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