quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

QUALIFICAÇÃO DE MÉDIUM Por Deolindo Amorim

QUALIFICAÇÃO DE MÉDIUM


 Por Deolindo Amorim


0 bom médium não é o que se comunica facilmente, mas o que é mais simpático aos bons Espíritos e está sempre assistido por eles. Tal frase encontramos em O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XXIV n. ° 12.







0 ensino é claro, mas muita gente ainda pensa que o bom médium é o que tem possibilidades de receber muitas comunicações. O qualificativo de BOM médium é um juízo de valor e, por isso, muito subjetivo, pois depende do ponto de vista. Para os que encaram a produção mediúnica exclusivamente em termos quantitativos, o bom médium, na realidade, é o que produz muito, é aquele que tem facilidade, por exemplo, de captar mensagens à vontade. Mas qual é o conteúdo dessas mensagens? É aí que está o problema. Quem, no entanto, vê o trabalho mediúnico pelo teor das comunicações naturalmente há-de considerar bom médium aquele que está em sintonia com Espíritos capazes de transmitir ensinos elevados e construtivos.

Muitas vezes o médium pode produzir muito, e a qualquer momento ; mas nem por isso tem condições para tarefas de grande responsabilidade moral. Veja-se o que ocorreu com o próprio Kardec, exatamente quando estava empenhado de corpo e alma na preparação de O Livro dos Espíritos. Tudo ia bem quando, a certa altura, em diálogo com o Espírito de Hahnemann, Kardec perguntou à entidade orientadora se poderia aproveitar determinado médium no prosseguimento dos trabalhos. Era um médium que naturalmente produzia, mas não tinha idoneidade para a obra.

Por isso mesmo, o Espírito instrutor fez logo restrição

-Acho melhor não te servires dele. Porque a verdade não pode ser interpretada pela mentira.
E continuou:
... o médium secunda o Espírito e, quando o Espírito é velhaco, ele se presta a auxiliá-lo. Aristo e B (o Espírito e o médium) acabarão mal, arrematou Hahnemann.

Pois bem, logo depois veio a derrocada do médium,que teria comprometido a Codificação, se tivesse sido convocado para participar dos trabalhos de Kardec. Leia-se a propósito a nota de Kardec nos seguintes termos:

"B..., bom moço, era um médium escrevente, muito maleável, mas assistido por um Espírito muito orgulhoso e arrogante, que dava o nome de Aristo, e que lhe lisonjeava o amor-próprio. As previsões de Hahnemann se realizaram. O moço, julgando ter na sua faculdade um meio de enriquecer, já atendendo a consultas médicas, já realizando inventos e descobertas produtivas, somente colheu decepções." (Comunicação dada em 10 de junho de 1856)
-Obras Póstumas-2. ° parte.

Eis aí a lição : médium maleável, tendo possibilidade de ser muito útil, não era bom médium, no sentido qualitativo, porque, em primeiro lugar, sofria influência de um Espírito orgulhoso e, portanto, ainda atrasado; em segundo lugar, porque se apresentava como inventor e queria fazer muita coisa com o intuito de auferir vantagens através da mediunidade. Tinha mediunidade positiva, não há dúvida mas não tinha educação espiritual nem envergadura moral... De que valia, então, a quantidade das mensagens que recebia? Não seria até melhor se recebesse muito menos, ainda que fosse lá uma vez por outra, mas recebesse boas mensagens, oriundas realmente de Espíritos orientadores ?

É muito difícil, por isso mesmo, classificar os médiuns em juízos de valor. Qual será, afinal, o bom médium, na acepção certa,? É melhor que não entremos nesse terreno pois o médium é uma criatura com responsabilidade tremenda. Mas ainda em processo de experiência, sujeito aos altos e baixos da vida humana... Devemos ajudá-los, compreendê-los, em suas tarefas. Mas não queiramos transformá-los em seres

intocáveis!...

Deolindo Amorim


Do livro:  Ponto de Encontro 2 edição
Escritores: Celso Martins e Deolindo Amorim
Editora:  Do Lar/ABC Do Interior

Mediunidade sonambúlica

O sonambulismo é um dos fenômenos classificados como de emancipação da alma. O estado de transe possibilita o desprendimento do Espírito, que passa a agir e pensar com mais liberdade e menos influenciado pelo corpo físico. Já a mediunidade é caracterizada pela intervenção de um Espírito desencarnado que utiliza o organismo do médium para se comunicar com o plano material. “(...) o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem.” Foi o que escreveu Allan Kardec em O Livro dos Médiuns.



Entretanto, assim como um Espírito pode transmitir suas ideias através de um médium, também pode fazê-lo valendo-se de um sonâmbulo. Estando este em estado de emancipação, pode facilmente ver e ouvir os Espíritos, captar os seus pensamentos e retransmiti-los.
Kardec cita um exemplo na mesma obra:
Um dos nossos amigos usava como sonâmbulo um rapazinho de 14 para 15 anos, de inteligência bastante curta e de instrução extremamente limitada. Em estado sonambúlico, porém, dava provas de extraordinária lucidez e grande perspicácia. Isso principalmente no tratamento de doenças, tendo feito numerosas curas consideradas impossíveis.
Certo dia, atendendo a um doente, descreveu a sua moléstia com absoluta exatidão. – “Isso não basta – lhe disseram –, agora é necessário indicar o remédio.” – “Não posso – respondeu ele, – meu anjo doutor não está aqui”. “– A quem chama você de anjo doutor?” “– Aquele que dita os remédios.” “– Então, não é você mesmo que vê os remédios?” “– Oh, não, pois não estou dizendo que é o meu anjo doutor quem os indica?”
Como vemos, a mediunidade sonambúlica consiste na junção de dois fenômenos distintos: o sonambulismo, que é um fenômeno anímico, e a mediunidade, que consiste na intermediação entre os planos material e espiritual.
Difere da mediunidade psicofônica, pois que nesta é o Espírito que transmite a mensagem usando os implementos vocais do médium. Ele fala em primeira pessoa. Na mediunidade sonambúlica, é o sonâmbulo quem se expressa comunicando aquilo que o Espírito lhe diz. Fala, portanto, em terceira pessoa.
No caso acima citado, o jovem sonâmbulo contava com a assistência de um Espírito que complementava os seus conhecimentos. O rapaz enxergava a doença detalhando-a com precisão. Como disseram os Espíritos da Codificação, é a alma que vê além dos limites impostos pela matéria. Esta é a parte anímica. Já a transmissão das informações cuja autoria pertencia ao desencarnado, eis em que consiste a faculdade mediúnica.
Os magnetizadores clássicos conviviam muito naturalmente com o sonambulismo. Empregavam-no como meio de diagnosticar a enfermidade e de orientação quanto à forma apropriada para o tratamento daqueles que os procuravam. Nem sempre o sonâmbulo manifestava o pensamento de algum desencarnado. Às vezes demonstrava conhecimentos que estavam além da sua inteligência atual, sem que fossem captados de algum Espírito. O Espiritismo trouxe a explicação para esse fenômeno, mostrando que os sonâmbulos podem buscá-los numa outra vida em que tiveram a oportunidade de desenvolvê-los.
Podemos deduzir que a mediunidade pode existir sem a presença do sonambulismo, assim como há o fenômeno sonambúlico sem a participação dos Espíritos. Há, ainda, a mesclagem dos dois fenômenos no que se chama de mediunidade sonambúlica.
Muitos magnetizadores no passado, antes do surgimento do Espiritismo, já vislumbravam a possibilidade de comunicação entre os dois mundos. Os diálogos com os seus sonâmbulos forneciam inúmeras dicas de que ali existia algo mais que um ser encarnado falando. Ao citar o seu anjo doutor, o sonâmbulo revelou a existência de seres fora da matéria e que podiam interagir com os homens através daquela faculdade especial, o sonambulismo, que lhe proporcionava a independência e a liberdade espiritual e que lhe possibilitava o contato consigo mesmo, com o Ser em essência, o Espírito.

Fonte: Instituto Chico Xavier

MÉDIUNS INICIANTES por Emmanuel / André Luiz

MÉDIUNS INICIANTES por Emmanuel / André Luiz

No intercâmbio espiritual, encontramos vasto grupo de companheiros, carecedores de especial atenção — os médiuns iniciante.
Muitas vezes, fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das revelações espirituais que os visitam de jato, solicitam o entendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que não se percam, através de engodos brilhantes.



Induzamo-los a reconhecer que estamos todos à frente dos Espíritos generosos e sábios, à feição de cooperadores, perante autoridades de serviço, que nos esperam o concurso eficiente e espontâneo.
Não nos compete avançar sem a devida preparação, conquanto supervisionados por mentores respeitáveis e competentes.
Tanto quanto para nós, para cada médium urge o dever de estudar para discernir, e trabalhar para merecer.
Tão-só porque os seareiros da mediunidade revelem facilidades para a transmissão de observações e mensagens, isso não exime da responsabilidade na apresentação, condução e aplicação dos assuntos de que se tornam intérpretes. Indispensável se capacitem de que a morte não altera a personalidade humana, de modo fundamental.
Acesso à esfera dos seres desencarnados, ainda jungidos ao plano físico, é semelhante ao ingresso em praça pública da própria Terra, onde enxameiam Inteligências de todos os tipos.
Admitido a construções de ordem superior, o médium é convidado ao discernimento e à disciplina, para que se lhe aclarem e aprimorem as faculdades, cabendo-lhe afastar-se do tudo querer>> e do tudo fazer>> a que somos impelidos, nós todos, quando imaturos na vida, pelos que se afazem à rebeldia e à perturbação.
Ajudemos os médiuns iniciantes a perceber que na mediunidade, como em qualquer outra atividade terrestre, não há conhecimento real onde o tempo não consagrou a aprendizagem, e que todos os encargos são nobres onde a luz da caridade preside as realizações.
Para esse fim, conduzamo-los a se esclarecerem nos princípios salutares e libertadores da Doutrina Espírita.
Médiuns para fenômenos surgem de toda parte e de todas as posições. Médiuns para a edificação do aprimoramento e da felicidade, entre as criaturas, são apenas aqueles que se fazem autênticos servidores da Humanidade.


Estude e Viva
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
André Luiz/Waldo Vieira

domingo, 28 de janeiro de 2018

EVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS

"Quanto tempo depois da morte se pode evocar um Espírito?

pode-se evocá-lo no instante mesmo da morte; mas, como nesse
momento, ainda está em perturbação, não responde senão imperfeitamente.
"(0 Livro dos Médiuns -Segunda Parte - Cap. XXV)




No capitulo das evocações, cremos que seja desnecessário lembrar aos nossos irmãos quanto
à sua inconveniência. O Espírito recém - desencarnado passa por um período mais ou menos longo de perturbação, até que se readapte ao Mundo Espiritual. Muitas vezes, encontra-se ele sem a mínima condição de responder ao apelo que lhe está sendo feito. De outras, o Espírito evocado não encontra um médium que lhe sirva de instrumento, posto que, repetimos, sintonia mediúnica não se improvisa.
Não raro, os Espíritos que comparecem às reuniões mediúnicas, evocados indiretamente pela presença de seus familiares e amigos que esperam ouvi-los em mensagem, transmitem as suas impressões de além - túmulo como podem, e não como desejariam. É por este motivo que nem sempre os comunicados mediúnicos correspondem à expectativa dos que anseiam por recebê-los.

Os Espíritos anseiam por se comunicar com os que deixaram na Terra que, por sua vez, anseiam pelo contato com eles... Intermediando essas ansiedades, está o médium ansioso por desempenhar o seu papel, "pressionado" que se sente pelos dois lados da vida. Em consequência, surge uma mensagem, digamos, truncada, que acaba não satisfazendo aos anseios nem de uns, nem de outros.
Se o médium compreendesse as suas limitações e se as pessoas entendessem as dificuldades do Espíritocomunicante que, afinal de contas, nem sempre conhece o processo do intercâmbio mediúnico, haveria uma maior tolerância de ambas as partes, permitindo que o Espírito se manifestasse sem tantos constrangimentos.

Uma outra questão delicada desejamos abordar aqui.

Num simples comunicado do Além, as pessoas exigem que o Espírito, numas poucas linhas que consegue escrever ou numas poucas palavras que consegue falar, identifique-se de forma incontestável. Querem nomes, datas, detalhes, caligrafia idêntica, apelidos, respostas a indagações mentais formuladas no momento...Em outras palavras, o que as pessoas exigem é quase que o Espírito se materialize; e mesmo se tal ocorresse, ainda pediriam as provas que Tomé pediu a Jesus Cristo... E talvez, ainda depois de obtê-las, retirariam-se perguntando:-"Será?!..."

O que vemos ser feito com alguns médiuns de boa vontade é uma falta de caridade!
Sem que saibam, eles estão sendo testados em suas faculdades, expondo-se às críticas amargas daqueles a quem tudo fizeram para confortar,"recebendo" para eles as mensagens que puderam receber...Acreditamos que os médiuns, por melhor intencionados que sejam, em Defesa de sua própria dignidade, não devem sair por aí oferecendo-se para receber mensagens dos desencarnados. Que eles fiquem em seus postos de serviço.

É o sedento que deve ir à fonte, e não o contrário.

Se os Espíritos tivessem um telefone sempre à disposição, um telefone que os permitisse ligar para a Terra sem intermediações, eles o fariam.
Assim como os homens querem contactá-los, os Espíritos desejam contactar os homens. Infelizmente,
habitando planos que se interpenetram, mas que não se tocam, devemos contentar-nos com o que obtemos. E o pouco que já obtemos na mediunidade representa muito, pois antes do Espiritismo estávamos como que completamente ilhados em nossos Planos de existência. Gritávamos e ninguém nos ouvia, falávamos e a nossa voz não encontrava eco, abraçávamos e a nossa presença era ignorada...Quando um Espírito em desespero apossava-se de alguém, era o demônio, a quem os homens sempre deram o direito de se comunicar... Mas quando se tratava de um Espírito familiar, saudoso dos entes amados que deixou no mundo, ainda provocava ele o encarceramento, a excomunhão ou a morte do "herege" que ousara evocar os " mortos".''

E é assim que nós vamos caminhando com Deus!

Pode-se dizer, sem exagero algum, que embora os quase cento e cincoenta anos da Codificação Kardeciana, os médiuns que hoje atuam na mediunidade são os desbravadores do futuro, mártires da renúncia e do sacrifício, bandeirantes da Civilização do Espírito que florescerá na Terra do Terceiro Milênio!

Do Livro: Mediunidade E Caminho (Janeiro de 1992)
Médium: Carlos A. Baccelli
Espírito: Odilon Fernandes
Editora: Instituto de Difusão Espírita

Aperfeiçoamento do médium Por M.B Tamassia

Aperfeiçoamento do médium - Por M.B Tamassia


Um ser constitutivamente difícil Geralmente quando encontram um cidadão dotado de faculdade mediúnica, colocam-no logo numa fortíssima corrente magnética e espírita, a qual rompe a sua defesa natural somática, tornando-o médium desenvolvido da noite para o dia. Ora, médium não é biscoito, cuja massa se leva ao forno ardente e se tira já pronto para servi-lo à mesa, atendendo os diversos paladares !






Médium também, não é tão somente um instrumento indiferente, impassível como o violão que nada reclama se aparece um joão-ninguém qualquer e o"arranha". Médium é, de fato, instrumento, mas o instrumento mais original e ímpar que Deus produziu, pois que é vivo.
Não é vivo simplesmente como foca amestrada mas vivo consciente e responsável ! Logo, (entendam bem isto) quando o espírito for tocá-lo, para comunicar-se A ALMA DO MÉDIUM TOCARÁ JUNTO. Dai que o som da transmissão mediúnica nunca seja pura. Imagine, 0 leitor, como seria curioso se tocássemos um violão que tivesse capacidade de dizer SIM ou NÃO, manifestando, no meio do solo musical, a sua preferência, opondo-se a que o musicista tocasse "Thais" de Massenet, exigindo que executasse "Luar do Sertão"! Ou, então, imaginemos um violão com livre arbítrio e que, no melhor da festa, resolvesse quebrar três das suas seis cordas! Ou, ainda melhor, um violão que pudesse afinar e desafinar sozinho?! Eis que o médium se assemelha a este estranho lnstrumento que pode interferir na comunicação ou dificultá-la.



. Aprimoramento instrumental



Tudo que é espiritual se opõe de certo modo a fórmulas, diagramas e paradigmas, porque espírito é vida e vida é movimento. "Se é verdade diz Edgard Armond que não se pode forçar a eclosão das faculdades mediúnicas porque isso depende de amadurecimento espontâneo e oportuno, não é menos certo que se pode e se deve aperfeiçoar e disciplinar tais dotes para se obter resultados mais favoráveis".

O aperfeiqoamento do médiúm deve ser integral, mas, por imperativo prático, podemos coordená-lo assim:



. Sublimação - edificação interior, ascensão espiritual, evangelização.


. Cultura - conhecimentos gerais, artes, letras e ciências.


. Técnica - conhecimento e prática da mediunidade, leitura, aprendizagem, cursos trábalho, controle de emotividade, eliminação de reflexos.





. A Sublimação



Antes de qualquer coisa o médium precisa endireitar-se a si próprio ao menos tem de lutar neste
sentido, dando combate sem tréguas aos desequilíbrios, Diríamos que o médium é semelhante a um balão destes vistosos das festas juninas. O primeiro passo é sustentar o balão de pé, direito e não penso.
Acende-se lhe a mecha. Não o largamos ainda; exercemos lhe controle até senti-lo em condições de
superar as dificuldades, Ai então largamo-lo. O balão se liberta das suas amarras e sobe, Isto chama-se ascensão ou sublimação, Quanto mais se eleva mais ampla é a paisagem e o entendimento da vida, O médium, também, quanto mais se sublima mais entendimento, paciência e compreensão possui e mais apto se encontra para receber as mensagens do Alto.
Se soltamos o balão de repente sem prepará-lo, ele corre o risco de vacilar, indo de um a outro lado,
em horizontalidades. Para que a ascensão seja vertical importa que se eleve rumo ao zênite.
Assim também o médium tem de se libertar das amarras terrenas mas tem de ligar-se a um ponto fixo no alto, a Deus e, principalmente, ao divino Mestre Jesus.
Em regra, os médiuns que não se evangelizam ou, de alguma sorte não se espiritualizam, estão sujeitos a terríveis quedas e desenganos.


. A Cultura



A pessoa erradamente supõe que, sendo dotada de mediunidade, não necessita de mais nada e raciocina
assim: "Eu sou um instrumento passivo e minha missão é entregar-me aos guias espirituais para que
escrevam pela minha mão ou falem pela minha boca. Portanto, não preciso aprender nada".
Isto é fruto de equívoco tremendo do que seja a mediunidade, pois os médiuns têm necessidade de burilamento. Neste ponto poderíamos também dar um exemplo: Eis um maravilhoso piano de meia cauda e, sentado na banqueta, o grande pianista Liszt. Ele se adianta à nossa curiosidade e diz-nos: "Os grandes protetores da música me escalaram para, nesta noite, prodigalizar aos terrícolas um grande concerto..."Liszt começa a execução e vemo-lo suar, fazer caretas, afligir-se. A melodia chega-nos ao ouvido truncada e os acordes incompletos. Na sala estrugem vaias e apupos: "Fora seu mistificador. Nunca fostes Liszt, mas um espírito enganador e mentiroso! "O pianista que era mesmo Liszt, deixa asala e chora!

Que aconteceu?!

Simplesmente o seguinte : O piano, embora vistoso e de marca famosa, estava sem feltro, porque os ratos o roeram; os martelinhos sem elástico, por ressecamento; as cordas enferrujadas e impercutíveis. Nem Santa Cecilia conseguiria tocar naquele instrumento.
Eis o drama que se passa entre o espírito comunicante e o médium transmitente. Como Rui Barbosa poderá expressar-se através de quem mal conhece a cartilha escolar? Onde o espírito de Oswaldo Cruz discorreria sobre epidemias com precisão terminológica?

pode acontecer de um médium semiletrado transmitir produções de elevada importância literária ou em idioma absolutamente estranho ao aparelho mediúnico mas isto não é a regra. Quando ocorre é porque, em sua vida pregressa, o médium teve experiências em tais setores do conhecimento, guardando, pois,elementos disponíveis em seu perispírito. A célebre médium Rosemary, através da qual se manifestava Lady Noona, em língua egípcia arcaica, tinha em antiquíssima encarnação vivido no Egito. Andrew Davis, cuja profissão era a de sapateiro, grosseirão e inculto, falava em hebraico, quando nele se incorporava o espírito do célebre Swedenborg, fato conferido pelo Dr, George Bush, professor de hebraico da Universidade de Nova York. Edgar Cayce fazia diagnósticos observando rigorosamente terminologia médica e deixou 30.000 exames para a "The Association for Ressearch and Enlightnment Inc." para pesquisá-las.


Acontece, porém, que, conforme as suas próprias revelações, ele em existência pregressa foi médico.



.A Técnica



Note-se que antigamente a medicina era exercida pelos barbeiros aptos a fazerem sangrias. O médium empírico de hoje poderá no futuro, vir também a ser antes preparado para o exercício de posição tão
sublime. A técnica se refere à aplicação prática das suas faculdades.
Que significa uma aproximação e como identificar a sua qualidade fluídica? Qual é a relação entre o
guia principal e o médium? Emmanuel e Chico Xavier? De que forma disciplinar-se mesmo sendo
inconsciente? Localização dos chacras, função de cada um e importância das correntes.
No entanto, nem de longe pensamos em uniformização. Estejamos prontos para entender a resposta que Chico Xavier deu aos que lhe perguntavam: "Importa que utilizemos nestes assuntos a não
inflexibilidade, uma atitude que não é flexibilidade e nem é inflexibilidade.



M.B Tamassia 1983
Do Livro: Você e a Mediunidade
Por M.B Tamassia
Editora: Casa Editora O Clarim

Médium - Ser ou não ser Por Odilon Fernandes & Carlos A. Baccelli

Médium - Ser ou não ser


Por Odilon Fernandes & Carlos A. Baccelli


"E que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus." 2 Timóteo, cap. 3 - v.15





Neste trecho de sua carta, Paulo lembra a Timóteo que, desde a infância, o jovem discípulo havia sido orientado nas sagradas letras e que, consequentemente, a sua responsabilidade era maior.
Notemos que o apóstolo fala em sabedoria decorrente do Evangelho e não do conhecimento advindo da Ciência - "sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus".

Quantos não são os que não sabem se salvar pela crença? Quantos os medianeiros que desprezam na mediunidade a possibilidade de elevação espiritual? E quantos os que não aproveitam a oportunidade que a tarefa mediúnica lhes confere, para viverem em paz consigo mesmos?
A condição mediúnica, por si só, nada significa. Ser ou não ser médium é uma questão de somenos. O problema é de direcionamento.

Muitos nascem em berço espírita e renegam a fé; outros reencarnam com excelentes possibilidades no campo mediúnico e as ignoram...
Paulo, quando conheceu o Evangelho, já tinha se equivocado muito. Neste sentido, ele recorda a Timóteo os privilégios do jovem companheiro que, desde os primeiros dias, recebera de sua mãe e de sua avó, Eunice e Lóide, segura formação espiritual.

Os que conhecem o caminho a ser trilhado e dele, voluntariamente, se afastam, serão duplamente responsabilizados.
É natural que o médium sem Doutrina cometa despautérios. Todavia como ficaremos ante aquele cujas faculdades mediúnicas foram adestradas na casa espírita, mas, mesmo assim, se desvirtua?
Infelizmente, muitos dos que se fazem médiuns no Espiritismo, depois de lhe desfrutar das prerrogativas, renunciam à sua condição de espíritas, mas não abrem mão de serem médiuns - querem a mediunidade, mas não a querem com as suas implicações éticas. Alguns aos quais estamos nos referindo, por interesses os mais escusos, abjuram, mais tarde, a fé espírita e chegam a criar doutrinas paralelas - doutrinas que não lhes exijam tanto em termos de renovação íntima.
O médium que não souber ser médium para a salvação de si mesmo pela fé em Cristo Jesus, melhor que renuncie à mediunidade e se contente com tarefas que lhe imponham menor responsabilidade.
Espiritismo tem ensinado o caminho da abordagem do Mundo Espiritual a muitos medianeiros que, depois, o desprezam!

A observação de Paulo a Timóteo soa como um alerta profundo a todos. Na elaboração de seu pensamento, o apóstolo coloca a sua afirmação sob condição: "sabes as letras sagradas que podem tornar-te sábio"... O conhecimento da Verdade pode ou não ser útil a quem o detém.
Ser espírita ou ser médium, simplesmente pelo fato de o ser, é como ser isto ou aquilo, tanto fez ou tanto faz. O rótulo nem sempre revela satisfatoriamente o conteúdo. O que mais transcende numa flor é o seu perfume e não propriamente a sua aparência.

Por este motivo, a todos quantos se candidatem a qualquer atividade mediúnica recomendamos, primeiro, que respondam com toda a sinceridade possível, a si mesmos, a seguinte pergunta: - Qual é a razão de eu estar querendo ser médium?

Livro: No Mundo da Mediunidade
Odilon Fernandes & Carlos A. Baccelli

sábado, 27 de janeiro de 2018

Mediunidade em crianças, o que fazer? Parte I

FALANDO DE OBSESSÃO (29)

Mediunidade em crianças, o que fazer?

Parte I

A criança merece um estudo à parte nesse tema que vamos desenvolver, uma vez que o reencarnante tem necessidade de acompanhamento constante dos pais, por se tratar de um espírito milenar. A família, como um todo, precisa estabelecer um ambiente tranquilo para que todos possam viver em harmonia com as leis divinas.






Não são raros os casos em que pais trazem seus filhos, ainda em idade infantil, à Casa Espírita, relatando sintomas como visão e comunicação com espíritos.
Obviamente, um caso é diferente do outro, sendo necessária uma melhor observação para que se possa verificar o que está realmente acontecendo com aquela criança. É comum, e do conhecimento de todos, que as crianças têm amiguinhos espirituais e passam longas horas falando e brincando com eles.
Os pais sempre perguntam o que fazer quando a mediunidade se manifesta em crianças.
O Livro dos Médiuns, obra que todos os espíritas deveriam conhecer com mais profundidade, nos traz informações preciosas sobre esse assunto.

Nele, temos a orientação clara dos Espíritos Superiores a Allan Kardec, que diz que não se deve desenvolver a mediunidade em crianças, devido à fragilidade de seu organismo e à sua excessiva suscetibilidade, como a imaginação muito fértil. As crianças não possuem, ainda, bases sólidas do raciocínio para lidar com as manifestações mediúnicas, por isso não devem ser estimuladas a desenvolver essa faculdade.
Os pais devem esclarecer rapidamente e, superficialmente, evangelizar pois não podemos descartar a possibilidade de estarem sendo vítimas de uma obsessão.
Não podemos nos esquecer de que a idade cronológica da criança não é a mesma idade do espírito, que traz muitas memórias pretéritas.
É sabido que as crianças não vêm com manuais de instrução, elaborados com explicações minuciosas de como funcionam e de como seus pais devem agir. Os filhos não nascem prontos.
Também não trazem certificado de garantia que possa ser apresentado em caso de algum defeito de fabricação.
A primeira coisa que temos que aprender com relação às crianças é de que elas não herdam características psicológicas, como inteligência, dotes artísticos, temperamento, bom ou mau gosto, simpatia ou antipatia, doçura ou agressividade. Cada indivíduo é único em sua estrutura psicológica, com sua personalidade, preferências e inclinações.
Diríamos que somente as características físicas são genéticas: os olhos, os cabelos, a cor da pele, a predisposição a certas enfermidades, enfim coisas dessa ordem.
Estamos falando apenas do aspecto material, imaginem os leitores sob o ponto de vista espiritual: quantas nuances não devem ser consideradas para essa avaliação.
Convém lembrarmos de que não somos um corpo físico passando por uma experiência espiritual, mas um espírito passando por uma experiência no corpo físico. Assim, esses pequeninos, espíritos já embalados no corpo físico e gerados por nós, já têm um passado e uma história, eles já existiam e cada um tem sua própria biografia pessoal, trazendo vivências e experiências, aportando aqui em nosso planeta para reviver novas oportunidades. Uns trazem saldos positivos, outros negativos, outros com muitos débitos pesados a ressarcir e, dentro desse contexto, muitos pais, por não entenderem a lei do retorno, ou causa e efeito, consideram essa criança como uma coitada, que já sofre desde pequena.
Ledo engano. Se esses pais tivessem um mínimo conhecimento das leis divinas e de que somos caminhantes no tempo, entenderiam, com maior facilidade, que todos somos devedores dessas leis, não importando a fase cronológica em que nos encontremos. As crianças são espíritos milenares como qualquer outro ser.
É necessário muita cautela no trabalho de “auxilio fraterno”, quando os pais vêm falar sobre os problemas de seus filhos. A criança pode estar passando por problemas obsessivos, o que merece toda atenção, para que possa ser tratada com muito cuidado, ainda maior em relação àquele dispensado a um adulto.
É muito simples de explicar como é esse “cuidado“ a que nos referimos.
A infância é muito propícia à assimilação dos princípios educativos até os sete anos. Nessa fase, o Espírito se encontra em fase de adaptação para a nova existência, tanto no lar quanto na companhia daqueles com quem terá que conviver, não havendo, ainda, integração adequada e perfeita para essa nova existência.
Outro fator a ser considerado é a integração à nova matéria orgânica, com as recordações do plano espiritual que são, por si só, mais nítidas.
Será necessário renovar o caráter, os caminhos a serem estabelecidos e consolidar princípios de responsabilidades, além da possibilidade, também, do novo reencarnante nascer num lar onde antigas desavenças tenham que ser acertadas para a harmonia perfeita de todos que viverão sob o mesmo teto.
Desnecessário, porém importante frisar, que o equilíbrio dos pais, para formar esse convívio harmonioso, é extremamente necessário perante as Lei Divinas.

Paz a seu espírito.

(Continua na próxima Edição)

Postado por Alfredo Zavatte

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

MÉDIUNS E MEDIUNIDADE (Divaldo Pereira Franco)

MÉDIUNS E MEDIUNIDADE

Por Divaldo Pereira Franco

Características da mediunidade

Foi Allan Kardec quem melhor estudou a paranormalidade humana, adentrando a sonda da
investigação no cerne do fenômeno.
No capítulo XIV de O Livro dos Médiuns, Kardec apresenta a seguinte definição:
"Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos é por isso mesmo médium". E tece comentários muito importantes dessa peculiaridade do organismo humano. Foi Kardec, aquele que propôs a palavra médium, por mais consentânea com a função a que se dedica. (Também trata do assunto em Obras Póstumas, 1.ª Parte, cap. VI ítem 33).






O Codificador apresenta a mediunidade como sendo uma faculdade orgânica, encontrada em quase todos os indivíduos, à semelhança de qualquer outra aptidão como a memória, a inteligência, a razão, etc.
Não constituindo, assim, patrimônio especial de grupos, nem privilégio de castas; é inerente ao Espírito, que dela se utiliza, encarnado ou desencarnado, para o ministério de intercâmbio entre diferentes esferas de evolução.
O desenvolvimento da faculdade propriamente dita, relaciona-se com o organismo, é independente da moral, não ocorrendo o mesmo com seu uso, que pode ser mais ou menos bom, segundo as qualidades do médium.
A mediunidade não implica necessariamente em relações habituais com os Espíritos superiores.
É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos útil aos Espíritos em geral. O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles têm assistência.
Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade. (Fonte para estudo: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 11 e 12).
A mediunidade não tem nenhum sinal ou característica exterior, que permita a quem quer que seja poder caracterizá-la ou identificá-la através de síndromes ou manifestações que tipifiquem o comportamento de um médium.
De início, por ser uma faculdade que coloca o homem entre dois extremos, ele pode propiciar determinados estdos, confundidos com patologias, com enfermidades. Se ela se manifesta na área intelectual, pode apresentar no indivíduo determinados estados de aparente alucinação auditiva, visual, ansiedade, receio, fenômenos claustrofóbicos, medos injustificáveis da noite, do
relacionamento com as pessoas. Porque, propiciando ao indivíduo uma percepção que estrapola o fenômeno normal, dá-lhe uma dimensão de registrar maior que o tipo comum. E, não estando a pessoa equipada para conduzir essas manifestações, é natural que experimente certas insatisfações, intranqüilidade ou sensação de mal-estar.
Na área física, pode proporcionar ruídos, pancadas inesperadas, mundanças de objetos de lugar, determinadas sensações de presenças, agradáveis ou desagradáveis.
Também na área onírica, nos estados de sono, pode caracterizar-se pelos fenômenos de encontros espirituais, de desdobramentos, pesadelos. Não queremos com isso configurar, que essas manifestações pelo geral, sejam mediunidade, mas particularizar que a mediunidade pode também revelar-se através desses fenômenos.
À semelhança da inteligência, a mediunidade se apresenta dentro de várias expressões. Pode ser visual, a vidência. Auditiva, a audiência. Premonitório, através da qual o ser penetra no conhecimento do futuro.
Pode apresentar-se mediante à irradiação de uma energia que materializa e que desmaterializa que produz a movimentação de objetos, ectoplasma. Pode levar o indivíduo a estados de empatia. De repente, dá-lha aquela alegria, aquela felicidade; como de depressão, aquele estado crepuscular; o indivíduo tem a sensação de que algo bom lhe está acontecendo, sorri, se emociona, ou tem a sensação de que uma grande tragédia está prestes a acontecer-lhe. São
fenômenos inspirativos de boa ou má prodecência, caracterizando a mediunidade inspirativa, psicofônica ou de incorporação.
Se vem um impuslo de escrever, e consegue grafar uma página com beleza superior à sua capacidade momentânea, ou fazê-lo sobre um assunto que não elocubrou, eis aí patente a mediunidade psicográfica. Mas todas elas desvestidas de superstições, de mistérios e crendices.
A mediunidade não leva à doença. O que faz o médium adoecer, não é a presença da faculdade.
São as suas dívidas desta ou de outra encarnação. A pessoa adoece, não por que seja médium, mas porque é um ser individado perante as Leis Divinas. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XVIII).
Apresentada a mediunidade, é lícito educá-la, da mesma forma que em se notando uma faculdade de natureza intelectual ou artística, a pessoa passa a desenvolver essa aptidão, para daí, canalizando as suas energias, sacar os melhores resultados possíveis.
Requisitos para educar a mediunidade
Para educar a mediunidade há requisitos inamovíveis, sem os quais ninguém consegue desdobrar essas percepções.
O primeiro deles, estudá-la, conhecer as suas possibilidades e as demais.
Conhecer o Espiritismo, que é a ciência que explica a mediunidade. Sem esse conhecimento a pessoa não passa do estado de superstição e de aventura, ainda mais, por causa do grande escolho à mediunidade, do grande perigo, que é a obsessão. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XXIII).
Sendo os Espíritos as almas dos homens que viveram na Terra, eles são exatamente os mesmos desvestidos do corpo físico. Bons ou maus, nobres ou indignos, honestos ou injuriosos e, estando a pessoa no desabrochar da mediunidade, em uma faixa de incerteza e de instabilidade emocional, sintoniza primeiro com os Espíritos levianos, que se lhe aproveitam da ignorância
para prometer-lhe missões, funções especiais, posições de relevo, e mentindo, dizerem tudo aquilo que agrada à vaidade da criatura humana. (Fonte de estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XVII, ítem 211 e O Livro dos Espíritos, pergunta 919)
— Qual o meio mais eficaz para sem melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?
— Um sábio da aantiguidade disse: "Conhecer-te a ti mesmo."
"O conhecimento de si mesmo é, pois, a chave do melhoramento individual..." (Santo Agostinho)
Portanto, cumpre ao médium o dever de vigiar-se, para ter certeza de que é uma criatura humana falível, como uma outra qualquer. Portadora apenas de uma faculdade a mais que lhe pode ser instrumento de felicidade, como de ruína, de acordo com a finalidade que lhe dê.
A mediunidade não é boa nem má; o uso que se lhe dê tornar-lhe-á uma bênção ou uma desdita para o seu usuário.
A segunda função é o exercício. A mediunidade não é para um breve período como muita gente que treina uma semana e na seguinte abre um Centro Espírita, para atender à sua e à vaidade das pessoas que lhe são afins. Acreditando que o fato de abrir um Centro Espírita a mais, é um grande serviço que presta à Humanidade, pois que, não estando a pessoa convenientemente
equipada, o que pode transmitir? Como conduzir, se ainda não sabe conduzir-se?
Incidindo naquela prescrição de Jesus: "Cego que conduz cego, caem todos no mesmo abismo". (S. Mateus, cap. XV, vv 1 a 20)
Portanto, é um exercício para toda a vida. Porque, a pessoa que possui inteligência, não pode dizer amanhã: — "A partir de agora vou deixar de ser inteligente". A pssoa que aprende a ler e escrever não pode afirmar: — "De agora em diante não leio mais." Porque, onde quer que incidam as suas vistas, o que estiver grafado em seu idioma, ela o lerá, queira ou não, uma vez que é uma qualidade inerente à sua realidade humana.
A mediunidade, portanto, exige uma educação permanente e, à medida quem o médium vai educando as suas possibilidades psíquicas, mais amplas estas se lhe fazem, exigindo-lhe maior campo de ação e de vigilância.
"Educar-se incessantemente é dever a que o médium deve comprometer intimamente, a fim de não estacionar e, aprimorando-se, lograr as relevantes finalidades que a Doutrina Espírita propõe para a mediunidade com Jesus." (Joanna de Ângelis, no livro no Limiar do Infinito)
O terceiro requisito é a consciência de que é médium, para que lhe serve a mediunidade e o que dela vai fazer. Daí, a vigilância é a necessidade mais imediata e mais comum.
"É necessário vigiar as entradas do coração e permanecer no posto da prece." (Joanna de Ângelis, no livro Convites da Vida)
A vigilância lhe deve constituir um paradigma a fim de que tenha o critério de analisar as comunicações de que é objeto, não se impressionando com nomes pomposos nem com entidades que trazem uma alta dose de pieguismo.
Na cultura brasileira, remanescente do africanismo, há uma postura muito pieguista, que é a do preto velho. E muitas pessoas acham que é sintoma de boa mediunidade ser instrumento de preto velho. Quando lhes explicamos que não há pretos velhos, nem brancos velhos, que todos são Espíritos, ficam muito magoadas, dizendo que nós, espíritas, não gostamos de pretos velhos. E lhes explicamos que não é o gostar ou não gostar.
Se tivessem lido em O Livro dos Médiuns, O Laboratório do Mundo Espiritual, saberiam que se a entidade mantém determinadas características do mundo físico, é porque se trata de um ser atrasado. Imagine o Espírito que
manquejava na Terra, porque teve uma perna amputada, ter de aparecer somente com a perna amputada.
Ele pode aparecer conforme queira, para fazer-se identificar, não que seja o seu estado espiritual. Quando, ao retornar à Pátria da Verdade, com os conhecimentos das suas múltiplas reencarnações anteriores, pode apresentar-se conforme lhe aprouver.
Então, a questão do preto velho é uma fenômeno de natureza animista africanista, de natureza piegas. Porque nós achamos que o fato de ter sido preto e velho, tem que ser Espírito bom, e não é. Pois houve muito preto velho escravo que era mau, tão cruel quanto o branco, insidioso e venal. E também houve e há muito branco velho que é venal, é indigno e corrompido. O fato de ter sido branco ou preto não quer dizer que seja um Espírito bom.
Cabe ao médium ter cuidade com esses atavismos, e quando esses Espíritos vierem falando errado, ou mantendo os cacoetes característicos das reencarnações passadas, aclarar-lhes quanto à desnecessidade disso. Porque se em verdade, o preto velho quer falar em nagô, que fale em nagô, mas que não fale um enrolado que não é coisa nenhuma. Ou, se a entidade foi alemã na Terra e não logre falar o idioma do médium, que fale alemão, mas que não fale um
falso alemão para impressionar. O médium só poderá falar o idioma no qual ele já reencarnou em alguma experiência passada.
Desde que não há milagres nem sobrenatural, o médium é um instrumento. Sendo a mediunidade um fenômeno orgânico, o Espírito desencarnado vai utilizar o que encontre arquivado no psiquismo do médium, para que isto venha à baila. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XIX, ítem 15)
A personalidade do médium e o fenômeno profundo
Agrada a pessoas ingêunas pseudo sagazes, que o médium deve ser bem ignorante para quando o Espírito falar por ele, dizer: — "Vê, que não é ele!" E daí! Pode ser um fenômeno anímico. Ele pode ser hoje profundamente ignorante, e um ex-cientista do século passado, e em transe o seu inconsciente falar, sem ser fenômeno mediúnico. e pode ser uma pessoa erudita e agora falar com erudição e ser um fenômeno mediúnico.
As balizas demarcatórias ante a personalidade do médium e o fenômeno profundo, estão na consciência da dignidade do médium. Porque ele sabe, como qualquer pessoa, quando está mentindo. Pode colorir, pode sorrir, pode até acreditar, mas, ele sabe que está mentindo.
Também o médium sempre sabe quando está em transe. À semelhança de qualquer problema na área das psicopatias, quando passa a doença, a pessoa lembra de tudo que fez, só que não tinha forças para reagir. Na mediunidade o fenômeno é o mesmo. Ocorre que as pessoas gostam de lendas e de fantasias, e há muita gente que experimenta o transe e diz: "Eu fui pegado à força, eu não quis." Equívoco. Se o fenômeno se deu à força, a comunicação é negativa. Trata-se de um obsessor, porque só há violência nas obsessões, por se tratar de
vingança. (Fonte para estudo: O Livro dos Médiuns, cap. XXIII)
Nas comunicações nobres não há violência, tem que haver anuência do Espírito encarnado, pois o desencarnado não entra no médium como a água entra numa garrafa. O médium faz o transe pela concentração, e ao concentrar-se, exterioriza o seu perispírito, que se torna o receptáculo da comunicação da entidade que dela se vai utilizar perispírito a perispírito acoplados produzem o fenômeno. (Fonte para estudo: Obras Póstumas, 1.ª Parte parágrafo 6, ítem 34 e também, mesma obra, 1.ª Parte, parágrafo 1.º)
O fenômeno se dá em três ordens distintas:
1.ª Consciente, a pessoa se sente inspirada;
2.ª Semiconsciente, a pessoa sente um impulso maior e perde os parâmetros do raciocínio;
3.ª Inconsciente, automática ou sonambúlica, em que há um bloqueio da razão e a pessoa tem a sensação de um sonho, em que se fragmentam as imagens e ela perde os contornos, e não seria capaz de reconstruir o estado de um sonho, daqueles que parecem ficar resíduos, mas dos quais a pessoa não recorda.
O exercício dará ao médium a possibilidade de transitar da faixa da consciência, para a semi e para inconsciência. Da mesma forma que ao estudar-se datilografia, colocam-se os dedos nas letras básicas, para criar-se um condicionamento pela repetição (exercício mediúnico) até que se cubra o teclado para que o automatismo funcione. E é tão curioso que, embora o teclado seja
absolutamente igual, quando o nosso dedo bate na tecla errada a gente sente que não está na verdadeira, olhamos para o papel e vemos a letra equivocada. O mesmo ocorre com no piano, no violino ou em qualquer instrumento ou atividade.
O exercício levará à mecanização da faculdade: o hábito de escrever mediunicamente, o hábito de incorporar, o hábito de concentrar-se, cria no indivíduo confiança e dá-lhe a estrutura da realidade mediúnica.
A mediunidade deve, portanto, ser exercida mas não abusada.
Há médiuns que se demoram horas-a-fio, para impressionar os consulentes.
Sendo a mediunidade um campo de ação, tem um quantum de energia que gasta e depois de certo momento, à semelhança de uma energia qualquer, sendo desgastada desaparece o intercâmbio.
E o médium continua no estado de auto-sugestão.
Há exceções raríssimas a que os Espíritos denominam de Mediunato, palavra criada pelos Espíritos e que está em O Livro dos Médiuns nas últimas comunicações, para caracterizar a mediunidade gloriosa ou missionária, como é o caso de Francisco Cândido Xavier e alguns outros médiuns. Então, o médium que fica horas-a-fio concentrado, está queimando combustível que ele não recoloca. Porque o Espírito que dele se utiliza, não lhe pode dar a energia que ele está consumindo. Essa energia que ele está consumindo é fluido animal e só
através da alimentação, do repouso e do concurso de natureza física lhe podem restituir.
A aplicação de passes dado por pessoas físicas, transmitindo essas células, que também podem ser chamadas de nêutrons de natureza energética, restabelecem-lhe a harmonia orgânica e refazem a estrutura do metabolismo.
Então, ocorre que todo aquele que se dedica com exagero à mediunidade, e que, o Espiritismo não recomenda, porque há horas para tudo e não é o fato de a pessoa trabalhar vinte horas por dia na mediunidade que dela fará um bom médium, termina por gerar fadiga, estresse.
O homem tem deveres sociais e o Espiritismo recomenda que cumpra com seus deveres em família. Essas pessoas que dizem: — "Vou largar o emprego para me dedicar à mediunidade."
São pessoas preguiçosas, porque, para se dedicar à mediunidade sem trabalhar, tem que cobrar. E aí profissionalizam a mediunidade, caindo no que as religiões chamam de simonia, crime da venda de coisas sagradas e que Jesus reprovou veementemente com estas palavras: Dar de graça aquilo que de graça se recebe. (Fonte para estudo: O Livro dos Médiuns, cap.XXVI)
Não recebendo os Espíritos nenhum pagamento, não têm nenhuma obrigação de acompanhar aqueles que mercadejam com a mediunidade. Normalmente, os abandonam e eles passam para mãos equivocadas de Espíritos levianos quanto eles, que os exploram, ridicularizam e obsidiam na etapa final da existência física.
"A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente..." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVI, ítem 10)
A lei dos fluídos
A mediunidade, para continuar a ser desenvolvida, vai exigir do indivíduo disciplinas morais, porque as disciplinas morais fá-lo-ão atrair entidades respeitáveis. "Dize-me com quem andas e eu te direi quem és. Dize-me que és, e eu caracterizarei as tuas companhias."
Portanto, é necessário que o médium se moralize, para que os Espíritos simpáticos e nobres que com ele se afinem, passem a ajudá-lo.
É indispensável ao médium estudar, para que compreenda como é o mecanismo da mediunidade. O estudo da Doutrina é muito importante, sobretudo, nos dias atuais, quando vemos proliferar a mediunidade desordenada, a serviço de interesses subalternos em proveito pessoal.
Um médium que cultiva o estudo sério se conscientiza de suas responsabilidades perante a faculdade que detém.
Sabe-se que, por exemplo, a respeito de certa prática que vem ocorrendo, em que médiuns podem receber qualquer Espíritos. Isso não corresponde à verdade, pois existe a lei dos fluídos, em que os semelhantes se atraem e os contrários se repelem. É uma lei básica da Física.
Portanto, os médiuns não podem receber os Espíritos que estejam acompanhando outras pessoas como hoje se faz, e as pessoas ingênuas dão crédito, de realidade, pedindo que o obsessor de José incorpore na mediunidade Antonio. Isso só será possível se houver identidade fluídica; não havendo, não acontecerá. Há Espíritos levianos que gostam de distrair-se com nossa ignorância. Incorporam e fingem ser aquele que foi evocado. Por isso, o Espiritismo evita as evocações, porque nem todos os Espíritos chamados têm condições de atender, ou permissão para isso.
O Espíritos também têm ocupações, deveres, e existem leis que lhes regem o comportamento.
Às vezes, eles podem vir, mas não lhes é permitida a oportunidade de se comunicarem, para provação de quem evoca ou para sofrimento deles mesmos, por falta de méritos. Espíritos levianos, interesseiros, vêm e assumem a personalidade, enganando e mentindo. (Fonte para estudo, O Céu e o Inferno, 1a. parte, cap. XI).
Também não tem a mediunidade a função de descobrir tesouros ocultos, heranças, pessoas desaparecidas.
Afirmou Kardec com estas palavras: A função da mediunidade é promover o progresso da humanidade. Mas não é porque ele o disse, é porque os Espíritos superiores assim elucidaram. A mediunidade tem uma função muito mais nobre do que encontrar a pedra de brilhante que se perdeu e a gente quer achá-la. Pode ocorrer que Espíritos ociosos e brincalhões digam, mas será sempre através de um fenômeno frívolo e fútil de uma mediunidade que está em mãos boas e más, correndo o perigo de permanecer nas negativas. Dessa forma, cabe ao médium
aplicar-se à consciência da finalidade da tarefa, dedicando-se à lei mais alta da criação, que é a Lei do Amor personificada na Caridade.
Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes, contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, Ele aponta essas virtudes, como sendo as que conduzem à eterna felicidade. ( Fonte para estudo, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV)
A sua ação de caridade é efeito natural de sua moralização. Só as pessoas moralizadas praticam a caridade. As pessoas não moralizadas têm crises de filantropia, têm explosões de generosidade, têm momentos de altruísmo, mas não têm a ação da caridade, pois que essa exige abnegação, renúncia, devotamento, compaixão, sentimento solidário, mas só quem tem controle moral sobre imperfeições é que pode reunir essas qualidades morais. Daí a moralização
precede à ação da caridade, fazendo com que os Espíritos bons passem a amar aquele instrumento que é dúctil e maleável às boas tendências.)
Na ação da caridade a mediunidade se agiganta
Também não tem a mediunidade a função de descobrir tesouros ocultos, heranças, pessoas desaparecidas.
Afirmou Kardec com estas palavras: A função da mediunidade é promover o progresso da humanidade. Mas não é porque ele o disse, é porque os Espíritos superiores assim elucidaram. A mediunidade tem uma função muito mais nobre do que encontrar a pedra de brilhante que se perdeu e a gente quer achá-la.
Pode ocorrer que Espíritos ociosos e brincalhões digam, mas será sempre através de um fenômeno frívolo e fútil de uma mediunidade que está em mãos boas e más, correndo o perigo de permanecer nas negativas.
Dessa forma, cabe ao médium aplicar-se à consciência da finalidade da tarefa, dedicando-se à lei mais alta da criação, que é a Lei do Amor personificada na Caridade.
Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes, contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, Ele aponta essas virtudes, como sendo as que conduzem à eterna felicidade. (Fonte para estudo, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV)
A sua ação de caridade é efeito natural de sua moralização. Só as pessoas moralizadas praticam a caridade. As pessoas não moralizadas têm crises de filantropia, têm explosões de generosidade, têm momentos de altruísmo, mas não têm a ação da caridade, pois que essa exige abnegação, renúncia, devotamento, compaixão, sentimento solidário, mas só quem tem controle moral sobre imperfeições é que pode reunir essas qualidades morais. Daí a moralização
precede à ação da caridade, fazendo com que os Espíritos bons passem a amar aquele instrumento que é dúctil e maleável às boas tendências.
O médium que se dedica ao exercício da caridade, realiza mister relevante. Não é necessário salvar o mundo, basta salvar-se a si mesmo e salvar a pessoa mais próxima que está perto dele, uma pessoa que está dentro de casa, porque há pessoas que querem salvar a humanidade inteira e são verdadeiros tiranos dentro do lar, odiando a todos.
Não exercem o primeiro dever, pois o próximo, é o ser que está mais perto de nós, dali partindo para a Humanidade.
Quem não ama aos seus, aos outros jamais amará. Terá paixões, terá entusiasmo e decepções.
Depois a frase é de Jesus: "Quem não ama a quem vê, como poderá amar a quem não vê? Se não vos amais a vós mesmos que vos vedes, como amareis a vosso Pai a quem não vedes." Pode haver maior força de lógica? (Fonte para estudo, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XI)
Daí, é necessário que o exercício da caridade paute a nossa vida, não só dos médiuns, mas de todas as criaturas, e do médium em particular, por ser alguém aquinhoado com recursos que a outrem falte.
Todas as pessoas são médiuns, alguns com mais amplas possibilidades, como todo mundo normal tem inteligência, mas há uns que têm uma memória excelente. Há em quase todos nós a presença da mediunidade e em alguns, características mais acentuadas.
Equivale dizer que se todos nós exercitarmos a mediunidade, aumentá-la-emos no seu grau de percepção. Há pessoas que não têm capacidade para escrever, mas fazendo exercícios, terminam, por automatismo, escrevendo. Há pessoas que não têm capacidade para cantar, educando a voz conseguem alguma harmonia. Assim também é a mediunidade; exercitando, a pessoa logra realizar o mister para o qual a mediunidade está presente.
Mas na ação da caridade a mediunidade se agiganta. É lamentável ver que médiuns que começam com grande entusiasmo, emulados pelo ego, depois se desencantam até no exercício do passe. Isso não é bom. Apesar de suas dificuldades momentâneas ou pequenos distúrbios, não devem abandonar a tarefa. Devem esforçar-se para manterem-se em condições de aplicar o
passe, pois quem é veículo do perfume, terminada a ação, fica perfumado.
Há um modo muito cômodo entre os espíritas: pedirem para que nós oremos por eles. Jesus recomendou que o fizéssemos, mas desde que ele ore por si. "Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XXV)
A oração é um estado de comunhão com Deus e o médium acaba por viver esse estado de comunhão com Deus, através dos bons pensamentos, que são a melhor técnica de oração. Mas, como a oração é a arte de se abrir a Deus, a ação é o efeito da prece. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII)

Fonte - Mediuns e Mediunidade (Divaldo Pereira Franco) - Artigo tirado do site Biblioteca Virtual Espírita

MÉDIUNS -- Por Roque Jacintho

A generalização da faculdade mediúnica a todas as
criaturas encarnadas, contudo, ainda é necessidade evol
utiva da nossa Humanidade. Por tal razão, embora seja
comum à espécie humana, deverá tornar-se conquista de
cada alma que se empenhar no desabrochar desse novo
sentido que lhe permite contacto com o mundo intelige
nte intangível.






À vista dessa necessidade de progressão, teremos nos
dias atuais, e para efeitos destes nossos estudos, de esta
belecer a existência de duas categorias gerais de médiuns:

· médiuns latentes,
. médiuns ostensivos.

Médiuns latentes são todos aqueles que, em deter-
minadas ocasiões ou circunstâncias de sua vida, servem
inconscientemente de intermediários da Espiritualidade,
quer para transmitir algum ensinamento relevante, quer
para retratar o submundo espiritual de paixões e vícios.
Médiuns ostensivos são aqueles que guardam, em
maior ou menor intensidade, noções de sua posição de
intermediários, reconhecendo que operam sob a influência
controlável de forças estranhas às suas.

A consciência do fenômeno mediúnico, porém não automatiza
a transmissão dos pensamentos ou a vontade dos Espíritos
e nem padroniza as mensagens. Tanto poderá o médium ostensivo
fazer-se medianeiro de orientação renovadora,quanto poderá
tornar-se porta-voz de mensagens perturbadoras.
Os Espíritos que se comunicam se ajustam ao degrau mental
do medianeiro e mais ainda, ao seu nível moral.

Assim, uns poderão usar linguagem aparentemente científica ou
ou filosófica, sem nenhum escorço (perspectiva) de conduta
moral, e outros poderão exprimir a mais pura moral em suas
prédicas, mesmo se servindo de palavras simples ou expressões
populares.
Ainda apenas para efeitos de nossos estudos, subdividiremos
os médiuns-ostensivos em três grandes categorias:

. médium-egoísta,
· médium-orgulhoso,
· médium Espírita-cristão.

Esta classificação é elaborada à vista dos fins que o médium
objetiva com a sua faculdade. E para maior clareza,
estabeleçamos uma comparação com o Uso de um dos cinco sentidos
comuns que quase todos já conquistamos: o da audiência.
Todos os homens podem ouvir.
0 homem-egoísta, porém, ouve e se detém apenas no que lhe traga
benefícios diretos. O seu circuito de atenção se estabelece tão
tão somente com o que poderá vir incorporar-se às suas posses
ou conquistas materiais.

0 homem-orgulhoso, conseqüentemente, cinge-se ao que lhe amplie a
desmedida auto-consideração, Sua tensão emocional sustenta-se
apenas nos acontecimentos ou referências que louvem a sua
suficiência, a sua capacidade e que, via de regra, nutram ainda
mais o seu desajuste psíquico.

0 homem-cristão, no entanto, ouve e analisa o Bem em favor de seu
semelhante, olvidando a si mesmo sempre que necessário. Seu interesse
é solicitado ou criado pelo que se possa organizar a beneficio
pelo que se possa organizar a beneficio do semelhante, recolhendo
para si as sobras da caridade que espalha.

As mesmas posições subsistem para o sentido mediúnico.
Aqueles que colocam a comunicação com os Espíritos a serviço
de seus interesses materiais, seja diretamente por tentar
fazê-los lacaios de seus programas individuais, seja indiretamente
barateando a fenomenologia e dela fazendo um balcão de favores
terrenos para os seus eventuais consulentes, esses são MÉDIUNS-EGOÍSTAS.
Outros que tomam a mediunidade para sustentar a própria vaidade, fazendo-se
crer privilegiados pelos dons que revelam, criando adeptos servis e escravos
de si ou dos Espiritos de que são medianeiros, esses são MÉDIUNS-ORGULHOSOS.

Existem, todavia, os que acolhem a mediunidade como ampliação de serviços,
fonte perene de consolação e orientação moral de seus irmãos de romagem terrena.
Sublimam a sua faculdade, utilizando-a com critério e amor, buscando por seu
intermédio atingir a própria renovação intima, de si e de seus semelhantes.
Enobrecem a fenomenologia e ilustram-se moral e mentalmente no contacto com
Espíritos elevados, vivendo exemplos tocantes de amor e caridade, de ternura
e piedade esses são os MÉDIUNS ESPÍRITAS-CRISTÃOS.

Não devemos esquecer, todavia, que médiuns egoístas e médiuns orgulhosos são
almas enfermas e companheiros nossos de viagem e aprendizagem na escola da
carne, urgindo por assistência caridosa por parte de todos nós. Tão logo, pois
nos abalancemos em identificá-los classificá-los em nossos agrupamentos ou fora
deles, estaremos assumindo o compromisso de auxiliá-los
na regeneração de si mesmos, porque quem tem olhos para divisar o Mal deve ter
coração para criar o Bem.

Roque Jacintho

Do livro Desenvolvimento Mediúnico 9.edição Maio de 1988
Editora Luz no Lar

Médium Passista - Por Richard Simonetti

Médium Passista - Por Richard Simonetti

Médium Passista

1 – USA-SE, COM FREQÜÊNCIA, NO MEIO ESPÍRITA, O TERMO “MÉDIUM PASSISTA”. TODO PASSISTA É MÉDIUM?

O passe magnético não é um ato mediúnico. Trata-se de uma transfusão de energia magnética, algo semelhante à transfusão de sangue. Não é preciso uma condição especial para doar sangue. Apenas que o doador seja saudável. O mesmo acontece com o passe. Qualquer pessoa pode aplicá-lo, desde que conheça a técnica e se submeta às disciplinas que lhe são inerentes.







2 – NÃO HÁ A INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS, NA APLICAÇÃO DO PASSE?

Eles colaboram, oferecendo algo de seu próprio magnetismo, que se casa ao do passista, mas não ocorre o transe que caracteriza a manifestação mediúnica.

3 – FALA-SE EM “MAGNETISMO ANIMAL” E “MAGNETISMO ESPIRITUAL”. QUAL A DIFERENÇA?

Magnetismo animal ou humano seria o do próprio passista. Magnetismo espiritual seria o dos Espíritos que colaboram no processo. Considera-se que o magnetismo animal seria mais apropriado para problemas físicos, envolvendo enfermidades diversas. Daí a convocação de companheiros de boa vontade, dispostos à doação, nesse serviço. O magnetismo espiritual seria dos Espíritos desencarnados, destinado a problemas psíquicos. Consideremos, entretanto, que o passista é um Espírito, reencarnado. Portanto, ao aplicar o passe, ele também fornece o magnetismo espiritual.

4 – JESUS ERA UM PASSISTA?

Sem dúvida. Tinha plena domínio sobre o assunto, e um potencial magnético inigualável. Daí os prodígios que operava. Ele afirmava que tudo o que fazia, poderemos fazer. Estamos longe de seus poderes, mas, com boa vontade, dedicação e pureza de sentimentos, estenderemos benefícios a muita gente.

5 – A EFICIÊNCIA DO PASSE MAGNÉTICO DEPENDE DA CAPACIDADE DO PASSISTA?

Depende muito mais da receptividade do paciente. Na câmara de passes, onde é feita a aplicação de magnetismo, há um ambiente vibratório coletivo, formado pela contribuição de todos os passistas. Não há, portanto, por que imaginar que este ou aquele colaborador é mais eficiente. O fator preponderante é a postura do paciente, sua fé e o empenho de renovação.

6 – ISSO TAMBÉM ACONTECIA COM JESUS?

O Mestre deixou isso bem claro, em duas expressões que usava com freqüência. A primeira: “tua fé te salvou”. Nem todos eram curados. Havia uma condição essencial: a fé, a certeza de que haveria o benefício da cura. Não se tratava de premiar os fervorosos, mas, apenas atender aos imperativos da sintonia. Quem acreditava, sintonizava com Jesus e podia ser beneficiado. A outra expressão: “vai e não peques mais, para que não te suceda pior”, significa que os nossos males estão subordinados ao comportamento. Portanto, é preciso que estejamos dispostos a mudar, superando nossas mazelas. Caso contrário, eles sempre recrudescerão.

7 – O PASSE MAGNÉTICO SERIA, ENTÃO, UM TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE?

Exatamente. Cuida dos efeitos. As causas de nossos males somente nós poderemos remover, com a famosa reforma íntima, à luz dos princípios de Jesus. É por essa razão que a aplicação de passes, no Centro Espírita, deve ser sempre precedida de palestras doutrinárias, oferecendo às pessoas que procuram o benefício desse abençoado serviço os esclarecimentos necessários..

8 – E SE A PESSOA TEM MUITA FÉ, ACREDITA NO PASSE, MAS NÃO ESTÁ DISPOSTA À RENOVAÇÃO?

Com o tempo o passe deixará de surtir efeito. André Luiz diz que os mentores espirituais são condescendentes. Ajudam por dez vezes, quando nos submetemos ao tratamento magnético, aliviando nossos padecimentos. Depois disso, se continuamos acomodados, suspendem o amparo e deixam a Dor usar de seus rigores para nos convencer de que é preciso mudar.
Livro Mediunidade, Tudo o que você precisa saber.

Richard Simonetti

Nem Tudo é Mediunidade - Por Orson Peter Carrara

Nem Tudo é Mediunidade - Por Orson Peter Carrara

Realmente, sintomas físicos ou mesmo perturbações emocionais e psicológicas podem ser confundidos com mediunidade.






Atendentes fraternos, dirigentes, coordenadores de estudos e mesmo palestrantes ou escritores, precisamos sempre levar em conta esse detalhe. Mediunidade, como já aprendemos, não é doença, nem tampouco privilégio ou exclusividade dos espíritas. É, antes, potencialidade humana, apesar dos diferentes estágios em que se apresenta e das variáveis que afetam sua manifestação, inclusive de maturidade emocional, intelectual e do meio onde se apresenta.
Não é incomum pessoas tristonhas e deprimidas, muitas vezes dependentes de medicamentos, serem confundidas pela precipitação de dirigentes que alegam ser o exercício da mediunidade o único caminho de superação desses estados. Indicam presença de espíritos perturbados ou perturbadores como causa do abatimento e apontam, equivocadamente, como causa uma suposta hipnose de espíritos, agravando ainda mais o quadro de aflição da pessoa que simplesmente precisa de ajuda...
Tais considerações foram inspiradas no capítulo 22 do livro Encontros com a Consciência, ditado pelo Espírito Irmão Malco ao médium Alaor Borges Jr. Referido capítulo descreve o diálogo de um atendimento fraterno. Aliás, todo o livro é composto de casos relacionados a ocorrências em centros espíritas, inclusive com muitos ensinos de Chico Xavier. No caso em questão, o Espírito que relata a ocorrência conclui com sabedoria: “(...) Passei a entender que, na condição de socorrista espiritual, temos que ter muito critério. Nem todo distúrbio nervoso, qual seja a depressão, síndrome do pânico, insônia e outras mais, estão relacionadas à presença de mediunidade (...)”.
Nesse ponto, interrompemos a transcrição para destacar, aí sim, caminhos de superação de estados de abatimento, na continuidade do raciocínio do autor: “(...) mas o serviço prestado pelo passe, as palestras, a água magnetizada e o vínculo com as atividades assistenciais da casa têm valor inconcebível. (...)”.
O destaque é nosso e proposital. Não percebemos que muito mais que focar nossa atenção em supostas influências de espíritos, embora elas sejam reais e contínuas, precisamos, isso sim, prestar mais atenção em nossas reações e procurar no Espiritismo o que ele realmente tem a oferecer: o consolo, a diretriz, o conforto, a orientação, a luz para nossos caminhos, a lucidez de seus fundamentos, caminhos claros de entusiasmo e superação das dificuldades que normalmente enfrentamos, até pela nossa condição humana. Recursos que encontramos, principalmente, nos estudos, palestras...
O livro é rico de casos assim. Mágoas, dinheiro, opiniões, relacionamentos, dificuldades, influências, inspiração, pressa, entre outros temas, vão surpreender o leitor. Exatamente pela clareza e concisão dos diálogos. Não deixe de conhecer. Trará benefícios para os grupos espíritas.


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Orson Peter Carrara

Um Risco na Mediunidade (Por Orson Carrara)

Um Risco na Mediunidade

Por Orson Carrara

Mediunidade é algo sério. Precisa ser tratada com respeito, conduzida com conhecimento. E isto só é possível quando se conhece suas bases, sua finalidade. Se for conduzida sem conhecimento, com leviandade, sujeita-se a absurdos e contradições.
Não há outra maneira para evitar equívocos, senão estudando-a. E isto em fonte segura, O Livro dos Médiuns.





Se você pensar bem, algumas distorções enquadram-se na ignorância do que ela realmente seja, ou de como usá-la. Outros desvios devem-se, todavia, à má-fé e até a uma certa ingenuidade. Vejamos alguns exemplos:
a) Acreditar-se cegamente no que dizem os espíritos. Aqui é preciso lembrar-se que os espíritos não sabem tudo (portanto estão sujeitos a erros) e que também o médium tem grande influência na transmissão da mensagem. Ele pode filtrar o conteúdo, alterar, omitir ou acrescentar informações. Aqui entra o caráter moral do médium.
b) Tornar-se dependente de médiuns e espíritos. A mediunidade existe para orientar, mas cada um terá que construir sua própria orientação de vida, de acordo com os conhecimentos que vai adquirindo. Toda dependência é prejudicial e gera verdadeiras neuroses.
c) Achar que tudo é mediunidade. Todos vivemos uma vida intensa e achar que tudo é influência de espíritos é cair no ridículo. É preciso considerar que mesmo entre os encarnados há uma real influência recíproca.
Entre estes e outros aspectos que podem ser considerados, já que o assunto é amplo, há um risco que merece "olhos bem abertos": o risco da ingenuidade. Para evitá-lo, chame-se o bom senso. Vamos citar único exemplo:
Pessoa comparece ao Centro Espírita em busca de comunicação de parente desencarnado. Fornece nome, data do nascimento e morte, bem como a causa da morte. Apressados os médiuns recebem uma suposta manifestação do envolvido, citando frases chavões e consolando os parentes. Em seguida, a mensagem é desmascarada, pois os consulentes que foram ao Centro quiseram desmoralizar a mediunidade e usaram nome de pessoa encarnada...
Já pensou? Como ficamos?
A Doutrina Espírita ensina com letras garrafais que uma manifestação espiritual não é algo tão simples como se pretende. E será mesmo que só ao citar nome de pessoa falecida já é condição para que o espírito se manifeste...? E as condições do espírito? E se realmente foi uma ironia de pessoas brincalhonas. Cuidado, minha gente. Mediunidade é coisa séria. Como evitar isso? Abrindo os olhos e usando o bom senso, sem pressa. Pesar tudo sob a luz da razão e da coerência. Só isso já vai evitar um monte de decepções.

Orson Carrara

"MÉDIUNS" VERDADEIROS SERVIDORES DE DEUS!

“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...) Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XIV).






Assim, conforme asseverou o Codificador, todos mantemos contato com o Mundo Espiritual, pois vivemos em incessante intercâmbio com o mesmo. Desta forma, ao fazermos uma oração recebemos o amparo da espiritualidade maior, do nosso protetor/mentor espiritual, entramos em contato com as usinas de força da Vida Maior. Por conseguinte, estamos exercendo a mediunidade, haja vista que recebemos a influência dos espíritos superiores. E, pela questão da sintonia vibratória, isso também vale para os espíritos menos elevados, pois quando alguém tem pensamentos inferiores, espíritos que se afinam com estes são atraídos. "O pensamento é o laço que nos une aos Espíritos, e pelo pensamento nós atraímos os que simpatizam com as nossas idéias e inclinações". Allan Kardec. Entretanto, usualmente só se chamam de médiuns “aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva”. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo IX)
Posto isso, os principais tipos de mediunidade são:
.de efeitos físicos: este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os facultativos - que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos - e os involuntários ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.
.dos médiuns sensitivos ou impressionáveis: são pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão. Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade.
.médiuns audientes ou clariaudientes: neste caso os médiuns ouvem a voz dos espíritos. O fenômeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo. Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta, semelhante a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, estabelecer conversação com os espíritos.
.médiuns videntes ou clarividentes: são dotados da faculdade de ver os espíritos. Cabe salientar que o médium não vê com os olhos, mas é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos.
.médiuns psicofônicos: neste tipo o médium serve como um instrumento pelo qual o espírito se comunica pela fala; assim, há a acoplação do perispírito do espírito comunicante no perispírito do médium, permitindo, assim, que o espírito utilize o aparelho fonador do médium para fazer uso da fala.
.médiuns de cura: Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico. No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.
.médiuns mecânicos: Quem examinar certos efeitos que se produzem nos movimentos da mesa, da cesta, ou da prancheta que escreve não poderá duvidar de uma ação diretamente exercida pelo Espírito sobre esses objetos. A cesta se agita por vezes com tanta violência, que escapa das mãos do médium e não raro se dirige a certas pessoas da assistência para nelas bater. Outras vezes, seus movimentos dão mostra de um sentimento afetuoso. O mesmo ocorre quando o lápis está colocado na mão do médium; freqüentemente é atirado longe com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, se agitam convulsivamente e batem na mesa de modo colérico, ainda quando o médium está possuído da maior calma e se admira de não ser senhor de si Digamos, de passagem, que tais efeitos demonstram sempre a presença de Espíritos imperfeitos; os Espíritos superiores são constantemente calmos, dignos e benévolos; se não são escutados convenientemente, retiram-se e outros lhes tomam o lugar. Pode, pois, o Espírito exprimir diretamente suas idéias, quer movimentando um objeto a que a mão do médium serve de simples ponto de apoio, quer acionando a própria mão.
Quando atua diretamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente da vontade deste último. Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e pára, assim ele acaba.
Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve. Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta; têm-se os médiuns chamados passivos ou mecânicos. E preciosa esta faculdade, por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que escreve.
.médiuns intuitivos: 180. A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. E o que se chama médium intuitivo.
Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.
O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo.
.médiuns semimecânicos: 181. No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semimecânico participa de ambos esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos médiuns são os mais numerosos
.médiuns inspirados: 182. Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares idéias. Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com freqüência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer. Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito freqüentemente se admirará das idéias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor. Se nenhuma idéia surge, é que é preciso esperar.
A prova de que a idéia que sobrevém é estranha à pessoa de quem se trate esta em que, se tal idéia lhe existira na mente, essa pessoa seria senhora de, a qualquer momento, utilizá-la e não haveria razão para que ela se não manifestasse à vontade. Quem não é cego nada mais precisa fazer do que abrir os olhos, para ver quando quiser. Do mesmo modo, aquele que possui idéias próprias tem-nas sempre à disposição. Se elas não lhes vêm quando quer, é que está obrigado a buscá-las algures, que não no seu intimo.
Também se podem incluir nesta categoria as pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do comum e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá momentaneamente desabitual facilidade de concepção e de elocução e, em certos casos, o pressentimento de coisas futuras. Nesses momentos, que com acerto se chamam de inspiração, as idéias abundam, sob um impulso involuntário e quase febril. Parece que uma inteligência superior nos vem ajudar e que o nosso espírito se desembaraçou de um fardo.
183. Os homens de gênio, de todas as espécies, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de compreender por si mesmos e de conceber grandes coisas. Ora, precisamente porque os julgam capazes, é que os Espíritos, quando querem executar certos trabalhos, lhes sugerem as idéias necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são médiuns sem o saberem. Têm, no entanto, vaga intuição de uma assistência estranha, visto que todo aquele que apela para a inspiração, mais não faz do que uma evocação. Se não esperasse ser atendido, por que exclamaria, tão freqüentemente: meu bom gênio, vem em meu auxílio?
As respostas seguintes confirmam esta asserção:
a) Qual a causa primária da inspiração?
"O Espírito que se comunica pelo pensamento."
b) A revelação das grandes coisas não é que constitui o objeto único da inspiração?
"Não, a inspiração se verifica, muitas vezes, com relação às mais comuns circunstâncias da vida. Por exemplo, queres ir a alguma parte: uma voz secreta te diz que não o faças, porque correrás perigo; ou, então, te diz que faças uma coisa em que não pensavas. É a inspiração. Poucas pessoas há que não tenham sido mais ou menos inspiradas em certos momentos."
c) Um autor, um pintor, por exemplo, poderiam, nos momentos de inspiração, ser considerados médiuns?
"Sim, porquanto, nesses momentos, a alma se lhes torna mais livre e como que desprendida da matéria; recobra uma parte das suas faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos outros Espíritos que a inspiram."
.médiuns de pressentimentos: O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla vista, que lhes permite entrever as conseqüências das coisas atuais e a filiação dos acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados.
"Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir". Joanna de Ângelis (espírito), livro Oferenda - pág. 130/131 -, psicografado por Divaldo Franco
.médiuns psicógrafos: Transmitem as comunicações dos espíritos através da escrita. São subdivididos em mecânicos, semimecânicos e intuitivos. Os mecânicos não têm consciência do que escrevem e a influência do pensamento do médium na comunicação é quase nenhuma. Como há um grande domínio da entidade sobre a faculdade mediúnica a idéia do espírito comunicante se expressa com maior clareza. Há casos em que o médium psicografa mensagens complexas conversando com outras pessoas, totalmente distraído do que escreve. Já nos semimecânicos, a influência da entidade comunicante sobre as faculdades mediúnicas não é tão intensa, pois a comunicação sofre uma influência do pensamento do médium. Isso ocorre com a maioria dos médiuns psicógrafos. Com relação os intuitivos, estes recebem a idéia do espírito comunicante e a interpretam, desenvolvendo-a com os recursos de suas próprias possibilidades morais e intelectuais.
“Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir”.

Joanna de Ângelis (espírito), livro Oferenda – pág. 130/131 -, psicografado por Divaldo Franco

Encontro com o Mentor: o seu guia Espiritual

Encontro com o Mentor: o seu guia Espiritual

Sua jornada precisa de um mentor

“O encontro com o Mentor é o estágio da jornada em que o herói recebe os suprimentos, o conhecimento e a confiança indispensáveis para superar o medo e dar início à aventura.” (Christopher Vogler)







Seguir sozinho na vida muitas vezes é triste. Vai contra uma necessidade humana básica: relacionar-se. Você se depara com uma dificuldade e já não sabe mais por onde seguir. As opções estão se esgotando e sua vontade de superar aquela barreira já não são mais o bastante.
O ser humano (e o ser espiritual) precisam de um “empurrãozinho”. Aquela voz que te diz que você é capaz. Aquela pessoa que te mostra o caminho e te incentiva a seguir. Um guia que pega na sua mão e vai com você até a porta de entrada da aventura.
Esse é o seu mentor!
O mentor como inspiração e apoio à Jornada do Espírita
“Os mentores nas histórias agem principalmente na mente do herói, mudando sua consciência ou redirecionando sua vontade.” (Christopher Vogler)
Durante nossa jornada na Doutrina Espírita a presença de um(a) mentor(a) – seja material ou espiritual – é de grande importância para nos guiar pela aventura que é conhecer o Espiritismo.
É a pessoa que tem mais conhecimentos e experiências no assunto e sabe como nos incentivar e inspirar nos momentos mais difíceis. Pode ser a figura de um(a) dirigente do centro que você frequenta, um(a) palestrante que se torna amigo(a) ou aquela senhorinha que é sua vizinha há 25 anos e você nem sabia que era espírita!
Você percebe que trilhando essa nova jornada pode se tornar alguém muito melhor do que era no seu Mundo Comum. Assim cria coragem para dar os próximos passos na sua aventura.
Como encontrar um mentor para sua jornada
Pode parecer uma missão difícil encontrar alguém para te ajudar. Mas você vai perceber que é muito mais fácil do que imagina! Eu trago aqui 3 dicas para encontrar seu mentor, todas já vivenciadas por mim. Escolha uma ou todas elas e siga seu caminho!
O Centro Espírita está cheio de mentores!: Encontrar alguém que possa te auxiliar dentro do centro espírita que frequenta é a maneira mais comum de ter um mentor.
Essa pessoa pode te oferecer as informações iniciais, te estimular a estudar ou pesquisar mais sobre algum tema. Ela te inspira a seguir seu caminho no Espiritismo com mais tranquilidade.
Os mentores também estão na internet: Com a popularização da internet, é cada vez mais comum assistirmos a vídeos ou lermos um artigo de pessoas que nos orientam. Mesmo que não conheça essa pessoa, as palavras dela podem servir de inspiração e motivação para você.
Mentores online também podem ser aqueles amigos ou familiares distantes. Através de mensagens ou até mesmo uma videoconferência, eles são guias que nos orientam e incentivam a seguir.
Os bons livros podem ser seus mentores: Ao ler o livro Boa Nova, de Chico Xavier pelo espírito Emmanuel, me senti ainda mais motivado a trabalhar pelo Espiritismo. Aquelas histórias serviram de estímulo para que eu aceitasse a responsabilidade de divulgar a Doutrina.
Com certeza você já leu (ou ainda lerá) um livro que te inspirou a agir. Esses livros são verdadeiros mentores em nossa jornada! Associamos as palavras aos nossos desafios. Elas parecem terem sido escritas diretamente para nós. Procure bons livros, de autores que você confia, e busque ali o incentivo inicial para seguir sua jornada com mais tranquilidade e confiança.
Como ser mentor na jornada de um espírita
Você que é dirigente ou trabalhador de um centro espírita com certeza recebeu, recebe e receberá muitas pessoas nessa situação. Existem ações que podem ser benéficas para que a pessoa se sinta acolhida. Por isso separei 3 maneiras de auxiliar alguém que está iniciando sua jornada no Espiritismo:
Seja um canal aberto: Se você tem conhecimentos espíritas, compartilhá-los é uma ótima maneira de reforçar seu entendimento. E claro, é muito importante saber ouvir. Em geral, as pessoas buscam a Doutrina através da dor. Elas podem ser muito auxiliadas quando paramos para escutá-las. Esteja aberto às dúvidas e anseios que surjam das pessoas que querem entender melhor o Espiritismo.
Divulgar é importante: Trabalhe na divulgação do centro e dos trabalhos realizados. Quando o centro apresenta uma estrutura organizada e seus trabalhos são conhecidos, fica mais fácil enxergar ali uma solução.
Seja claro nas divulgações, colocando todas as informações pertinentes à cada atividade do centro. Tire fotos, faça vídeos e promova-os nas redes sociais.
Sua intenção será sempre positiva e terá como objetivo mostrar para mais pessoas o importante trabalho realizado pela casa espírita. Então divulgue sem medo!
O exemplo fala mais do que palavras: Você e suas atitudes também são uma divulgação do Espiritismo. Quando você age como um bom espírita, as pessoas à sua volta começam a vê-lo como um espelho. “Grande poderes trazem grandes responsabilidades”, já dizia Tio Ben a Peter Parker (Homem-Aranha).
Conhecimento também é poder e sua responsabilidade é a de exemplificar tudo que vem estudando no Espiritismo. Seja o exemplo a ser seguido!
E o mentor espiritual, como fica?
Nem todos temos o privilégio de ter um contato direto com nosso mentor espiritual. Se você, assim como eu, é uma dessas pessoas, nós ainda temos chance! Através do desenvolvimento da mediunidade de intuição, cada vez mais poderemos captar a sintonia e as sugestões dos nossos mentores.
Mas como fazer isso?
Mesmo não vendo ou ouvindo nosso(a) mentor(a), você pode estabelecer um diálogo com ele(a). Direcione o seu pensamento e converse como se ele(a) estivesse ali na sua frente (muitas vezes estará mesmo!).
Para afinar ainda mais a sintonia, pare o que está fazendo agora. Respire profundamente e solte o ar com tranquilidade. Direcione o seu pensamento para dentro de você, esquecendo todo o que estiver no ambiente externo. Perceba que alguns pensamentos podem começar a surgir de forma espontânea, com palavras que não foram concebidas por você.
Pratique, pratique e pratique. Sempre buscando a sintonia com seu mentor e pedindo auxílio para que ele te proteja das influências externas negativas. Tenho certeza de que esse papo espiritual vai ficar cada vez mais interessante!
Depois de encontrar o mentor, é hora da AÇÃO!
Você já recebeu o convite para sair da sua zona de conforto. Recusou o convite, pois não encontrou forças para seguir. Agora teve seu primeiro contato com o mentor. Daqui pra frente a nossa jornada começa verdadeiramente!

Artigo feal (Fundação Espírita André Luiz - Guarulhos S.P)