FALANDO DE OBSESSÃO (29)
Mediunidade em crianças, o que fazer?
Parte I
A criança merece um estudo à parte nesse tema que vamos desenvolver,
uma vez que o reencarnante tem necessidade de acompanhamento constante
dos pais, por se tratar de um espírito milenar. A família, como um todo,
precisa estabelecer um ambiente tranquilo para que todos possam viver
em harmonia com as leis divinas.
Não são raros os casos em que
pais trazem seus filhos, ainda em idade infantil, à Casa Espírita,
relatando sintomas como visão e comunicação com espíritos.
Obviamente, um caso é diferente do outro, sendo necessária uma melhor
observação para que se possa verificar o que está realmente acontecendo
com aquela criança. É comum, e do conhecimento de todos, que as crianças
têm amiguinhos espirituais e passam longas horas falando e brincando
com eles.
Os pais sempre perguntam o que fazer quando a mediunidade se manifesta em crianças.
O Livro dos Médiuns, obra que todos os espíritas deveriam conhecer com
mais profundidade, nos traz informações preciosas sobre esse assunto.
Nele, temos a orientação clara dos Espíritos Superiores a Allan Kardec,
que diz que não se deve desenvolver a mediunidade em crianças, devido à
fragilidade de seu organismo e à sua excessiva suscetibilidade, como a
imaginação muito fértil. As crianças não possuem, ainda, bases sólidas
do raciocínio para lidar com as manifestações mediúnicas, por isso não
devem ser estimuladas a desenvolver essa faculdade.
Os pais devem
esclarecer rapidamente e, superficialmente, evangelizar pois não podemos
descartar a possibilidade de estarem sendo vítimas de uma obsessão.
Não podemos nos esquecer de que a idade cronológica da criança não é a
mesma idade do espírito, que traz muitas memórias pretéritas.
É
sabido que as crianças não vêm com manuais de instrução, elaborados com
explicações minuciosas de como funcionam e de como seus pais devem
agir. Os filhos não nascem prontos.
Também não trazem certificado de garantia que possa ser apresentado em caso de algum defeito de fabricação.
A primeira coisa que temos que aprender com relação às crianças é de
que elas não herdam características psicológicas, como inteligência,
dotes artísticos, temperamento, bom ou mau gosto, simpatia ou antipatia,
doçura ou agressividade. Cada indivíduo é único em sua estrutura
psicológica, com sua personalidade, preferências e inclinações.
Diríamos que somente as características físicas são genéticas: os olhos,
os cabelos, a cor da pele, a predisposição a certas enfermidades, enfim
coisas dessa ordem.
Estamos falando apenas do aspecto material,
imaginem os leitores sob o ponto de vista espiritual: quantas nuances
não devem ser consideradas para essa avaliação.
Convém
lembrarmos de que não somos um corpo físico passando por uma experiência
espiritual, mas um espírito passando por uma experiência no corpo
físico. Assim, esses pequeninos, espíritos já embalados no corpo físico e
gerados por nós, já têm um passado e uma história, eles já existiam e
cada um tem sua própria biografia pessoal, trazendo vivências e
experiências, aportando aqui em nosso planeta para reviver novas
oportunidades. Uns trazem saldos positivos, outros negativos, outros
com muitos débitos pesados a ressarcir e, dentro desse contexto, muitos
pais, por não entenderem a lei do retorno, ou causa e efeito, consideram
essa criança como uma coitada, que já sofre desde pequena.
Ledo
engano. Se esses pais tivessem um mínimo conhecimento das leis divinas e
de que somos caminhantes no tempo, entenderiam, com maior facilidade,
que todos somos devedores dessas leis, não importando a fase cronológica
em que nos encontremos. As crianças são espíritos milenares como
qualquer outro ser.
É necessário muita cautela no trabalho de
“auxilio fraterno”, quando os pais vêm falar sobre os problemas de seus
filhos. A criança pode estar passando por problemas obsessivos, o que
merece toda atenção, para que possa ser tratada com muito cuidado, ainda
maior em relação àquele dispensado a um adulto.
É muito simples de explicar como é esse “cuidado“ a que nos referimos.
A infância é muito propícia à assimilação dos princípios educativos até
os sete anos. Nessa fase, o Espírito se encontra em fase de adaptação
para a nova existência, tanto no lar quanto na companhia daqueles com
quem terá que conviver, não havendo, ainda, integração adequada e
perfeita para essa nova existência.
Outro fator a ser
considerado é a integração à nova matéria orgânica, com as recordações
do plano espiritual que são, por si só, mais nítidas.
Será
necessário renovar o caráter, os caminhos a serem estabelecidos e
consolidar princípios de responsabilidades, além da possibilidade,
também, do novo reencarnante nascer num lar onde antigas desavenças
tenham que ser acertadas para a harmonia perfeita de todos que viverão
sob o mesmo teto.
Desnecessário, porém importante frisar, que o
equilíbrio dos pais, para formar esse convívio harmonioso, é
extremamente necessário perante as Lei Divinas.
Paz a seu espírito.
(Continua na próxima Edição)
Postado por Alfredo Zavatte
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