A generalização da faculdade mediúnica a todas as
criaturas encarnadas, contudo, ainda é necessidade evol
utiva da nossa Humanidade. Por tal razão, embora seja
comum à espécie humana, deverá tornar-se conquista de
cada alma que se empenhar no desabrochar desse novo
sentido que lhe permite contacto com o mundo intelige
nte intangível.
À vista dessa necessidade de progressão, teremos nos
dias atuais, e para efeitos destes nossos estudos, de esta
belecer a existência de duas categorias gerais de médiuns:
· médiuns latentes,
. médiuns ostensivos.
Médiuns latentes são todos aqueles que, em deter-
minadas ocasiões ou circunstâncias de sua vida, servem
inconscientemente de intermediários da Espiritualidade,
quer para transmitir algum ensinamento relevante, quer
para retratar o submundo espiritual de paixões e vícios.
Médiuns ostensivos são aqueles que guardam, em
maior ou menor intensidade, noções de sua posição de
intermediários, reconhecendo que operam sob a influência
controlável de forças estranhas às suas.
A consciência do fenômeno mediúnico, porém não automatiza
a transmissão dos pensamentos ou a vontade dos Espíritos
e nem padroniza as mensagens. Tanto poderá o médium ostensivo
fazer-se medianeiro de orientação renovadora,quanto poderá
tornar-se porta-voz de mensagens perturbadoras.
Os Espíritos que se comunicam se ajustam ao degrau mental
do medianeiro e mais ainda, ao seu nível moral.
Assim, uns poderão usar linguagem aparentemente científica ou
ou filosófica, sem nenhum escorço (perspectiva) de conduta
moral, e outros poderão exprimir a mais pura moral em suas
prédicas, mesmo se servindo de palavras simples ou expressões
populares.
Ainda apenas para efeitos de nossos estudos, subdividiremos
os médiuns-ostensivos em três grandes categorias:
. médium-egoísta,
· médium-orgulhoso,
· médium Espírita-cristão.
Esta classificação é elaborada à vista dos fins que o médium
objetiva com a sua faculdade. E para maior clareza,
estabeleçamos uma comparação com o Uso de um dos cinco sentidos
comuns que quase todos já conquistamos: o da audiência.
Todos os homens podem ouvir.
0 homem-egoísta, porém, ouve e se detém apenas no que lhe traga
benefícios diretos. O seu circuito de atenção se estabelece tão
tão somente com o que poderá vir incorporar-se às suas posses
ou conquistas materiais.
0 homem-orgulhoso, conseqüentemente, cinge-se ao que lhe amplie a
desmedida auto-consideração, Sua tensão emocional sustenta-se
apenas nos acontecimentos ou referências que louvem a sua
suficiência, a sua capacidade e que, via de regra, nutram ainda
mais o seu desajuste psíquico.
0 homem-cristão, no entanto, ouve e analisa o Bem em favor de seu
semelhante, olvidando a si mesmo sempre que necessário. Seu interesse
é solicitado ou criado pelo que se possa organizar a beneficio
pelo que se possa organizar a beneficio do semelhante, recolhendo
para si as sobras da caridade que espalha.
As mesmas posições subsistem para o sentido mediúnico.
Aqueles que colocam a comunicação com os Espíritos a serviço
de seus interesses materiais, seja diretamente por tentar
fazê-los lacaios de seus programas individuais, seja indiretamente
barateando a fenomenologia e dela fazendo um balcão de favores
terrenos para os seus eventuais consulentes, esses são MÉDIUNS-EGOÍSTAS.
Outros que tomam a mediunidade para sustentar a própria vaidade, fazendo-se
crer privilegiados pelos dons que revelam, criando adeptos servis e escravos
de si ou dos Espiritos de que são medianeiros, esses são MÉDIUNS-ORGULHOSOS.
Existem, todavia, os que acolhem a mediunidade como ampliação de serviços,
fonte perene de consolação e orientação moral de seus irmãos de romagem terrena.
Sublimam a sua faculdade, utilizando-a com critério e amor, buscando por seu
intermédio atingir a própria renovação intima, de si e de seus semelhantes.
Enobrecem a fenomenologia e ilustram-se moral e mentalmente no contacto com
Espíritos elevados, vivendo exemplos tocantes de amor e caridade, de ternura
e piedade esses são os MÉDIUNS ESPÍRITAS-CRISTÃOS.
Não devemos esquecer, todavia, que médiuns egoístas e médiuns orgulhosos são
almas enfermas e companheiros nossos de viagem e aprendizagem na escola da
carne, urgindo por assistência caridosa por parte de todos nós. Tão logo, pois
nos abalancemos em identificá-los classificá-los em nossos agrupamentos ou fora
deles, estaremos assumindo o compromisso de auxiliá-los
na regeneração de si mesmos, porque quem tem olhos para divisar o Mal deve ter
coração para criar o Bem.
Roque Jacintho
Do livro Desenvolvimento Mediúnico 9.edição Maio de 1988
Editora Luz no Lar
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